Brasília, 6 de agosto de 2025 – A decisão do senador Ciro Nogueira (PP-PI) de não aderir ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, desencadeou uma reação imediata do pastor Silas Malafaia. Em publicação no X (antigo Twitter), o líder evangélico classificou o parlamentar como “traidor” e o acusou de praticar “joguinho político psicológico”.
Ciro Nogueira rejeita apoiar pedido
Durante entrevista concedida ao portal Metrópoles, Ciro Nogueira afirmou que não assinará o requerimento elaborado por senadores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O argumento é pragmático: o processo de impedimento de um ministro do STF exige o apoio de, no mínimo, 54 dos 81 senadores, patamar que ele considera inalcançável no cenário atual.
“Nós não temos 54 senadores para aprovar”, declarou o ex-ministro da Casa Civil. “Não perco tempo com pautas que não vão ter sucesso.” Para o presidente do PP, mesmo que o grupo consiga a quantidade de assinaturas necessárias para protocolar o pedido, a abertura depende exclusivamente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). “Você pode chegar com 80 assinaturas, que não abre. É um poder do presidente do Senado”, reforçou.
Pressão de Malafaia e de parlamentares de oposição
Insatisfeito com o posicionamento, Silas Malafaia lançou críticas contundentes a Ciro Nogueira. O pastor, que se destaca como uma das principais vozes do eleitorado conservador, disse que o senador “não fala pelos demais parlamentares” e sugeriu que ele se “recolha à mediocridade”. A publicação repercutiu entre congressistas favoráveis ao impeachment, que intensificaram a coleta de assinaturas no plenário.
No momento da ruptura, a oposição conduzia o segundo dia de obstrução nas duas Casas do Congresso. A estratégia de travar votações visa denunciar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e pressionar pela aprovação de um pacote de medidas em benefício do ex-chefe do Executivo. O pedido de impedimento de Moraes integra esse conjunto de reivindicações.
Dependência do aval de Davi Alcolumbre
Embora a mobilização siga firme, a prerrogativa constitucional de abrir o processo permanece nas mãos do presidente do Senado. Alcolumbre já declarou em diversas ocasiões que não dará andamento a um eventual pedido, mesmo que assinado por ampla maioria. Sem esse despacho, a iniciativa não ultrapassa a fase inicial de protocolização.
Ciro Nogueira, com mais de três décadas de mandato parlamentar, usa esse aspecto regimental para sustentar sua posição. Ele avalia que insistir na pauta sem respaldo numérico ou institucional apenas consome energia política e desvia o foco de outras matérias em tramitação, como reformas econômicas e propostas de ajuste fiscal.
IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada
Impeachment de ministro do STF é raridade histórica
O histórico brasileiro confirma a avaliação de Ciro Nogueira. Em 134 anos, apenas um integrante da Suprema Corte foi afastado por decisão legislativa. O episódio ocorreu em 1894, quando o Senado concluiu que Cândido Barata Ribeiro não detinha notório saber jurídico, requisito exigido para o cargo. Naquela época, a sabatina de indicação acontecia após a posse, prática abolida no modelo atual.
A previsão legal de impeachment para ministros do STF foi incorporada à legislação em 1950. Desde então, nenhum processo avançou além da fase de análise preliminar. As tentativas recentes, apresentadas sobretudo por parlamentares da oposição ao atual governo, não obtiveram votos suficientes nem despacho favorável da Mesa Diretora do Senado.
Próximos passos no Senado
Sem o apoio de Ciro Nogueira e sob a resistência declarada de Davi Alcolumbre, os senadores defensores do impeachment buscam alternativas para manter o tema em evidência. A principal estratégia é continuar a obstrução de votações, numa tentativa de forçar negociações internas e sensibilizar a opinião pública. Paralelamente, lideranças conservadoras planejam atos de mobilização fora do Congresso, incentivadas por pastores e movimentos alinhados ao ex-presidente Bolsonaro.
Na bancada governista, a avaliação é de que o movimento tende a perder força caso não apresente avanços concretos nas próximas semanas. Já entre oposicionistas, a pressão popular é vista como elemento decisivo para reverter a resistência institucional. Nos bastidores, contudo, parlamentares admitem que o quórum de 54 votos continua distante, mesmo com eventual desgaste de Moraes junto a setores do Senado.
Enquanto o impasse persiste, o clima político mantém-se tenso em Brasília. A recusa de Ciro Nogueira expôs fissuras dentro do campo conservador, colocando o senador no centro de críticas de eleitores e lideranças religiosas. Ao mesmo tempo, evidenciou as limitações regimentais que cercam qualquer tentativa de afastar um ministro do Supremo, reforçando o desafio de transformar pressões políticas em resultados concretos.
Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS
Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no Geral de Notícias, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!
