O Partido dos Trabalhadores decidiu reduzir o tradicional vermelho e ampliar as cores da bandeira nacional em sua identidade visual para a segunda rodada de inserções partidárias na televisão, prevista para outubro. A campanha, produzida pela agência Leiaute, aposta na imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como figura patriótica e estadista, preparando terreno para a disputa eleitoral de 2026.
Mudança de identidade visual e foco em símbolos nacionais
Segundo o secretário de Comunicação do PT, Éden Valadares, a nova estratégia pretende esvaziar o domínio da direita sobre os símbolos nacionais. O partido planeja exibir cenas de grandes manifestações populares, incluindo a bandeira verde-amarela estendida na Avenida Paulista em 21 de setembro, como contraponto ao estandarte dos Estados Unidos carregado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro nas celebrações de 7 de Setembro.
“Nosso programa terá muito verde, amarelo, azul e branco”, explicou Valadares, acrescentando que a narrativa mostrará paisagens diversas, da Amazônia ao sertão nordestino, dos pampas gaúchos aos centros urbanos. A presença do vermelho, marca histórica da legenda, será reduzida para fortalecer a ideia de união nacional em torno de Lula.
Lula na ONU e contraste com a condenação de Bolsonaro
Parte central do roteiro será o discurso de Lula na 80ª Assembleia-Geral da ONU, realizado poucos dias após o Supremo Tribunal Federal condenar Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão. O objetivo declarado é destacar o atual presidente em arenas internacionais enquanto seu principal adversário enfrenta isolamento político e jurídico.
A comunicação petista aposta no contraste: de um lado, Lula discursando para chefes de Estado; de outro, Bolsonaro associado a processos judiciais. A peça evita ataques diretos, mas estabelece uma oposição implícita entre reconhecimento externo e dificuldades internas do ex-mandatário.
Temas econômicos e sociais em destaque
Além da simbologia verde-amarela, o PT pretende abordar propostas econômicas que considera prioritárias. Entre elas, isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil e a chamada “taxação BBB” — bilionários, bancos e sites de apostas esportivas. A mensagem deve reforçar o conceito de justiça tributária, substituindo o antigo discurso de polarização baseado no “nós contra eles”.
A primeira leva de inserções, já veiculada em setembro, abordou a rotina de trabalhadoras em jornada dupla e defendeu o fim da escala 6 por 1. Na fase que se inicia, o partido promete tom emotivo, recorrendo a cores e símbolos nacionais para ampliar identificação com o público.
PEC da Blindagem aparece de forma discreta
A derrota da Proposta de Emenda à Constituição que blindava parlamentares de processos sem aval do Congresso — conhecida como PEC da Blindagem — será mencionada apenas de modo pontual. Parte da bancada petista chegou a apoiar o texto, mas a direção decidiu minimizar o tema para evitar desgaste.
Outros assuntos sensíveis, como a articulação do deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e as recentes manifestações de rua contra anistia, também não terão destaque. O foco permanece na figura de Lula e na exibição de políticas sociais apresentadas como conquistas do governo.


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Imagem: Sílvio RibasBrasília
Cronograma e limites da propaganda partidária
As inserções partidárias autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral devem ir ao ar até o fim de outubro. Cada partido tem direito a até 10 minutos distribuídos em formato de 30 segundos, em rede nacional. Após essa etapa, novas exibições só serão liberadas em 2026, ano da eleição presidencial.
Responsável pelo material, a Leiaute é ligada ao ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. A agência assinou a campanha de 2022 que levou Lula ao terceiro mandato. Agora, repete a parceria para consolidar a narrativa de patriotismo e liderança internacional.
No contexto político, a adoção intensa do verde-amarelo pelo PT busca disputar o apelo patriótico tradicionalmente associado aos movimentos de direita. Ainda assim, a legenda mantém o vermelho em pequenas doses para não romper totalmente com a própria história.
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Em resumo, o PT reorganiza sua comunicação, veste Lula com as cores da bandeira e prepara o terreno para 2026 enquanto evita temas que possam gerar atrito imediato. Continue acompanhando nossas atualizações e receba as notícias mais relevantes diretamente no seu dispositivo.
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