O Brasil abriga cerca de um quinto das reservas mundiais de terras raras, grupo de 17 minerais essenciais para indústrias estratégicas que vão de carros elétricos a mísseis guiados. Nas últimas décadas, Washington e Brasília vinham discutindo como destravar esse potencial e reduzir a dependência global da China, que domina 90 % do fornecimento desses insumos. Contudo, a imposição de tarifas norte-americanas de 50 % sobre produtos brasileiros colocou o plano em compasso de espera.
Negociações promissoras antes das tarifas
Relatos de autoridades brasileiras e ex-funcionários dos Estados Unidos indicam que as conversas começaram ainda em 2022. Integrantes do Departamento de Estado visitaram o país pelo menos cinco vezes entre 2022 e 2024, interessados em apoio técnico, investimentos e garantia de acesso futuro aos minerais. Entre os pontos de atenção estavam o laboratório pioneiro que o Brasil ergue para converter terras raras em ímãs e o cronograma para vendas ao Pentágono.
Em paralelo, investidores norte-americanos e britânicos destinaram US$ 150 milhões à mina Serra Verde, primeira operação nacional com produção regular desses elementos. Embora o volume extraído ainda seja modesto e dependa de processamento na China, a expectativa era criar, em solo brasileiro, uma cadeia completa que incluísse unidades de separação química e fábricas de ímãs de alto valor agregado.
Escalada comercial interrompe avanço
A conjuntura mudou em julho, quando o presidente Donald Trump anunciou tarifas de 50 % sobre importações brasileiras, justificando a medida como defesa de interesses comerciais norte-americanos. A decisão ocorreu enquanto as duas chancelarias discutiam incluir o acesso a minerais estratégicos no pacote de negociações.
A resposta do Palácio do Planalto veio em tom de soberania. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que “ninguém põe a mão” nos recursos críticos do país e passou a sinalizar aproximações com outros parceiros, como a Índia. O tema rapidamente ganhou manchetes no Brasil, reacendendo o histórico receio de interferência externa em setores de mineração.
Potencial brasileiro desafia domínio chinês
Estudos do Serviço Geológico do Brasil estimam reservas nacionais de 21 milhões de toneladas. Segundo o órgão, ainda há extensas áreas a mapear. Para autoridades norte-americanas, essa oferta seria peça-chave na diversificação de fontes fora da China, que já suspendeu exportações ao Japão em 2010 e restringe envios de ímãs aos Estados Unidos em retaliação a políticas tarifárias.
O ex-subsecretário de Estado José Fernandez considera que Brasília mantinha “porta aberta” para cooperação até o novo atrito comercial. Ele alerta que a indefinição pode atrasar investimentos de empresas norte-americanas, que agora veem risco de um “embargo de fato” caso as tarifas permaneçam e as terras raras continuem fora da lista de exceções alfandegárias.
Caminhos alternativos em estudo
Sem avanço com Washington, o governo brasileiro passou a ampliar contatos com companhias da Espanha para mapeamento geológico e com um consórcio público-privado, formado por mais de vinte grupos de pesquisa internacionais, voltado à etapa de processamento. Em território nacional, apenas a mina Serra Verde opera, mas todo o refino é feito na Ásia. A meta oficial é instalar plantas químicas e metalúrgicas que permitam produção integrada até a fase de ímãs, reduzindo custos logísticos e agregando valor à exportação.

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Imagem: Internet
Embora as tarifas tenham sido atenuadas por centenas de exceções, os minerais críticos permanecem fora da lista. Especialistas ouvidos pelo setor lembram que esse detalhe inibe novos aportes estrangeiros e pode retardar a construção de fábricas em solo brasileiro. Ainda assim, Brasília mantém discurso de que negociações podem ser retomadas caso as condições comerciais mudem.
Impasses políticos travam resultado
A retórica ganhou contornos mais duros nas últimas semanas. Trump classificou o Brasil como “péssimo parceiro comercial”, enquanto Lula destacou o déficit brasileiro na balança com os Estados Unidos e reiterou não aceitar condicionantes ligadas ao processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro. Até o momento, não há previsão de nova rodada formal de diálogos.
No cenário atual, a janela para uma aliança que fortalecesse o eixo Brasil–EUA na cadeia de suprimentos de terras raras permanece aberta, porém com obstáculos políticos consideráveis. Sem acordo, Pequim segue como principal destino do material extraído em Goiás e, consequentemente, detém a etapa de refino que permite transformar os óxidos em componentes de alto valor tecnológico.
Para conhecer outros desdobramentos sobre a relação entre Brasília e Washington, consulte a seção de Política em https://geraldenoticias.com.br/category/politica.
Em resumo, o impasse tarifário suspende um projeto que poderia diversificar a oferta internacional de minerais estratégicos e transformar o Brasil em polo industrial de terras raras. Acompanhe nossas próximas publicações e mantenha-se informado sobre os rumos dessa disputa crucial para a segurança energética e tecnológica global.

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