Brasília — Um levantamento da empresa Datrix, realizado entre 1º e 3 de setembro, revela que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de 43% de publicações negativas nas redes sociais no momento em que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou a análise da ação penal sobre plano de golpe. O estudo, encomendado pela CNN, contabilizou ainda 36% de postagens neutras, de caráter meramente informativo, e 21% de apoio explícito ao ex-chefe do Executivo.
Levantamento confirma clima hostil nas redes
De acordo com a Datrix, os conteúdos relacionados ao julgamento alcançaram cerca de 80 milhões de usuários em plataformas digitais. Logo na véspera do início da sessão, mais de 6 milhões de manifestações sobre Bolsonaro foram registradas, volume 34% superior ao dia anterior. O engajamento, segundo a análise, permaneceu elevado durante os dois dias de julgamento, mantendo o tema no topo dos debates virtuais.
O diretor-executivo da empresa, João Paulo Castro, explicou que as críticas a Bolsonaro se concentraram em pedidos de condenação e no uso recorrente do termo “golpista”. Também ganharam força menções que associam articulações pela aprovação de uma anistia no Congresso a um suposto “golpe parlamentar”, expressão comum entre opositores do ex-presidente.
No campo favorável a Bolsonaro, os 21% de publicações que demonstraram respaldo apontaram, em sua maioria, para o que chamam de “perseguição política” por parte do STF. Mensagens de apoio fizeram referência direta ao relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, e aproximaram o caso brasileiro da situação enfrentada pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, reforçando a denúncia de perseguição judicial a figuras conservadoras.
Embora minoritário no recorte geral, o contingente de apoio mostra coesão na defesa do ex-mandatário. Para analistas, a manutenção de uma base mobilizada indica capacidade de reação da direita mesmo diante de cenário adverso nos tribunais e na cobertura midiática.
Tarcísio de Freitas ganha visibilidade na disputa de narrativas
Outro destaque do estudo é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Presença constante em Brasília durante o julgamento e articulador pela anistia no Congresso, o ex-ministro da Infraestrutura foi citado em volume expressivo de publicações. Segundo a Datrix, 44% dessas menções foram positivas, enquanto 33% tiveram tom negativo. O restante permaneceu neutro.
Castro avalia que Tarcísio demonstrou resiliência ao se posicionar publicamente em defesa de Bolsonaro, ainda que parte da própria base conservadora questione o gesto. Para uns, trata-se de gesto de lealdade; para outros, oportunismo de olho nas eleições de 2026. Apesar da divisão, o saldo favorável pode fortalecer a imagem do governador como nome competitivo no cenário nacional.
Em agosto, Tarcísio ocupou o terceiro lugar no Índice Datrix de Presidenciáveis (IDP), que monitora desempenho digital de possíveis candidatos ao Planalto. O chefe do Executivo paulista ficou atrás apenas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do próprio Jair Bolsonaro, indicadores que confirmam sua relevância no debate político mesmo sem declarar intenção de candidatura.


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Imagem: Internet
Reações refletem disputa política em ambiente virtual
O levantamento da Datrix mostra que o ambiente digital continua a reproduzir a polarização observada nas urnas. Enquanto opositores investem em narrativas que buscam criminalizar Bolsonaro, apoiadores reforçam a tese de judicialização seletiva contra lideranças de direita. A distribuição de 43% de ataques contra 21% de apoio, com 36% de conteúdos neutros, sugere desequilíbrio temporário, mas não altera a presença consistente da base conservadora.
Para especialistas em comunicação política, o impacto de publicações negativas tende a ser mitigado pela alta fidelidade do eleitorado bolsonarista. Mesmo sob forte pressão institucional, a adesão de 21% demonstra capacidade de mobilização orgânica, potencialmente decisiva em ciclos eleitorais futuros.
Além disso, a visibilidade de Tarcísio de Freitas aponta para reconfiguração interna no campo da direita. Se por um lado o governador conquista protagonismo, por outro precisa equilibrar-se entre a defesa do legado de Bolsonaro e a construção de uma identidade própria, tarefa que ganha relevo à medida que o calendário eleitoral se aproxima.
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Em síntese, o estudo da Datrix confirma ambiente predominantemente crítico a Jair Bolsonaro nas redes durante o julgamento no STF, mas evidencia também a permanência de apoio expressivo e a ascensão de Tarcísio de Freitas como figura de destaque. Fique atento às próximas movimentações e acompanhe nossos conteúdos para não perder nenhum detalhe.
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