Em sua primeira entrevista desde a eleição em maio, o papa Leão XIV destacou que seguirá as principais diretrizes adotadas por Francisco, mantendo o foco na tradição doutrinária e na prudência política. O pontífice, de 70 anos, deixou claro que não pretende alterar ensinamentos centrais nem se envolver em disputas partidárias, reforçando o papel da Igreja como referência espiritual, não como ator político.
Continuidade nas frentes mais sensíveis
Leão XIV confirmou que dará prosseguimento às frentes abertas por Francisco em temas delicados para a Igreja Católica. Entre elas estão o acolhimento pastoral de fiéis LGBT, a discussão sobre a ordenação de mulheres como diáconos e o acordo firmado com a China, que regulamenta a indicação de bispos no país asiático.
Segundo o pontífice, a Igreja continuará a receber pessoas de todas as condições, sem alterar o ensinamento sobre casamento e ordenação. “Os indivíduos serão aceitos e acolhidos; o ensinamento da Igreja continuará como está”, afirmou. A posição também se aplica ao estudo sobre liderança feminina: há disposição para expandir cargos administrativos, porém sem sinalizar mudanças no sacramento da ordem.
Em relação ao pacto com Pequim, o papa ressaltou que não prevê revisões no curto prazo. O acordo, firmado em 2018, dá à autoridade comunista participação no processo de nomeação, mas garante a palavra final ao Vaticano. Leão XIV observou que, por ora, seguirá “a política que a Santa Sé vem adotando há alguns anos”.
Postura cautelosa diante da política internacional
Primeiro papa nascido nos Estados Unidos, Leão XIV adotou tom comedido ao comentar o cenário político de seu país de origem. Sem citar nomes, disse enxergar “questões significativas” nos Estados Unidos, mas defendeu que o papa não se envolva em assuntos internos de nações. O pontífice relatou ter abordado a dignidade dos migrantes em audiência com o vice-presidente JD Vance, realizada em maio, e declarou que a Santa Sé seguirá levantando preocupações humanitárias sem entrar em disputas eleitorais.
A crise em Gaza também foi mencionada. Leão XIV reconheceu “grande preocupação” com o impacto do conflito sobre civis, mas explicou que o Vaticano não qualificará a situação como genocídio neste momento. A posição contrasta com declarações do falecido Francisco, que em 2024 sugeriu esse enquadramento, provocando tensão diplomática com Israel.
Combate ao abuso e estabilidade financeira
O papa renovou a condenação aos escândalos de abuso sexual no clero, reiterando que vítimas “devem ser tratadas com grande respeito”. Ao mesmo tempo, chamou atenção para a existência de acusações infundadas, defendendo investigação rigorosa em todos os casos. Para Leão XIV, mais de 90% das denúncias são legítimas, mas é preciso proteger inocentes quando ocorrerem falsas alegações.


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Imagem: Getty
Na esfera econômica, o Vaticano enfrenta déficit orçamentário de 83 milhões de euros e passivo maior no fundo de pensão. O papa informou que o quadro vem melhorando e não causa “perda de sono”, embora ainda exija disciplina administrativa.
Direção clara, sem rupturas
Ao se declarar seguidor dos passos de Francisco, Leão XIV afasta, por ora, expectativas de mudanças substanciais no magistério católico. A continuidade nas áreas sensíveis reflete compromisso com estabilidade doutrinária e governança prudente, valores caros ao setor mais tradicional da Igreja.
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Em síntese, Leão XIV reforçou o caminho traçado por Francisco sem abrir mão da ortodoxia. Se você quer ficar por dentro dos próximos passos do pontificado, acompanhe nossas atualizações e compartilhe esta análise.
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