O romance “1984”, de George Orwell, voltou ao centro das atenções depois que um relatório do governo britânico identificou a obra como potencialmente “radicalizadora”. A inclusão do clássico na lista reacendeu o debate sobre monitoramento estatal, controle da linguagem e liberdade de pensamento – temas que o próprio livro descreve em detalhes.
Relatório oficial põe foco em clássicos literários
De acordo com o documento divulgado no Reino Unido, ler determinadas obras, entre elas “1984”, poderia indicar risco de engajamento em ações contra a ordem vigente. O mesmo relatório menciona autores como William Shakespeare, J. R. R. Tolkien, G. K. Chesterton e C. S. Lewis. O critério apresentado é o de que textos que questionem autoridade ou proponham resistência ideológica merecem atenção dos órgãos de segurança.
O posicionamento oficial transformou o romance de Orwell, publicado em 1949, num símbolo contemporâneo de resistência ao que muitos consideram intromissão governamental excessiva. A frase popularizada durante a pandemia – “Faça Orwell voltar a ser ficção” – voltou a circular com intensidade nas redes sociais.
Enredo continua atual
“1984” acompanha a vida de Winston Smith, funcionário do Ministério da Verdade num regime totalitário que reescreve o passado para manter o Partido sempre correto. Nesse cenário, a vigilância é permanente por meio das chamadas teletelas, aparelhos que captam áudio e vídeo dentro das residências. Qualquer manifestação divergente é enquadrada como crimipensar, o “crime de pensar”.
O protagonista inicia sua rebelião ao registrar, num caderno escondido, a frase “ABAIXO O GRANDE IRMÃO”. Esse ato de escrita, aparentemente simples, representa a primeira infração punível com a morte. Ao lado de Julia, sua parceira, Winston descobre sentimentos proibidos e passa a questionar o regime. A trajetória dos personagens revela o objetivo central do Partido: suprimir o indivíduo e controlar a linguagem. Para isso, a obra apresenta a novilíngua, idioma reduzido a expressões que eliminam nuances de pensamento.
Origem socialista do regime fictício
No livro, a Oceânia adota o “Socialismo Inglês” – abreviado como Socing – e divide o planeta em três blocos dominantes que travam guerras sem fim. A inspiração teria relação com a Sociedade Fabiana, fundada em 1884 com o propósito de implantar o socialismo de forma gradual. Orwell, que lutou na Guerra Civil Espanhola e quase foi executado por milícias comunistas, transformou suas vivências em crítica ao coletivismo extremo.
Controle da linguagem ganha destaque atual
O slogan do Partido no romance – “Quem controla a linguagem controla as ideias” – é citado em debates modernos sobre censura algoritmada, filtros de conteúdo e mudança de vocabulário oficial. Analistas observam paralelos entre a novilíngua de Orwell e propostas que pretendem redesenhar expressões tradicionais por motivos políticos.
Recepção recente
A redescoberta de “1984” não se limita ao Reino Unido. Durante a pandemia, o livro entrou em listas de mais vendidos em vários países, impulsionado pela percepção de restrições inéditas à circulação de pessoas e de informações. Para leitores conservadores, a narrativa serve como alerta contra a expansão estatal e a erosão de liberdades civis.


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Citações que marcaram gerações
Entre os trechos mais lembrados está a cena na qual o torturador O’Brien descreve o futuro como “uma bota esmagando um rosto humano para sempre”. A imagem de brutalidade permanente reforça a mensagem central do romance: o poder absoluto não admite oposição nem memória independente.
Outro momento significativo é a contemplação de Winston diante de um peso de papel com um fragmento de coral. O objeto, pequeno e aparentemente sem valor, simboliza a possibilidade de transcendência individual em meio ao controle total.
Livro segue como termômetro da liberdade
Mesmo 75 anos após a publicação, “1984” permanece na pauta pública sempre que novas tecnologias de vigilância ou políticas de regulação de discurso avançam. O relatório britânico inseriu a obra novamente no centro da conversa mundial, lembrando que a ficção pode funcionar como espelho de práticas políticas contemporâneas.
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Em síntese, a classificação de “1984” como leitura potencialmente radicalizadora reacendeu discussões sobre liberdade de expressão, vigilância e poder estatal. Continue seguindo nossa cobertura e mantenha-se informado sobre cada desdobramento.
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