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Prisão de Bolsonaro acende risco de sanções dos EUA e pode travar economia nacional

Política

Brasília, 25 de agosto de 2025. A possível detenção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou uma condenação no julgamento que o Supremo Tribunal Federal inicia em 2 de setembro já provoca sinalizações de resposta da Casa Branca. Especialistas veem chance concreta de Washington ampliar as sanções sobre o Brasil, movimento que, se confirmado, tende a encarecer o crédito, encurtar exportações e afetar diretamente empregos.

Tarifas podem dobrar e inviabilizar exportações

Desde julho, o governo Donald Trump elevou em 50% as tarifas contra produtos brasileiros, sobretaxa que, segundo a Federação das Indústrias de Minas Gerais, pode retirar até R$ 110,4 bilhões do Produto Interno Bruto ao longo da próxima década. Em reação à perspectiva de prisão de Bolsonaro, a equipe econômica norte-americana passou a cogitar aumentar a tarifa para 100%, medida que praticamente selaria o destino das vendas externas brasileiras aos Estados Unidos, segundo maior destino dos embarques nacionais.

Os efeitos seriam imediatos sobre a indústria de transformação, principal fornecedora de bens acabados para o mercado americano. Consultores da Tendências avaliam que a perda de espaço nos Estados Unidos levaria empresas a rever investimentos, cortar turnos e, em casos extremos, pedir recuperação judicial. No agronegócio, a preocupação cresce porque o tarifaço atual já poupa produtos de maior valor agregado, deixando o suco de laranja como única exceção; cenário semelhante reduziria margens e pressionaria ainda mais um setor intensivo em capital.

Lei Magnitsky e exclusão do Swift entram no radar

Além das tarifas, Washington estuda aplicar de forma ampliada a Lei Magnitsky, permitindo sanções pessoais a autoridades brasileiras e a instituições que mantenham negócios com elas. A embaixada norte-americana classificou o ministro Alexandre de Moraes como “tóxico” para empresas que desejam acessar o mercado dos EUA. Para os bancos, o dilema é claro: descumprir eventuais ordens americanas implica risco de multas bilionárias, como a de US$ 9 bilhões aplicada ao BNP Paribas em 2014; obedecer pode gerar punições da justiça brasileira.

Segundo a Tendências, instituições brasileiras que operam em Nova York podem ter licenças suspensas ou restrição ao uso do dólar, encarecendo linhas de crédito para exportadores e importadores. O economista Alexandre Schwartsman lembra que o impacto seria principalmente operacional, mas suficiente para reduzir liquidez, subir custos e atrasar projetos de expansão.

O cenário mais extremo envolve a retirada do Brasil do Swift, rede que processa a maioria das transações bancárias mundiais. A medida, aventada pelo representante comercial Jamieson Greer em entrevista à CBS, cortaria o país do sistema financeiro internacional. Sem Swift, exportadores teriam dificuldades para receber pagamento, importadores não conseguiriam honrar contratos e investidores veriam obstáculos para remeter dividendos. O Banco Central perderia agilidade para intervir no câmbio, ampliando volatilidade.

Possibilidade de congelamento das reservas em dólar

Analistas apontam ainda o risco, embora remoto, de congelamento das reservas brasileiras mantidas em títulos do Tesouro americano. Se Washington optasse por bloquear esses ativos, o Banco Central ficaria com menor capacidade de conter oscilações cambiais, quadro comparado por economistas a uma “bomba atômica” sobre a confiança no país.

No episódio russo de 2022, congelamentos semelhantes dificultaram transações e exigiram rearranjos urgentes. Para o Brasil, o efeito seria ainda mais severo, pois 83% das reservas estão denominadas em dólar. Sem acesso a esses recursos, empresas veriam o custo de hedge disparar, enquanto o governo perderia mecanismo crucial para estabilizar preços e proteger importações estratégicas, como combustíveis e fertilizantes.

Mercados já precificam incerteza

A mera possibilidade de novas sanções elevou a percepção de risco entre gestores. Na B3, papéis de exportadoras recuaram nos últimos pregões, o real perdeu força frente ao dólar e os juros futuros voltaram a subir. Com custo de capital mais alto e tendência de fuga de divisas, especialistas avaliam que a Selic teria espaço limitado para cortes, afetando consumo interno e amplificando o freio no investimento produtivo.

O aumento da desconfiança também estimula migração de investidores locais para ativos considerados seguros, como títulos do Tesouro americano e ouro, retirando liquidez dos mercados domésticos. Esse movimento, combinado às barreiras externas, pode reduzir o crescimento e pressionar o emprego já no próximo trimestre.

STF enfrenta impasse jurídico e bancos buscam saída

A decisão do ministro Flávio Dino, que declarou a necessidade de aval judicial para tornar válidas leis estrangeiras no Brasil, tensionou ainda mais o ambiente. Enquanto o Supremo reforça soberania normativa, a diplomacia dos EUA insiste que quem apoiar violadores de direitos humanos – na interpretação americana – estará sujeito a restrições. Em resposta, escritórios de advocacia recomendam às instituições financeiras mapear relações comerciais com autoridades sob investigação para mitigar riscos.

Com julgamento marcado e cenário internacional adverso, agentes do mercado monitoram cada passo da corte e aguardam definições que possam reduzir ou ampliar a exposição do país. Caso a condenação de Bolsonaro se confirme, a expectativa é de que Washington execute parte das medidas já anunciadas, impondo custos adicionais a empresas e ao governo.

Mesmo diante dos alertas, integrantes da equipe econômica defendem diálogo com a administração Trump para evitar escalada. O Ministério da Fazenda afirma ter obtido sinal verde do consórcio Swift, sediado na Bélgica, de que não pretende seguir sanções unilaterais, embora reconheça que qualquer decisão americana tende a repercutir imediatamente nos mercados.

Em síntese, a continuidade ou não das sanções dependerá do desfecho jurídico de Bolsonaro e da capacidade do governo de negociar com os Estados Unidos. Enquanto isso, empresas, bancos e investidores já ajustam portfólios para enfrentar um período de maior incerteza e possível contração econômica.

Se você deseja acompanhar outros desdobramentos políticos que podem afetar diretamente a economia do país, visite a seção dedicada em Política.

Resumo: O eventual encarceramento de Jair Bolsonaro cria ambiente propício para que os Estados Unidos reforcem tarifas, ampliem sanções pessoais e até cogitem excluir o Brasil do Swift. Caso as medidas avancem, o comércio exterior, o sistema financeiro e a estabilidade cambial serão diretamente impactados. Acompanhe nossos próximos relatórios e compartilhe este conteúdo para manter mais leitores informados.

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