A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (12) o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Segundo os investigadores, ele é apontado como peça central de um esquema que teria promovido descontos indevidos em benefícios previdenciários, atingindo aposentados e pensionistas em todo o país. Em apenas 129 dias, Antunes teria movimentado R$ 12,2 milhões em contas bancárias.
Investigação aponta movimentação milionária
Os autos indicam que Antunes controlava uma rede de 22 empresas atuantes em setores que vão de consultoria a locação de veículos. Relatórios da PF mostram que essas companhias funcionavam como intermediárias financeiras para associações que, por meio de acordos com o Instituto Nacional do Seguro Social, efetuavam descontos mensais sem autorização dos beneficiários.
De acordo com a representação, as empresas recebiam os valores das entidades no mesmo dia em que o dinheiro chegava, deixando saldos ínfimos nas contas. A prática, na visão dos agentes, visava dificultar o rastreamento dos recursos. Ao todo, o investigado teria feito R$ 53,5 milhões circularem entre as contas das empresas e das associações.
A PF também aponta que R$ 17 milhões foram repassados a servidores do INSS. A Controladoria-Geral da União (CGU) participa da apuração, que envolve suspeitas de fraude, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Estrutura de empresas e bens de luxo
Os fatos descritos pela polícia mostram que Antunes, de 61 anos, mantinha uma frota de 12 carros de luxo, incluindo modelos Porsche e BMW. Entre seus bens, constam imóveis em São Paulo e Brasília. Um deles, localizado no Lago Sul — bairro de alto padrão da capital federal —, teria sido comprado à vista por R$ 3,3 milhões.
Os investigadores identificaram ainda a ligação do suspeito a uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, possivelmente usada como offshore para blindagem patrimonial. O relatório menciona diversas Sociedades de Propósito Específico (SPE) registradas em um mesmo endereço na capital federal, todas com o mesmo telefone e enquadradas na atividade de compra e venda de imóveis próprios.
A despeito dos sinais externos de riqueza, Antunes declarou à Receita Federal renda mensal de R$ 24,5 mil e patrimônio entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. A discrepância entre os valores formais e os montantes efetivamente movimentados é citada pelos investigadores como indício de ocultação de patrimônio.
Ligação com entidades e atuação no INSS
Embora apelidado de “Careca do INSS”, Antunes jamais integrou o quadro de servidores do instituto. Ainda assim, ele possuía procurações emitidas por diversas associações para atuar diretamente junto ao órgão federal. Um dos documentos concedia plenos poderes para firmar ou manter Acordos de Cooperação Técnica, mecanismo que permite às entidades acessar a folha de pagamento dos beneficiários e, com isso, processar descontos.
Os investigadores relatam que uma dessas associações — apontada como uma das que mais cresceram no período analisado — transferiu R$ 11,9 milhões a uma das empresas de Antunes entre agosto de 2023 e abril de 2024.


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Imagem: Internet
Defesa nega irregularidades
Em nota, a defesa do empresário afirmou que as acusações “não correspondem à realidade dos fatos” e declarou confiar na comprovação da inocência do cliente durante o processo judicial. Os advogados ressaltaram que “a atuação das instituições do Estado Democrático de Direito” garantirá um julgamento justo.
Próximos passos e possíveis desdobramentos
Com a prisão preventiva decretada, Antunes será ouvido pela Polícia Federal e poderá responder pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. A investigação segue em sigilo, mas a expectativa é de que novos mandados de busca e sequestro de bens sejam cumpridos para mapear todo o fluxo financeiro.
No âmbito administrativo, o INSS pode ser obrigado a rever os acordos com as associações envolvidas, devolvendo valores descontados sem autorização dos beneficiários. A CGU avalia a possibilidade de instaurar processos para responsabilizar servidores que, supostamente, teriam recebido vantagens para facilitar o esquema.
Para quem deseja acompanhar outros desdobramentos sobre investigações na esfera federal, vale conferir a seção de Política do nosso portal.
Em síntese, a prisão do “Careca do INSS” expõe mais um episódio de suspeita de uso indevido de recursos destinados a aposentados e pensionistas. Continue conosco e receba as atualizações assim que forem divulgadas.
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