Brasília, 25 de setembro de 2025 — A escalada de sanções anunciadas pelos Estados Unidos contra autoridades brasileiras, que agora alcançam Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, aprofundou o isolamento político de Eduardo Bolsonaro. O deputado, que defende a anistia como “único remédio” para reverter penas aplicadas a aliados, vê sua margem de manobra reduzir-se a cada novo revés institucional.
Reação popular e mudança de cenário
Há quatro meses, o governo Lula enfrentava sucessivas derrotas no Congresso e índices de desaprovação em alta. No entanto, a adoção de tarifas comerciais pelo ex-presidente americano Donald Trump — medida apoiada publicamente por Eduardo Bolsonaro — provocou reação imediata dos setores produtivos e forneceu ao Planalto um discurso de defesa do interesse nacional. O resultado tornou-se visível no último fim de semana, quando atos convocados pela esquerda mobilizaram multidões em capitais de todo o país.
Pesquisas recentes da Atlas/Bloomberg confirmam a virada: em simulações de segundo turno para 2026, Lula supera todos os adversários, inclusive Jair Bolsonaro. A volta do tema econômico ao centro do debate e a narrativa de soberania ante sanções estrangeiras contribuíram decisivamente para esse realinhamento do eleitorado.
Pressão jurídica sobre a família Bolsonaro
Paralelamente ao avanço de Lula nas sondagens, a área jurídica fechou o cerco ao ex-chefe do Executivo. Jair Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar e posteriormente condenado pelo Supremo Tribunal Federal, enquanto novas investigações por coação no curso do processo atingem também Eduardo. A possibilidade de um acordo que alivie penalidades tornou-se distante depois que o Centrão transformou a proposta de anistia em projeto de “dosimetria de penas”, rebatizado por Michel Temer. O texto, restrito a ajustes na punição, perdeu apelo junto à base bolsonarista.
A ofensiva de Washington agrava o quadro. As sanções com fundamento na Lei Magnitsky miram servidores e autoridades consideradas violadoras de direitos, agora incluindo parentes de magistrados brasileiros. Longe de intimidar a cúpula do Judiciário, as medidas reforçaram a união corporativa do STF com parlamentares influentes, que temem ingerência externa nos processos em curso.
Caminho estreito para o deputado
Analistas do Congresso observam que Eduardo Bolsonaro queimou pontes com potenciais aliados ao adotar discurso de confronto total. O parlamentar atacou lideranças que antes atuavam como intermediárias, ampliando o isolamento. A falta de canais de negociação impede que articule apoio para rever decisões judiciais ou acelerar propostas de interesse do seu grupo.
O episódio mais recente expôs esse impasse. Na quarta-feira, Donald Trump revelou ter abraçado Lula durante encontro informal. O gesto foi interpretado como reconhecimento tácito do peso político do atual presidente, deixando Eduardo sem o respaldo externo que embasava sua estratégia de “terra arrasada”.
Dentro da Câmara, coordenadores de bancadas indicam que a pauta econômica e a defesa de empregos venceram o apelo ideológico. Empresários pressionam contra qualquer ação que amplie incertezas no comércio internacional, enquanto governadores temem perda de investimentos caso a crise se prolongue. Esse pragmatismo reduziu espaço para a retórica de sanções compensatórias defendida pelo deputado.


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Imagem: Zoltan Mathe
Impacto nas eleições de 2026
Com Lula à frente nas pesquisas e a oposição fragmentada, dirigentes partidários já reavaliam alianças para a próxima disputa presidencial. A prisão de Jair Bolsonaro, somada às investigações sobre Eduardo, lançou dúvida sobre a viabilidade eleitoral do principal bloco conservador. Figuras do centrão vislumbram cenário propício para negociações diretas com o Planalto, enquanto legendas menores tentam posicionar-se como terceira via moderada.
Apesar do revés, a base bolsonarista mantém forte presença nas redes sociais e poderá influenciar votações pontuais. Contudo, sem articulação institucional, a capacidade de transformar pressão digital em resultado legislativo tende a diminuir.
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Em síntese, o endurecimento das sanções americanas, somado à reação popular e ao avanço de processos judiciais, colocou Eduardo Bolsonaro em rota de colisão sem saída aparente. Com a esquerda fortalecida nas ruas e Lula consolidado nas pesquisas, o deputado enfrenta desafio duplo: reverter o isolamento interno e lidar com a perda de apoio externo. A conjuntura aponta para uma campanha de 2026 dominada por debates econômicos e institucionais, nos quais o campo conservador precisará redefinir estratégia para manter relevância.
Fique atento: novas movimentações em Brasília podem alterar esse equilíbrio nas próximas semanas. Acompanhe-nos e receba atualizações em tempo real.
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