Na noite de segunda-feira, 4 de agosto, a Polícia Militar do Distrito Federal bloqueou todos os acessos à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes logo após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinar prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida de isolamento buscou impedir a aproximação de manifestantes que haviam convocado um buzinaço em repúdio à decisão judicial.
Bloqueio imediato na área central
Equipes da PMDF instalaram grades, viaturas e barreiras móveis nas vias que levam aos prédios do Executivo, do Legislativo e do próprio STF. O fechamento começou ainda no início da noite e avançou até as 23 h, horário em que a região já se encontrava completamente isolada. Policiais impediam a passagem de veículos e pedestres, permitindo apenas servidores previamente identificados.
Segundo o comando da corporação, o objetivo era “manter a ordem e preservar o patrimônio público” diante da convocação de protestos. Nas redes sociais, organizadores pediam que motoristas participassem de uma carreata com buzinaço contra Moraes. O efetivo incluiu tropa de choque, policiamento motorizado e uso de drones para monitorar possíveis aglomerações.
Carreata segue até o Jardim Botânico
Com a Esplanada fechada, apoiadores de Bolsonaro migraram para outras vias da capital. Em motos e carros, eles iniciaram percurso por avenidas do Plano Piloto, exibindo bandeiras do Brasil e cartazes com frases de repúdio ao ministro do STF. Gritos como “Fora, Xandão” foram ouvidos durante todo o trajeto. O comboio avançou até o condomínio onde o ex-presidente reside, no bairro Jardim Botânico.
Às 23 h, já diante do residencial, cerca de uma centena de manifestantes cantou o Hino Nacional, rezou o Pai-Nosso e ergueu bandeiras verde-amarelas. Slogans como “O Brasil vai parar” e “Supremo é o povo” foram repetidos em coro. Não houve registro de depredação ou confronto. Viaturas permaneceram em vias próximas, mas mantiveram distância do grupo.
Decisões anteriores do STF cercam área dos Três Poderes
O cerco policial ocorre após uma série de determinações de Alexandre de Moraes para restringir acampamentos e protestos no centro cívico de Brasília. No fim de julho, o ministro ordenou a retirada do deputado Hélio Lopes (PL-RJ) de uma barraca instalada na Praça dos Três Poderes, onde o parlamentar havia iniciado uma “greve de silêncio”.
Na mesma decisão, Moraes proibiu qualquer estrutura de permanência — barracas, tendas ou trailers — num raio de um quilômetro dos palácios do Planalto, do Congresso e do STF. O objetivo declarado foi evitar episódios semelhantes aos atos de 8 de janeiro de 2023. Desde então, a PMDF mantém vigilância reforçada e monitora redes sociais em busca de convocações.
Reações no Congresso e nas redes
Presente à manifestação, o deputado Zé Trovão (PL-SC) classificou a nova ordem de prisão domiciliar como medida que “passou de todos os limites”. Em publicação na plataforma X (antigo Twitter), o parlamentar afirmou que os protestos vistos na capital “se prolongarão pelo Brasil” e cobrou a saída de Moraes do Supremo. A postagem recebeu milhares de curtidas em poucas horas.
Parlamentares da base de oposição ao governo Lula também criticaram a decisão, alegando falta de proporcionalidade e destacando o histórico eleitoral de Bolsonaro. Já congressistas alinhados ao Palácio do Planalto elogiaram o STF, sustentando que a medida garante investigação sem risco de fuga ou mobilização de massa.

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Contexto da prisão domiciliar
A ordem de Moraes colocou o ex-presidente sob recolhimento noturno e obrigou a entrega de passaporte às autoridades. Bolsonaro está proibido de se ausentar do Distrito Federal sem autorização judicial. O despacho cita risco de obstrução das investigações em curso no Supremo, que apuram suposto envolvimento do ex-mandatário em tentativa de abalar resultados eleitorais.
Advogados do ex-chefe do Executivo anunciaram que protocolarão recurso contra a decisão. A defesa sustenta que Bolsonaro sempre compareceu a convocações da Justiça e não representa ameaça à ordem pública. Até o fechamento desta reportagem, não havia data marcada para análise de eventuais pedidos de revogação.
Expectativa de novos atos
Organizadores de movimentos favoráveis ao ex-presidente dizem pretender ampliar carreatas em outras capitais nos próximos dias, a começar por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Grupos em redes sociais convocam buzinaços em frente a sedes regionais de tribunais eleitorais e unidades militares. A PMDF informou que manterá bloqueios preventivos no centro de Brasília enquanto perdurar “risco de aglomeração não autorizada”.
Com o fechamento da Esplanada, repartições públicas funcionaram normalmente na manhã de terça-feira, mas servidores relataram trânsito lento em rotas alternativas. Agentes de trânsito recomendaram saída antecipada para quem precisasse acessar a área central. A previsão é de que as barreiras permaneçam erguidas enquanto vigorar a fase inicial da prisão domiciliar.
Até o momento, não há registro de detidos durante as manifestações. Contudo, o clima de tensão em Brasília segue alto, com repercussões políticas dentro e fora do Congresso. A evolução dos protestos e a resposta do STF devem definir os próximos passos tanto da oposição quanto das forças de segurança na capital.

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