SÃO PAULO — A filósofa Marilena Chauí, 84 anos, voltou a criticar abertamente a classe média em declarações concedidas à imprensa. Conhecida por afirmar que “odeia” esse segmento social, ela reiterou a posição e acrescentou que se mantém “marxista convicta”, declarando não ter interesse em “entrar no século 21”. As falas reaqueceram o debate sobre o papel da intelectualidade universitária no cenário político-cultural brasileiro.
Declarações recentes
Durante entrevista publicada pela Folha de S.Paulo, Chauí reafirmou o entendimento de que a classe média age “oprimindo os dominados e bajulando os dominantes”. Segundo a filósofa, essa postura justificaria o seu desprezo por quem ocupa essa faixa socioeconômica. Ela própria, porém, recebe uma remuneração estimada em R$ 40 mil mensais como professora titular aposentada da Universidade de São Paulo (USP).
Chauí também confirmou sua adesão integral ao marxismo, corrente que orienta sua produção acadêmica há décadas. Ao comentar o avanço tecnológico e as mudanças sociopolíticas das últimas décadas, afirmou não desejar acompanhar o ritmo do novo século. “Não quero entrar no século 21”, declarou.
Além da carreira universitária, a filósofa é autora de diversos títulos, inclusive um livro de culinária. O detalhe foi lembrado pela própria entrevistada, que mencionou a publicação entre suas atividades fora do ambiente acadêmico.
Repercussão e contexto
As declarações repercutiram imediatamente nas redes sociais e em veículos de comunicação. Leitores recordaram a fala de 2013, quando Chauí se referiu à classe média como porta-voz do conservadorismo e da repressão. O novo posicionamento repete conceitos centrais de sua obra, baseada na leitura marxista da sociedade.
Críticos apontam contradição entre o discurso anticapitalista da filósofa e o padrão remuneratório que desfruta como professora aposentada. A combinação de alta renda, prestígio acadêmico e defesa de revolução social volta a ser questionada por comentaristas que enxergam privilégio no sistema universitário público.
Aos 84 anos, Chauí pertence a um grupo de intelectuais formados ainda na segunda metade do século passado. Esse contingente, segundo análises recorrentes no meio acadêmico, influenciou gerações de professores e profissionais que hoje ocupam cargos nos departamentos universitários, nos movimentos sociais e na gestão cultural.
Salário, carreira e influência
A base salarial da USP para professores titulares aposentados ultrapassa o teto constitucional graças a indenizações previstas em regulamentações internas. No caso de Chauí, o valor atual gravita em torno de R$ 40 mil, cifra que a coloca muito acima da média de renda da população brasileira e também da própria classe média que ela critica.
Ao longo da carreira, a filósofa publicou obras voltadas a temas como democracia, ideologia e comunicação, com forte ênfase na leitura marxista da realidade. Seu livro mais conhecido, “Convite à Filosofia”, é utilizado em cursos introdutórios. O interesse pelo marxismo igualmente aparece em artigos e palestras em que discute luta de classes, papel do Estado e formação da consciência política.


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Imagem: Paulo Pinto
A despeito da influência dentro dos muros universitários, Chauí nunca ocupou cargos eletivos nem cargos executivos na administração pública. Ainda assim, suas ideias circulam em coletivos estudantis, grupos culturais e no debate político nacional, especialmente em pautas ligadas à esquerda.
Classe média no centro do debate
No Brasil, a definição de classe média varia conforme o critério utilizado: renda familiar, padrão de consumo ou posição ocupacional. Institutos de pesquisa situam esse grupo entre 30% e 50% da população. É justamente essa parcela que, segundo Chauí, exercerá simultaneamente a opressão sobre grupos de menor renda e a subserviência a elites políticas e econômicas.
O diagnóstico colide com visões que atribuem à classe média papel relevante na geração de empregos, no pagamento de impostos e na sustentação do consumo interno. O conflito de interpretações mantém vivo o debate sobre mobilidade social, distribuição de renda e responsabilidade do Estado.
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Em síntese, as recentes declarações de Marilena Chauí reavivam discussões sobre marxismo, privilégios acadêmicos e o lugar da classe média na sociedade. Continue acompanhando nossas atualizações e participe do debate nos comentários.
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