Roma, 2 de outubro de 2025 – O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, foi conduzido por policiais em Torano Castello, na Calábria, para cumprir medidas cautelares relacionadas ao pedido de extradição em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Libertado no mesmo dia, ele afirmou que o procedimento italiano segue “o rito correto”, em contraste com o que chamou de “rito mágico” aplicado por Moraes no Brasil.
Condução tranquila e restrição de circulação
Segundo Tagliaferro, a notificação ocorreu na quarta-feira (1º). Dois carabinieri chegaram à residência dele pela manhã, apresentaram o ofício expedido por uma corte de Catanzaro e o levaram à delegacia local. O brasileiro entregou documentos pessoais, incluindo os passaportes italiano e brasileiro, e recebeu a determinação de permanecer na comarca até nova orientação judicial.
“Foi tudo na mais absoluta calma”, relatou o ex-assessor em entrevista no canal de Paulo Figueiredo. “Eles deixaram claro que eu voltaria para casa naquele mesmo dia e que a medida tinha caráter apenas identificatório.” Nenhum equipamento eletrônico foi apreendido, e não houve imposição de tornozeleira ou proibição de interação on-line. A limitação imposta é a necessidade de comunicar à Justiça italiana qualquer deslocamento para outro município.
Alegações de perseguição e críticas ao ministro do STF
Residindo na Itália desde julho, Tagliaferro tornou-se voz ativa contra decisões de Moraes e do TSE. Ao sair da delegacia, classificou o magistrado como seu “maior inimigo atual” e acusou a Corte Eleitoral de ter sido utilizada para fins políticos durante as eleições de 2022, período em que ele próprio atuou na equipe técnica.
Tagliaferro sustenta não ter cometido crime, argumentando que apenas divulgou informações que, segundo ele, mostram abuso de poder. Ainda de acordo com o ex-assessor, a tentativa de incluí-lo na lista de difusão vermelha da Interpol teria sido rejeitada pelo órgão internacional. “Tenho confirmação extraoficial de que meu nome não foi inserido, apesar da insistência de Moraes”, declarou.
O pedido de extradição enviado ao governo italiano sustenta que Tagliaferro vazou dados sigilosos e buscou instrumentalizar investigações em favor de interesses políticos. A defesa nega e afirma que adotará todas as medidas cabíveis em Brasília e em Roma para preservar os direitos do investigado.
Contexto jurídico do caso
O processo aberto no STF faz parte de investigações sobre supostas milícias digitais e divulgação de documentos internos da Corte Eleitoral. Ao determinar a extradição, Moraes argumentou que a continuidade das apurações depende da presença de Tagliaferro no Brasil. Já as autoridades italianas, seguindo tratados de cooperação penal, iniciaram o trâmite necessário para avaliar se há base legal para deportação, o que pode levar meses.
Especialistas em direito internacional observam que, na Itália, réus só são detidos preventivamente em casos de comprovado risco de fuga ou ameaça à ordem pública. Diante disso, a Corte de Catanzaro optou por reter documentos de viagem e restringir a circulação ao município, sem impor prisão provisória.


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Imagem: Saulo Cruz
Próximos passos
O Ministério da Justiça italiano notificará o STF sobre as medidas iniciais e aguarda documentos adicionais, como tradução juramentada dos autos e demonstração de dupla tipicidade – requisito para extradição. Enquanto isso, Tagliaferro continuará em Torano Castello, de onde pretende participar virtualmente de audiências no Congresso brasileiro para reforçar as denúncias contra Moraes.
No plano jurídico, a defesa prepara recursos tanto no Supremo quanto em tribunais italianos. O advogado Eduardo Kuntz argumenta que não há tipificação penal compatível na legislação europeia que justifique a entrega do cliente ao Brasil.
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Em resumo, a condução de Eduardo Tagliaferro evidenciou diferenças entre os sistemas judiciais de Brasil e Itália. O ex-assessor segue em liberdade, ainda que limitado a uma comarca italiana, e promete intensificar as acusações de abuso de autoridade contra Alexandre de Moraes. Continue acompanhando nossos conteúdos e compartilhe para que mais leitores fiquem informados.
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