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Brasil assume liderança para refundar OMC após tarifaço de Trump, afirma chanceler

Política

São Paulo, 26 ago. 2025 — O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que o Brasil ocupará papel decisivo na reconstrução da Organização Mundial do Comércio (OMC) diante da crise gerada pela tarifa extra de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.

Chanceler aponta paralisação do sistema multilateral

Em discurso realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Vieira classificou a OMC como “totalmente paralisada” na solução de disputas e na negociação de novos pactos comerciais. Para o chanceler, o recente aumento tarifário norte-americano significa um “retrocesso” às regras pré-GATT, o acordo de 1947 que antecedeu a criação da organização em 1995.

“Podemos dizer que a ordem mundial, como a conhecíamos, está sendo desmontada justamente por quem mais contribuiu para sua fundação”, afirmou. Segundo ele, a postura de Washington mina instituições que o próprio país ajudou a erguer, obrigando demais nações a buscar respostas pragmáticas para preservar previsibilidade e segurança jurídica no comércio exterior.

Vieira defendeu que o Brasil lidere esse processo de refundação, guiado por princípios de previsibilidade, soberania nacional e respeito às regras multilaterais. “Seguiremos resistindo às pressões e manteremos o diálogo franco, sem abrir mão dos nossos interesses”, ressaltou.

Disputa formal e impacto das sobretaxas

Na semana anterior, o governo brasileiro protocolou na OMC uma queixa contra as sobretaxas norte-americanas. A medida tem caráter simbólico, já que o Órgão de Apelação da entidade está inoperante desde 2019 por bloqueio dos próprios Estados Unidos à nomeação de juízes. Ainda assim, o Itamaraty busca registrar a violação das regras e manter pressão diplomática sobre a Casa Branca.

O tarifaço abrange itens como carne bovina, suco de laranja, aço, alumínio e celulose, setores nos quais o Brasil mantém forte presença no mercado norte-americano. Empresários calculam perdas anuais superiores a US$ 8 bilhões caso as alíquotas sejam mantidas. Embora o governo brasileiro mantenha canais abertos de negociação, Vieira enfatizou que qualquer acerto ocorrerá “sem ingerência em temas internos”.

Trump vinculou publicamente as tarifas ao andamento dos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-assessores, classificados pela Casa Branca como “tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito” em 8 de janeiro de 2023. O Itamaraty reagiu de imediato: “Trata-se de assunto interno, conduzido pelo Judiciário, diante do qual não há espaço para interferência externa”, informou o ministério em nota.

Lula mantém discurso de soberania, mas busca diálogo

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o impacto global das medidas norte-americanas, comparando Trump a “imperador do planeta Terra”. O chefe do Executivo afirmou que seus ministros estão disponíveis “24 horas por dia” para negociar, desde que respeitada a autonomia nacional. Durante a mesma agenda em São Paulo, Lula reforçou a ideia de modernizar a OMC para tornar o sistema de solução de controvérsias célere e efetivo.

Analistas veem o Brasil em posição privilegiada para articular uma reforma, pois transita tanto entre economias avançadas quanto emergentes. Países da América do Sul, da União Europeia e da Ásia sinalizaram apoio à retomada do órgão de apelação, mas aguardam movimento concreto da diplomacia brasileira.

Próximos passos em Genebra

Vieira informou que técnicos brasileiros trabalham em proposta de consenso que englobe novo método de nomeação de árbitros, revisão de cronogramas processuais e limitação de medidas unilaterais. O texto será apresentado em Genebra nas próximas semanas a embaixadores do Grupo de Cairns, fórum de nações exportadoras de produtos agrícolas.

O chanceler também pretende intensificar consultas com o diretor-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, e com o representante de Comércio dos Estados Unidos, buscando saídas que dispensem litígios prolongados. Mesmo assim, ele voltou a sinalizar que o Brasil “não hesitará em acionar todos os instrumentos disponíveis” contra barreiras consideradas abusivas.

Enquanto o impasse persiste, setores industriais pressionam por mecanismos internos de defesa comercial, ampliando debates sobre desoneração tributária e acordos bilaterais. A perspectiva de longo prazo, contudo, permanece ligada à revitalização da OMC, condição vista como essencial para conter uma escalada protecionista global.

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Em síntese, o governo brasileiro aposta na liderança multilateral para superar a crise criada pelas sobretaxas norte-americanas, reforçando soberania, previsibilidade e respeito às regras. Continue conectado e receba atualizações diárias sobre economia e diplomacia — ative as notificações e não perca nossos próximos conteúdos.

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