Uma sondagem nacional divulgada em 20 de setembro expôs o desgaste acelerado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e reforçou o debate sobre a influência da sharia no sistema jurídico do Reino Unido. O cenário político, já marcado por protestos de rua contra a imigração ilegal, mostra a ascensão do Reform UK, legenda liderada por Nigel Farage, enquanto o Partido Trabalhista perde apoio entre eleitores tradicionais.
Maioria pede a saída de Starmer e Reform UK assume a liderança
O levantamento da Opinium entrevistou 2.050 adultos e apontou que 54 % desejam a renúncia imediata de Starmer. Entre os que votaram Trabalhista em 2024, 34 % também defendem a saída do premiê. A mesma pesquisa colocou o Reform UK na dianteira das intenções de voto com 31 % (+1 ponto), seguido pelo Partido Trabalhista, agora com 22 % (–1). Conservadores marcaram 17 % (–1) e Liberal-Democratas mantiveram 12 %.
O resultado contrasta com a vitória esmagadora dos trabalhistas em 2024, quando conquistaram mais de 410 das 650 cadeiras da Câmara dos Comuns. Desde então, o bloco governista encolheu para 399 assentos, pressionado pela fundação de um partido de inspiração islâmico-comunista criado por Jeremy Corbyn e Zarah Sultana. Entre os eleitores que escolheram Starmer no pleito passado, apenas 67 % votariam novamente nos trabalhistas; 12 % migrariam para o Reform UK, indicando erosão significativa no coração eleitoral da esquerda.
Protestos em Londres expõem crise de identidade e fronteiras
No domingo, 14 de setembro, entre 100 mil e 150 mil manifestantes tomaram as ruas da capital britânica. Portando bandeiras nacionais, eles exigiram políticas duras de proteção das fronteiras e o fim da chamada “invasão migratória islâmica”. O ato encerrou-se com discurso do nacionalista Tommy Robinson, que declarou não haver mais “maioria silenciosa” no país.
A mobilização reflete descontentamento com o ritmo de chegada de barcos clandestinos pelo Canal da Mancha e com a manutenção de migrantes em hotéis custeados pelo contribuinte. A expectativa de mudança recaiu sobre Shabana Mahmood, nomeada por Starmer como secretária do Interior após passagem pela pasta da Justiça. Até o momento, porém, nenhuma medida concreta para estancar o fluxo irregular foi anunciada.
Governo admite legitimidade de tribunais islâmicos
O tema ganhou contornos mais tensos em 16 de setembro, quando a ministra de Estado para Tribunais e Serviços Jurídicos, Sarah Sackman, afirmou na Câmara dos Comuns que os Sharia Councils são “plenamente legítimos” sempre que cidadãos optam por recorrer a eles. Segundo a integrante do governo, a prática estaria amparada na “tolerância religiosa”, valor considerado central na cultura britânica.
A declaração provocou reação imediata de parlamentares do Reform UK. Críticos alegam que a decisão consolida um sistema paralelo de justiça, frequentemente acusado de discriminar mulheres em processos de divórcio, herança e guarda de filhos. Levantamento recente do Daily Telegraph identificou 85 conselhos ou tribunais de sharia em operação no país, todos presididos por homens. A maioria se recusou a assinar a Lei de Arbitragem de 1996, o que limita a supervisão governamental e dificulta recursos contra decisões consideradas abusivas.
A flexibilização para jurisprudência religiosa não é exclusividade britânica. Em agosto, o Tribunal Regional Civil de Viena, na Áustria, autorizou a aplicação da sharia como parâmetro de arbitragem em disputas civis, desde que respeitados requisitos formais. Observadores alertam para o risco de fragmentação da soberania estatal e para a quebra do princípio de igualdade perante a lei.


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Imagem: Luca Voltè
Efeito na base trabalhista e no eleitorado moderado
Especialistas apontam que a estratégia de Starmer de cortejar comunidades islâmicas, somada ao reconhecimento de um Estado palestino e a nomeações favoráveis a pautas identitárias, tem alienado votantes moderados. A crescente atenção dada a Nigel Farage e a Tommy Robinson sugere que parte do eleitorado busca alternativas que prometam políticas migratórias rígidas e reafirmação da identidade nacional.
Analistas veem no recuo de Starmer e na adoção de pautas multiculturalistas um terreno fértil para o avanço conservador em redutos antes habitualmente trabalhistas. Caso a tendência se mantenha, o Reino Unido poderá assistir a nova recomposição partidária já nas próximas eleições locais e gerais.
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Em resumo, o governo Starmer enfrenta rejeição popular recorde, enquanto a legitimação de tribunais de sharia amplia a sensação de insegurança jurídica e cultural. Continue informado e participe do debate: compartilhe este conteúdo e deixe sua opinião nos comentários.
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