Entraram em vigor as tarifas anunciadas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos importados de mais de 90 nações. A medida, classificada como protecionista pelos críticos, tem como foco reduzir a dependência dos Estados Unidos da China em minerais estratégicos e reforçar a posição norte-americana na indústria de alta tecnologia.
Dependência exposta pela cadeia de terras raras
As chamadas terras raras formam um grupo de 17 minerais essenciais para setores de defesa, eletrônica, automóveis e energia. De acordo com dados do United States Geological Survey, a China controla perto de 60 % da produção mundial e detém as maiores reservas conhecidas. Essa liderança confere ao gigante asiático influência direta sobre duas das três turbinas da economia moderna: semicondutores e armamentos.
Estudos internos do Pentágono indicam que quase dois terços da base industrial de defesa dos EUA utilizam componentes que dependem desses minerais. Em consequência, qualquer restrição imposta por Pequim criaria gargalos imediatos nas linhas de produção de equipamentos militares, satélites e sistemas de comunicação.
Ao taxar países com grandes jazidas ou crescimento recente na extração de terras raras, Washington busca abrir margem para acordos bilaterais que assegurem acesso preferencial às reservas. Brasil, Índia e Myanmar, respectivamente segunda, terceira e uma das mais novas fontes de produção, foram incluídos na lista de países submetidos às novas tarifas.
Estratégia ancorada em finanças e segurança
Até meados dos anos 2000, a participação da China na fabricação de produtos norte-americanos era vista como vantajosa. Empresas como a Apple transferiram linhas inteiras de montagem para a Ásia, reduzindo custos e ampliando margens. Em paralelo, o país asiático aproveitou o superávit comercial com os Estados Unidos para comprar títulos do Tesouro norte-americano, financiando parte dos programas sociais, incentivos fiscais e gastos militares de Washington.
O cenário mudou quando analistas passaram a projetar a China como maior economia global pelo critério de paridade de poder de compra (PPP). A possibilidade de dependência externa em setores críticos motivou assessores de segurança nacional a propor barreiras contra produtos e matérias-primas controlados por Pequim.
A nova rodada de tarifas cobre itens industriais, químicos e metálicos. O mecanismo concede margem de negociação caso o país afetado aceite rediscutir contratos de fornecimento de minerais estratégicos. Dessa forma, a Casa Branca espera diversificar a origem das terras raras, diluir o peso chinês e fortalecer cadeias produtivas internas.
Pressão sobre aliados e adversários
Brasil e Índia, ambos membros do quadro dos BRICS, figuram entre os principais alvos. Reservas ainda não exploradas integralmente em Minas Gerais e na costa leste indiana atraem atenção de companhias norte-americanas do setor de defesa. Ao elevar tarifas, a administração Trump sinaliza que negócios só avançarão mediante garantias de fornecimento estável desses insumos para empresas sediadas nos EUA.


Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS


Imagem: Aar Schwartz
Em Myanmar, país que ganhou relevância no mercado global de terras raras durante a última década, o aumento tarifário também busca abrir espaço para contratos de exploração conjuntos. A medida acompanha a disputa estratégica no Indo-Pacífico, região onde Washington, Pequim e Nova Délhi competem pela influência política e militar.
Impacto financeiro e industrial
As tarifas representam nova fonte de receita para o Tesouro norte-americano e podem compensar parcialmente o déficit comercial, mas o eixo central da decisão continua sendo geopolítico. Ao encarecer importações de países que não cooperem na área de minerais críticos, o governo norte-americano reforça a mensagem de que a segurança nacional tem precedência sobre ganhos de curto prazo no varejo.
No plano doméstico, empresas de tecnologia e defesa já iniciaram programas de substituição de cadeias de suprimento. A expectativa é de que investimentos em refinarias de terras raras nos estados do Texas e da Califórnia reduzam a dependência externa em até 20 % ao longo dos próximos cinco anos.
Para acompanhar outras atualizações sobre movimentações políticas que impactam a economia global, visite a seção de política em Geral de Notícias.
Em síntese, as tarifas de Trump servem como ferramenta de barganha para garantir aos Estados Unidos acesso contínuo a minerais estratégicos, limitando a vantagem chinesa e preservando a liderança americana em setores de alta tecnologia. Acompanhe nossos próximos artigos e fique por dentro dos desdobramentos dessa disputa que redefine acordos comerciais e rotas de fornecimento.
Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada



