Brasília, 8 ago. 2025 – O senador Ciro Nogueira (PP-PI) defendeu a aplicação de sanções aos 14 deputados envolvidos no tumulto que paralisou a sessão da Câmara na última quarta-feira. Para o ex-ministro da Casa Civil, a ausência de consequências “cria um clima de impunidade” e prejudica a credibilidade do Parlamento.
Corregedoria recebe representações contra 14 parlamentares
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou à Corregedoria da Casa representações protocoladas por PT, PSOL e pelo líder do Republicanos, Gilberto Abramo, contra 14 deputados federais. Entre os citados estão Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG), Luciano Zucco (PL-RS), Zé Trovão (PL-SC) e Marcel Van Hattem (Novo-RS).
As queixas apontam uso de força física e obstrução do plenário. Em uma das cenas registradas, parlamentares tentaram impedir Motta de assumir a cadeira da presidência. A deputada Camila Jara (PT-MS) também aparece em vídeo empurrando Nikolas Ferreira durante o confronto.
Publicadas no Diário Oficial, as representações ficaram na expectativa de seguir diretamente ao Conselho de Ética. No entanto, após reunião da Mesa Diretora, Motta optou por enviá-las antes à Corregedoria, adiando a avaliação do colegiado disciplinar.
Ciro critica acordos de bastidor e pede ação institucional
Em entrevista à rádio Jovem Pan, Ciro Nogueira avaliou que todos os envolvidos, independente de legenda, devem ser responsabilizados. “Tanto a deputada que partiu para a agressão quanto os deputados que impediram o presidente Hugo Motta de sentar na cadeira merecem punição”, declarou.
Ele, contudo, demonstrou ceticismo sobre o desfecho. “Pelo que conheço do Parlamento, nesta hora o líder do PT e o do PL já estão costurando um acordo”, ironizou, sugerindo que a classe política costuma priorizar a autopreservação. Para o senador, a prática mina a confiança do eleitorado: “Isso é ruim para a democracia, passa a ideia de que se pode ultrapassar todos os limites sem consequências”.
Reação de Eduardo Bolsonaro recebe ressalvas
O impasse também repercutiu fora do país. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou uma ofensiva política na Europa com críticas às presidências da Câmara e do Senado. Ciro Nogueira avaliou que a escalada internacional pode ser contraproducente para o campo conservador na disputa de 2026. “Não creio que atacar as instituições no exterior ajude a direita; pode, inclusive, enfraquecer nossa posição”, ponderou.
Impeachment de Moraes segue improvável, diz senador
O presidente do PP comentou ainda o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, articulado por grupos parlamentares. Embora reconheça a coleta de assinaturas, Ciro estima que o processo não avançará devido à insuficiência de votos no Senado. “Sem apoio da maioria, não há como prosperar. O Congresso deve atender à vontade do plenário e votar temas relevantes, como a anistia, mas nesse caso não há ambiente”, avaliou.


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Papel do Conselho de Ética pode sinalizar rumo da legislatura
Com a entrada da Corregedoria, o próximo passo será a elaboração de pareceres preliminares. Se houver indícios de quebra de decoro, os casos seguem ao Conselho de Ética, onde deputados podem receber desde advertência verbal até perda de mandato. Nos bastidores, líderes temem que uma pena branda estimule novos episódios de confronto físico e inviabilize votações de pauta econômica.
Para parlamentares da oposição, a conduta de aliados do PL ultrapassou limites regimentais e precisa de resposta exemplar. Já governistas defendem punição isonômica, incluindo a deputada do PT que participou da confusão. A decisão de Motta de não apresentar denúncia própria foi interpretada como tentativa de evitar leitura política de perseguição.
Direita pressiona por responsabilidade, esquerda fala em proporcionalidade
No PP, no PL e em outras siglas de centro-direita, cresce o argumento de que a integridade do processo legislativo requer disciplina estrita, inclusive sobre colegas da própria base ideológica. Deputados de esquerda, por sua vez, pedem que as penas respeitem a proporcionalidade de cada ato, diferindo obstrução de agressão física.
Ciro Nogueira reiterou que o critério deve ser objetivo: “Não importa o lado, quem desrespeita o regimento deve responder. Se o Congresso falhar agora, abre-se precedente perigoso para 2026”.
Impacto sobre a agenda econômica
Além do desgaste institucional, o impasse já afeta o calendário de votação de projetos. Propostas de ajuste fiscal, novo marco de garantias e privatizações aguardam deliberação. Líderes da base governista temem que a oposição use requerimentos de obstrução enquanto não houver definição sobre as punições. Para Ciro Nogueira, a demora compromete o ambiente de negócios: “O investidor precisa de estabilidade. Se a Câmara vira palco de tumulto, o país perde”.
A Corregedoria tem prazo regimental de 45 dias para concluir a análise inicial. Até lá, o Congresso seguirá dividido entre a cobrança por punição firme e a tentativa de acordos que evitem desgaste público às vésperas das eleições municipais de 2026.

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