Roma, 1º de novembro — O jurista e ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, foi levado por policiais italianos a uma delegacia na manhã desta quarta-feira (1). A condução ocorreu para formalizar uma medida cautelar relacionada a um pedido de extradição apresentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a partir de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Condução sem incidentes e comparação de procedimentos
Em entrevista ao programa Paulo Figueiredo Show, no YouTube, Tagliaferro relatou que a abordagem dos carabinieri foi “calma e tranquila”, sem qualquer constrangimento. Segundo ele, o ato se restringiu à conferência de documentos e à entrega da notificação oficial. “É o rito correto na Itália, não o virtual magic rite do Alexandre de Moraes”, declarou, fazendo alusão às decisões eletrônicas emitidas pelo ministro do STF.
Dentro da delegacia, os agentes solicitaram os dois passaportes do ex-assessor — o brasileiro e o italiano — para fins de identificação. Tagliaferro destacou a cordialidade dos policiais, que informaram desconhecer detalhes do processo originário no Brasil. “Disseram que havia um mandado de uma corte de Catanzaro e que, após a notificação, eu voltaria para casa”, contou.
Medida cautelar e possibilidade de cópia dos autos
O advogado do jurista, Eduardo Kuntz, esclareceu que a condução teve por única finalidade comunicar a existência de restrição de circulação dentro do território italiano. “Ao chegar à delegacia, ele pôde tomar ciência oficial do pedido, copiar os documentos e retornar à residência”, explicou. Não houve prisão preventiva, tampouco recolhimento de passaporte, permanecendo o ex-assessor em liberdade.
Contexto do pedido de extradição
Tagliaferro passou a residir na Itália depois de deixar o TSE em maio de 2023, ocasião em que foi preso por violência doméstica. Em setembro de 2025, ele prestou depoimento à Comissão de Segurança Pública do Senado Federal e acusou Alexandre de Moraes de “fraude processual gravíssima” na investigação contra oito empresários que manifestaram apoio ao então presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
O procedimento de extradição está vinculado à Petição 12936, derivada do Inquérito 4972 em curso no STF. A Corte brasileira alega que o ex-assessor responde a processos criminais, razão pela qual solicitou a colaboração da Justiça italiana.
Críticas ao ministro do STF
Durante a entrevista, o jurista voltou a questionar a condução de inquéritos sob relatoria de Moraes. Ele afirmou que, diferentemente do Brasil, a Itália adota “regras claras de contraditório e ampla defesa”, apontando que todas as etapas correm de forma transparente e com notificação prévia. O ex-assessor reiterou que cooperará com as autoridades italianas e pretende contestar o pedido de extradição.


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Imagem: Internet
Próximos passos no processo
Com a medida cautelar já formalizada, o procedimento dependerá agora de manifestação da Corte de Apelação de Catanzaro, responsável por analisar pedidos de cooperação internacional. A defesa deverá apresentar documentos que, segundo Kuntz, demonstrarão “inconsistências” na solicitação brasileira. Caso a Justiça italiana considere os requisitos formais atendidos, o processo seguirá para decisão definitiva do Ministério da Justiça da Itália.
Até lá, Tagliaferro permanece em solo italiano, podendo circular dentro de certas áreas previamente delimitadas. Ele não está impedido de trabalhar nem de conceder entrevistas, mas deve comunicar qualquer mudança de endereço às autoridades locais.
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Em síntese, a condução de Eduardo Tagliaferro pelas forças de segurança italianas seguiu o protocolo padrão de notificações judiciais. O ex-assessor reafirmou críticas ao modelo adotado pelo ministro Alexandre de Moraes e garantiu que continuará colaborando com a Justiça da Itália. Continue conosco para receber atualizações sobre este e outros casos relevantes.
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