O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não dá sinais de que pretenda incluir na pauta o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, apesar da pressão intensificada por senadores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A avaliação de aliados do comando da Casa é de que as chances de avanço do processo permanecem próximas de zero, mesmo depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que colocou Bolsonaro em prisão domiciliar.
Pressão bolsonarista cresce após decisões do STF
Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro na segunda-feira, 4 de agosto, no âmbito de investigação que corre sob sigilo. No mesmo despacho, o ministro impôs o uso de tornozeleira eletrônica ao senador Marcos do Val (Podemos-ES). As medidas deflagraram reação imediata do grupo conservador no Senado, que voltou a cobrar de Alcolumbre a apreciação dos pedidos de impedimento contra o magistrado.
Desde o início da semana, parlamentares da oposição apresentam discursos mais duros contra o STF. Eles alegam abuso de autoridade e defendem que o Senado cumpra seu papel constitucional de fiscalizador do Judiciário. Em resposta ao silêncio do presidente da Casa, parte da bancada bolsonarista ocupou a Mesa Diretora do plenário na terça-feira, 5 de agosto, prometendo permanecer no local até que haja posicionamento institucional sobre as ordens de Moraes.
Alcolumbre evita confronto e ignora ligações
Segundo relatos de senadores do Centrão, Alcolumbre mantém a estratégia de não confrontar diretamente o Supremo. Aliados afirmam que ele não pretende “comprar briga” com Moraes por causa de Bolsonaro. A postura é reforçada pelo fato de o presidente do Senado sequer atender telefonemas de parlamentares alinhados ao ex-presidente.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou a jornalistas que não conversa com Alcolumbre desde antes do recesso de julho. Outros integrantes da oposição relatam ter tentado contato sem sucesso. Para esses parlamentares, o distanciamento é um indicativo de que a mesa diretora não cogita avançar contra o ministro do STF, a despeito do clamor de parte do eleitorado conservador.
Motivos para a resistência no Senado
Nos bastidores, líderes do União Brasil, do MDB e do próprio Centrão avaliam que um eventual processo de impeachment contra Moraes não teria apoio suficiente para prosperar. A Constituição determina maioria absoluta em votação secreta, cenário considerado improvável diante do atual equilíbrio de forças na Casa.
Além disso, Alcolumbre busca preservar a relação institucional com o Supremo para tocar pautas de interesse do governo e da própria cúpula do Congresso. Entrar em rota de colisão com Moraes poderia comprometer votações de temas econômicos e administrativos prioritários para o bloco de centro, que hoje controla a maioria dos cargos na estrutura do Senado.


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Reação nos corredores do Congresso
A decisão de Alcolumbre de manter a gaveta fechada irritou senadores oposicionistas. Eles argumentam que o Senado tem o dever constitucional de frear supostos excessos do Judiciário, lembrando que a própria Constituição concede à Casa alta a prerrogativa exclusiva de processar ministros do STF. Para os bolsonaristas, a falta de resposta institucional reforça a percepção de desequilíbrio entre os Poderes.
Parlamentares contrários ao impeachment, por outro lado, sustentam que não há elementos objetivos suficientes para abrir o processo e que a iniciativa teria caráter político, sem perspectiva de resultado prático. Esses senadores lembram que, desde 2021, dezenas de pedidos contra Moraes e outros ministros foram arquivados ou ficaram parados, sem apoio majoritário.
Perspectivas e próximos passos
Até o momento, não há previsão de reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para tratar do tema, tampouco de consulta ao Plenário. Alcolumbre mantém agenda voltada à análise de indicações para agências reguladoras e projetos de caráter fiscal, ignorando as cobranças da oposição. Integrantes da base governista afirmam que o presidente da Casa permanecerá firme na posição de impedir que a crise política contamine o andamento das pautas econômicas.
Enquanto isso, o grupo bolsonarista promete intensificar a mobilização dentro e fora do Congresso. A expectativa é de novas manifestações nas galerias do Senado e nas redes sociais, exigindo que Alcolumbre exerça pressão sobre o STF. Caso o presidente continue inerte, líderes conservadores discutem a apresentação de requerimentos de convocação de ministros e a obstrução de votações.
Com a base aliada fragmentada e o STF atento a qualquer movimento, o impasse deve se prolongar. Por ora, a probabilidade de o impeachment de Moraes ganhar espaço na pauta oficial é mínima, consolidando a estratégia de Alcolumbre de evitar confronto direto com o Supremo, mesmo sob a crescente cobrança de parcela expressiva do eleitorado de direita.

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