São Paulo, 2025 — A introdução dos resumos gerados por inteligência artificial nos resultados de busca do Google tem provocado uma queda expressiva no tráfego orgânico de sites jornalísticos e de criadores de conteúdo. Estudos recentes apontam reduções que chegam a 35% nos cliques, acendendo o debate sobre o impacto da nova funcionalidade no ecossistema de informação online.
Efeito imediato na taxa de cliques
Lançada em maio de 2024, a Visão Geral por IA exibe respostas sintéticas no topo da página de resultados. Dados do Pew Research Center, coletados junto a 900 adultos nos Estados Unidos, mostram que consultas sem o recurso mantiveram taxa de cliques de 15%. Quando a síntese por IA aparece, o índice cai para 8%, praticamente a metade.
Análise da plataforma Ahrefs, publicada em 17 de abril de 2025, reforça o cenário. O estudo comparou 300 mil termos pesquisados em março de 2024, antes da chegada dos resumos, com o mesmo período de 2025. O resultado foi uma redução média de 34,5% nos acessos orgânicos quando a Visão Geral por IA é exibida.
A WordStream observou tendência semelhante: quase 35% de queda nos cliques e aumento de 58% nas buscas zero click — situações em que o usuário obtém a resposta diretamente na própria página do Google, sem visitar sites externos.
Consequências para criadores e veículos de imprensa
O Google tem se consolidado como destino final da informação, ao fornecer respostas completas no próprio buscador. Para produtores de conteúdo que dependem de audiência e publicidade, a mudança representa risco financeiro imediato. Após uma atualização liberada em março de 2025, portais no Brasil e em outros países relatam perdas de até 40% no tráfego.
No Brasil, a adoção de IA generativa é elevada. Pesquisa global do Google indica que 54% dos brasileiros já utilizam essa tecnologia, enquanto levantamento da Read AI aponta que 68% dos profissionais consultados recorrem à IA ao menos uma vez por dia. Mesmo com a receptividade, entidades jornalísticas relatam danos econômicos significativos.


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Imagem: Vitor Pádua via tecnoblog.net
Pressão regulatória no Brasil e na União Europeia
Associações como a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Repórteres Sem Fronteiras solicitaram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a abertura de investigação contra o Google. As organizações alegam possível abuso de posição dominante por exibir extratos de conteúdo jornalístico sem remuneração adequada.
O cenário brasileiro reflete disputas que também avançam em outras regiões. Na União Europeia, autoridades antitruste avaliam reclamações semelhantes apresentadas por editores que afirmam perder receita à medida que o buscador concentra a atenção do usuário.
Expansão global do recurso
Em maio de 2025, o Google informou que as Visões de IA já operavam em 200 países e 40 idiomas. A rápida expansão amplia o alcance do modelo e, consequentemente, o efeito sobre sites que dependem de tráfego orgânico. Embora a empresa declare foco em melhorar a experiência do usuário, os dados apontam um reposicionamento da plataforma, que passa de intermediária de links a fornecedora direta de respostas.
Enquanto a discussão sobre compensação a publishers avança, criadores de conteúdo buscam alternativas para recuperar audiência, como otimização para novos formatos de busca e diversificação de canais. Ainda não há indicação de recuo por parte da gigante de tecnologia, que vê na IA um diferencial competitivo para manter usuários dentro de seu ecossistema.

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