A socióloga Rosângela da Silva, conhecida como Janja, chegou a Nova York uma semana antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acompanhar a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Desta vez, a primeira-dama adotou um roteiro mais discreto e reduziu os custos da estadia, após ter prometido “ressignificar” o posto desde sua mudança para o Palácio da Alvorada.
Viagem enxuta e mudanças de protocolo
No desembarque, Janja evitou as habituais apresentações de dança e substituiu as roupas multicoloridas por um traje neutro. A medida mais simbólica foi a escolha da hospedagem. Em vez de reservar suítes de alto padrão, a primeira-dama alojou-se na residência oficial do embaixador Sérgio Danese, representante permanente do Brasil na ONU. A opção elimina despesas de hotelaria e aproxima a comitiva do corpo diplomático brasileiro sediado na cidade.
A chegada antecipada repete o padrão adotado em 2023, mas com alterações logísticas. Assessores indicam que o planejamento priorizou reuniões técnicas e descartou passeios turísticos em dias úteis. A estratégia foi descrita como parte do “último ano” da fase de adaptação de Janja ao papel de primeira-dama, com ênfase em ações de bastidor ligadas a eventos multilaterais.
Agenda centrada em temas sociais e ambientais
Segundo a programação divulgada em 18 de setembro, Janja participou, ainda na tarde de quinta-feira, de uma reunião sobre “Transversalização de Gênero e Clima” para a COP30. Na sexta-feira (19), incluiu-se no painel “Balanço Ético Global – América do Norte”. Para a segunda-feira seguinte, a agenda prevê discussões sobre “Direitos Humanos, Transição Justa” e “Igualdade Racial e Periferias”. Na terça-feira, a pauta será “Merenda Escolar Regenerativa para as Pessoas e o Planeta”. Já na quarta-feira (24), Janja comparecerá ao “Café da Manhã Ministerial para Campeões da Nutrição”. Todos os encontros são promovidos por entidades vinculadas à ONU ou por organizações parceiras.
Apesar de integrar as atividades oficiais da semana de alto nível, a primeira-dama não terá participação direta na elaboração do discurso brasileiro que abrirá a assembleia. O texto, redigido pelo assessor especial Celso Amorim, deverá ser finalizado pelo Itamaraty em coordenação com o Palácio do Planalto. A tradição de o Brasil inaugurar o debate geral remonta a 1947, em referência ao então embaixador Osvaldo Aranha, que presidiu a sessão e obteve apoio para o plano de partilha da Palestina.
Lula prepara pronunciamento; Brasil manterá direito de fala inaugural
Lula chegará a Nova York na véspera da abertura do segmento de chefes de Estado. Será a nona vez que o presidente discursará na ONU – oito no período entre 2003 e 2010, mais a atual. Em meio a novos alinhamentos geopolíticos, a delegação brasileira buscará sublinhar propostas na área climática e defender a ampliação do Conselho de Segurança.
Fontes diplomáticas afirmam que a presença prévia de Janja oferece suporte logístico à equipe presidencial, sobretudo na recepção de autoridades estrangeiras e na articulação de encontros paralelos. O Itamaraty estima que, ao abrigar parte da comitiva na representação do Brasil, haverá economia em diárias e transporte.
Contexto histórico e expectativa para a sessão
A participação de primeiras-damas brasileiras em agendas próprias durante a Assembleia da ONU não é inédita, mas ganha relevo à medida que temas de gênero, clima e segurança alimentar recebem maior espaço nos fóruns multilaterais. Entre 2003 e 2016, as ex-primeiras-damas Marisa Letícia e Marcela Temer concentraram-se em compromissos protocolares limitados. Com Janja, o Palácio do Planalto busca ampliar a presença em debates temáticos.


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Imagem: Mtag Revista Oeste
O discurso de abertura do Brasil costuma ser observado por chanceleres e analistas como indicador da posição do país sobre crises internacionais. Nesta edição, a atenção se volta para a guerra na Ucrânia, as tensões no Oriente Médio e as mudanças climáticas. A delegação brasileira também pretende ressaltar a escolha de Belém (PA) como sede da COP30, prevista para 2025.
A condução de Janja em Nova York será vista como teste de adequação ao protocolo diplomático, após críticas anteriores sobre custos de viagens e estilo pessoal. O governo sustenta que a agenda atual demonstra compromisso com austeridade e foco em temas sociais. Observadores apontam que a estratégia visa evitar desgastes públicos durante a semana de alto nível, quando holofotes internacionais se voltam à cidade-sede da ONU.
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Com a expectativa de um pronunciamento que reforce pautas internas e externas do governo, a presença antecipada da primeira-dama em Nova York sinaliza mudança de postura e ajuste nos protocolos. Acompanhe nossas próximas publicações e fique por dentro de cada etapa da participação brasileira na Assembleia Geral da ONU.
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