Brasília – Organizações da sociedade civil nacionais encontram, em 2025, um ambiente internacional mais receptivo para financiamento. Fundações estrangeiras flexibilizam exigências, ampliam doações irrestritas e concentram sua atenção em dois temas-chave: mudanças climáticas e equidade racial. Esse cenário representa uma janela estratégica para ONGs brasileiras que buscam diversificar receitas e fortalecer sua atuação em longo prazo.
Fluxo bilionário e menos burocracia
Dados recentes indicam que mais de 1.300 fundações dos Estados Unidos já destinaram recursos ao Brasil, totalizando quase 13 mil doações que beneficiaram cerca de cinco mil instituições. O país norte-americano, maior mercado filantrópico do mundo, movimenta anualmente cerca de US$ 600 bilhões em doações, dos quais 20% cruzam fronteiras. O destaque é a liberdade de aplicação: aproximadamente 70% desse montante chega sem amarras, permitindo que as entidades invistam em equipe, estrutura administrativa e governança.
Na Europa, o volume financeiro é menor, porém marcado por forte exigência de evidências. Fundações do continente priorizam indicadores de desempenho, relatórios consistentes e parcerias locais que comprovem legitimidade no território brasileiro. Em ambos os casos, a pandemia funcionou como catalisador de mudanças, impulsionando cortes na burocracia e incentivo ao fortalecimento institucional, em detrimento de projetos pontuais.
Clima e equidade definem prioridades
Para 2025, mudanças climáticas e equidade racial figuram como critérios centrais de seleção de projetos. A proximidade da COP30, marcada para Belém, amplia a pressão por compromissos ambientais claros, mesmo entre organizações que tradicionalmente não atuam na área. Já a inclusão do ODS 18 – dedicado à promoção da justiça racial – reforça a necessidade de políticas internas de diversidade e inclusão.
Na prática, financiadores avaliam se a entidade demonstra responsabilidade socioambiental e adota metas transparentes de redução de emissões ou de combate à discriminação. Quem comprovar avanços nessas frentes tende a ganhar vantagem competitiva na disputa por recursos.
Requisitos de preparação
A abertura internacional não dispensa profissionalismo. Especialistas em captação enumeram demandas consideradas básicas para ganhar confiança de doadores estrangeiros:
- Governança sólida, com conselhos atuantes e atas públicas;
- Relatórios financeiros auditados e disponíveis em inglês;
- Site bilíngue, atualizado e compatível com dispositivos móveis;
- Equipe apta a negociar em inglês e responder prontamente a solicitações;
- Presença digital coerente com a missão institucional.
Falhas frequentes – como material institucional apenas em português, ausência de pedido de apoio explícito ou reuniões centradas apenas na fala da ONG – ainda afastam potenciais parceiros. A recomendação é objetividade, transparência e construção de relacionamento de longo prazo, em vez de abordagens pontuais.
Contratos plurianuais e visão de futuro
A maioria dos contratos internacionais possui duração de dois a três anos, com possibilidade de renovação conforme resultados. Fundações valorizam organizações que apresentam planejamento estratégico para pelo menos uma década, indicativo de continuidade das ações após o término do apoio financeiro. Desse modo, a captação internacional deve ser encarada como investimento permanente em reputação, não como solução emergencial.
Além disso, a ascensão da filantropia feminina, liderada por figuras como MacKenzie Scott, reforça o modelo de doações confiáveis e prolongadas. Instituições preparadas para monitorar impactos e prestar contas de maneira simplificada ganham espaço nesse novo paradigma.


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Imagem: Banco de ns Canva
Oportunidade para pequenos e médios atores
Apesar da impressão de que apenas grandes ONGs têm acesso a fundos globais, o histórico recente aponta o contrário. Pequenas e médias organizações já figuram entre as contempladas, desde que apresentem estrutura mínima de prestação de contas. Esse movimento democratiza o financiamento e reduz a dependência de verbas públicas, reforçando a autonomia da sociedade civil – princípio valorizado por correntes conservadoras que defendem menor interferência estatal.
Entidades interessadas em avançar nessa agenda podem iniciar o processo com auditoria interna, adequação de documentos e treinamentos em inglês. Paralelamente, a participação em eventos setoriais, presenciais ou virtuais, ajuda a estabelecer conexões com potenciais financiadores. O objetivo é criar confiança mútua antes da submissão de propostas formais.
Para quem deseja acompanhar os desdobramentos políticos que influenciam a regulação do terceiro setor, vale conferir a cobertura em Política, onde análises sobre reformas tributárias e marcos legais do voluntariado são atualizadas periodicamente.
Em síntese, 2025 oferece terreno fértil para ONGs brasileiras ampliarem impacto por meio de capitais internacionais. Governança robusta, métricas transparentes e alinhamento às pautas globais emergentes são os ingredientes que distinguem as organizações aptas a competir por esses recursos.
Interessado em fortalecer sua instituição? Ajuste processos internos, invista na comunicação bilíngue e busque interlocução direta com fundações estrangeiras. A janela está aberta; cabe a cada organização decidir se está pronta para atravessá-la.
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