geraldenoticias 1759795028

Rei da Soja: a década sem Olacyr de Moraes e o legado que manteve o Brasil líder no agronegócio

Política

São Paulo, outubro de 2025 – Dez anos após a morte de Olacyr de Moraes, o “Rei da Soja”, sua trajetória continua a ilustrar como visão empreendedora e coragem para investir no campo transformaram o Centro-Oeste no maior polo agrícola do planeta. Nascido em 1931 no interior paulista, filho de imigrantes libaneses sem grandes posses, Moraes construiu um conglomerado de 40 empresas, empregou 25 mil pessoas e foi o primeiro brasileiro na lista de bilionários da revista Forbes. Ainda assim, encerrou a vida em 2015 com dívidas estimadas em US$ 1 bilhão, resultado de uma aposta ousada na malha ferroviária nacional.

Da construção civil ao domínio da soja

Aos 19 anos, Olacyr fundou, com o pai e o irmão, uma transportadora de pedras para pavimentação em São Paulo. O negócio evoluiu para a Constran em 1957, beneficiada por obras do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek e, depois, pelo crescimento acelerado do período militar. Rodovias, pontes, hidrelétricas e parte do Metrô paulistano saíram do papel com o selo da empreiteira, garantindo caixa robusto e acesso decisivo aos círculos políticos de Brasília.

Nesse ambiente, Moraes diversificou. Criou o Banco Itamarati, investiu em gado no então norte de Mato Grosso por meio da Orpeca e, em 1973, identificou sua grande oportunidade: a soja. Uma quebra de safra nos Estados Unidos elevou os preços internacionais e o governo federal oferecia crédito subsidiado para ocupar o Cerrado. Por intermédio da Itamarati Agropecuária, adquiriu 50 mil hectares, importou máquinas, sementes norte-americanas e contratou engenheiros para adaptar a oleaginosa ao solo ácido da região.

Com apoio de universidades e da Embrapa, a fazenda Itamarati virou laboratório a céu aberto para pesquisas genéticas. Resultados rápidos impulsionaram nova expansão: a Itamarati Norte, em Diamantino (MT), somou 110 mil hectares; usinas, mineradoras de calcário e estruturas de armazenagem completaram o ecossistema. Na década de 1980, Moraes era o maior produtor individual de soja do mundo e figurava entre os homens mais ricos do planeta. Foi também pioneiro na introdução do algodão ITA-90, variedade que ajudou o Brasil a deixar de importar a fibra.

O impacto regional foi imediato. Vilas com escola, asfalto, rede de esgoto e pistas de pouso surgiram onde antes havia cerrado inexplorado. O avanço abriu caminho para o Centro-Oeste responder, hoje, por quase um terço da produção agrícola nacional e por parcela expressiva dos empregos locais.

Ferronorte: sonho logístico e início da derrocada

Ao perceber que o frete rodoviário corroía a competitividade das commodities brasileiras, Moraes decidiu bancar a Ferronorte, primeira grande ferrovia privada do país, projetada para ligar Mato Grosso ao porto de Santos. O empreendimento exigia capital bilionário e dependia de liberações governamentais sucessivas. A instabilidade econômica dos anos 1990, aliada à burocracia federal, encareceu o projeto e comprometeu o caixa do grupo.

Para cobrir os custos, o empresário vendeu ativos: em 1996, o Banco Itamarati foi repassado ao BCN; terras, aeronaves e participações estratégicas seguiram o mesmo caminho. Mesmo assim, a dívida escalou. Em 2002, a fazenda Itamarati Norte foi arrendada ao grupo Amaggi; em 2004, a fazenda Itamarati original tornou-se o maior assentamento do Incra. A Constran foi negociada em 2010, e a participação na malha ferroviária passou à América Latina Logística, depois comprada pela Rumo.

Nem as investidas finais na mineração — a Itaoeste chegou a identificar jazidas de tálio na Bahia — resgataram o império. Moraes morreu em junho de 2015, aos 84 anos, decorrente de câncer de pâncreas, com o patrimônio dilapidado, mas com reconhecimento amplo pelo papel que exerceu no avanço tecnológico da agricultura nacional.

Legado para o agronegócio brasileiro

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento indicam colheita recorde de 169 milhões de toneladas de soja na safra 2024/2025, com quase um terço vindo do Mato Grosso — cenário impossível sem as experiências conduzidas nas fazendas Itamarati. Segundo CNA e Cepea, o setor deverá responder por 29,4% do PIB em 2025. A região Centro-Oeste, que representava 3,8% da economia em 1970, subiu para 10,6% em 2022, conforme o IBGE.

A despeito das dívidas pessoais, Olacyr de Moraes consolidou a imagem de que a iniciativa privada, quando tem acesso a crédito e liberdade para inovar, é capaz de romper barreiras geográficas e tecnológicas. Seu exemplo reforça a relevância de logística eficiente e ambiente regulatório estável para manter o Brasil na liderança global de grãos.

Para acompanhar outras matérias sobre decisões governamentais que impactam o campo, acesse a seção de Política em Geral de Notícias.

Em síntese, a década sem o “Rei da Soja” evidencia que empreendedorismo, pesquisa e gestão de risco continuam sendo pilares do agronegócio brasileiro. Confira mais análises e permaneça informado sobre os rumos do setor.

Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada

IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada

R$52,36 R$99,00 -47%
Ver na Amazon
Caneca Brasil Bolsonaro

Caneca Brasil Bolsonaro

R$29,90 R$59,00 -49%
Ver na Amazon
Camiseta Bolsonaro Donald Trump presidente

Camiseta Bolsonaro Donald Trump presidente

R$49,99 R$109,99 -55%
Ver na Amazon
Mouse Pad Bolsonaro assinando Lei Animais

Mouse Pad Bolsonaro assinando Lei Animais

R$17,90 R$49,99 -64%
Ver na Amazon
Mito ou verdade: Jair Messias Bolsonaro - Leitura Imperdível!

Mito ou verdade: Jair Messias Bolsonaro - Leitura Imperdível!

R$21,30 R$49,99 -57%
Ver na Amazon

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no Geral de Notícias, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!