O segundo turno das eleições presidenciais ocorre no próximo domingo, 30 de outubro, e coloca frente a frente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois candidatos apresentam trajetórias distintas em programas sociais, gestão econômica, segurança pública e combate à corrupção. A seguir, veja os principais números e argumentos destacados pelas campanhas na reta final da disputa.
Programas de transferência de renda: montantes sem precedentes
Dados oficiais do governo federal mostram que, nos anos de 2020 e 2021, foram creditados R$ 359 bilhões em Auxílio Emergencial para mitigar os efeitos da pandemia. Esse valor supera o total distribuído pelo Bolsa Família em 15 anos, entre 2004 e 2019.
Em 2021, o Executivo substituiu o antigo programa social pelo Auxílio Brasil e destinará, até o encerramento do atual mandato, R$ 157,7 bilhões ao benefício. Em quatro anos, o montante supera o pago por Lula em seus dois períodos no Palácio do Planalto, quando valores somados ficaram próximos da mesma cifra.
O atual presidente argumenta que os repasses, combinados a políticas de geração de emprego, formam “o melhor programa social do mundo”, pois priorizam a inserção no mercado de trabalho. Já o ex-presidente afirma que retomará o Bolsa Família com valor mínimo de R$ 600 e ampliará a cobertura, mas ainda não detalhou fontes de financiamento.
Agronegócio, inflação e geração de postos de trabalho
Com o Brasil líder global na exportação de soja, milho e carnes, o agronegócio tornou-se pauta central. Bolsonaro reforça o apoio do setor à sua candidatura, sublinhando investimentos em estradas, ferrovias e portos que, segundo o Ministério da Infraestrutura, reduziram custos logísticos e ampliaram a competitividade externa.
Do outro lado, Lula enfrenta críticas por declarações de integrantes de sua coligação que classificaram o segmento rural como “fascista”. Além disso, o petista mantém proximidade com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), responsável por invasões de propriedades nas décadas anteriores. O governo atual cita queda “próxima de zero” no número de ocupações enquanto reivindica avanço na regularização fundiária.
No mercado de trabalho, o Ministério do Trabalho e Previdência aponta a criação de quase 6 milhões de vagas formais desde 2020, desempenho que, de acordo com dados do G-20, coloca o Brasil entre os líderes de crescimento do emprego pós-pandemia. Lula rebate lembrando que, em seus governos, a taxa de desemprego caiu a 4,8% em 2014, patamar que pretende recuperar.
Gestão de gastos públicos e digitalização de serviços
Bolsonaro defende a permanência de uma estrutura administrativa enxuta. Desde 2019, o número de ministérios caiu de 29 para 23, e a Secretaria de Gestão informou economia de R$ 6,9 bilhões anuais com corte de cargos e aposentadorias antecipadas. A digitalização atingiu 4,8 mil serviços federais, eliminando etapas presenciais.
A equipe de Lula propõe recriar pastas para “modernizar políticas públicas” e admite ampliar concursos em áreas estratégicas. Críticos alegam que essa medida tende a pressionar o teto de gastos e pode elevar a inflação, hoje em 7,17% no acumulado de 12 meses.


Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS


Imagem: José Cruz
Segurança pública e combate à corrupção
Na área de segurança, o governo atual destaca a queda de 7% nos homicídios em 2021, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O Palácio do Planalto credita o resultado a operações integradas das polícias e ao endurecimento de penas para crimes violentos. A campanha petista ressalta investimentos federais feitos entre 2003 e 2010 em programas como Pronasci, mas enfrenta questionamentos sobre declarações que relativizam delitos menores.
Corrupção é outro ponto de confronto. O PT foi alvo de escândalos como Mensalão e Petrolão, que resultaram em condenações de dirigentes partidários e empresários. Lula teve sentenças anuladas pelo Supremo Tribunal Federal por questões processuais, mas o histórico segue na pauta de ataques. Bolsonaro, por sua vez, enfrenta inquéritos sobre gastos do orçamento secreto e interferências na Polícia Federal, mas não há condenações contra ele.
Liberdade de expressão e regulação da mídia
A candidatura petista defende “regular a comunicação” para combater desinformação. O presidente em exercício critica a proposta, classificando-a como censura prévia, e cita tentativas do partido de retirar concessões de veículos críticos. Debates sobre liberdade digital ganharam força após decisões judiciais que determinaram a remoção de perfis e conteúdos em redes sociais.
Com agendas lotadas nos últimos dias de campanha, ambos intensificam viagens, entrevistas e alianças regionais. Pesquisas mostram cenário apertado, e o eleitorado indeciso pode ser decisivo.
Para acompanhar outras atualizações sobre o cenário eleitoral, visite nossa seção de Política, onde publicamos análises e dados oficiais diariamente.
Em síntese, o domingo de votação confrontará dois modelos opostos: um que exibe números recordes de auxílio, corte de gastos e apoio do agronegócio; outro que reivindica histórico de redução da pobreza e expansão de programas sociais. Participe, compare propostas e exerça seu voto de forma consciente.
Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada



