A delegação brasileira protagonizou um episódio que repercutiu fortemente nos corredores das Nações Unidas. Durante a recente Assembleia Geral, representantes do governo vestiram o lenço keffiyeh – símbolo adotado por militantes do Hamas – e deixaram o plenário logo que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, iniciou sua fala. O gesto, classificado como protesto oficial, gerou críticas dentro e fora do país e acentuou a percepção de mudança no posicionamento histórico do Brasil em relação ao Oriente Médio.
Gesto em plenário provoca controvérsia
O episódio ocorreu poucos dias depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista anterior à Assembleia, ter comparado a operação militar israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto. Quando Netanyahu subiu à tribuna em Nova Iorque, diplomatas brasileiros, identificados por câmeras de televisão, ergueram o keffiyeh e se retiraram da sala. A cena foi interpretada por chancelerias ocidentais como sinal de alinhamento ao discurso do Hamas, grupo reconhecido internacionalmente como organização terrorista.
Fontes do Itamaraty afirmam que a decisão foi “um ato de solidariedade aos palestinos”. No entanto, para aliados de Israel, o movimento extrapola a crítica política e beira o endorsement a uma entidade responsável pelos ataques de 7 de outubro, quando civis israelenses foram assassinados e sequestrados. O governo brasileiro não comentou oficialmente a repercussão negativa, mas assessores presidenciais sustentam que o país “mantém defesa do cessar-fogo imediato e de uma solução de dois Estados”.
Críticas apontam avanço de antissemitismo de Estado
Especialistas em direitos humanos recordam que o antissemitismo contemporâneo, descrito pelo jurista canadense Irwin Cotler em 2003, substitui a perseguição direta aos judeus pela negação do direito de Israel existir em igualdade entre as nações. Na avaliação de comentaristas conservadores, o ato brasileiro se enquadra nesse fenômeno ao inverter a lógica de vítima e agressor: terroristas seriam vistos como “combatentes da liberdade”, enquanto Israel passaria a ser rotulado de “regime genocida”.
Diplomatas veteranos lembram que, em 1947, o então embaixador Oswaldo Aranha presidiu a sessão da ONU que aprovou a criação do Estado judeu, marco de prestígio para a política externa brasileira. Hoje, observadores apontam ruptura com esse legado. O analista político Flávio Gordon qualificou o episódio como “antissemitismo de Estado” e advertiu que a repetição de narrativas que distorcem o Holocausto cria ambiente propício à legitimação da violência.
Entidades judaicas no Brasil enviaram notas de protesto ao Palácio do Planalto e ao Ministério das Relações Exteriores. Já organizações ligadas à causa palestina elogiaram a iniciativa, afirmando que “denuncia o sofrimento de Gaza”. A oposição no Congresso requisitou explicações formais do chanceler Mauro Vieira, argumentando que a conduta expôs o país a constrangimento internacional.
Impacto na imagem do Brasil
Nas últimas duas décadas, governos brasileiros buscaram manter interlocução equilibrada com israelenses e palestinos. O gesto no plenário, porém, acentuou a percepção de que Brasília assume linha mais dura contra Israel. Analistas de comércio exterior temem reflexos em acordos bilaterais de tecnologia, agricultura e defesa. Israel é parceiro fundamental no desenvolvimento de irrigação em regiões semiáridas do Nordeste e fornecedor de equipamentos de segurança.
Em pronunciamentos separados, Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido destacaram “preocupação” com a normalização de símbolos associados ao Hamas em fóruns multilaterais. Paralelamente, países alinhados ao Irã saudaram a manifestação brasileira. Para ex-diplomatas, o episódio amplia o isolamento de Israel em organismos internacionais e reforça coalizões que buscam rotular o Estado judeu como “apartheid”.


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Imagem: Ricardo Stuckert
Próximos passos no Itamaraty
No retorno a Brasília, o Ministério das Relações Exteriores discute internamente a possibilidade de novas iniciativas em apoio à população de Gaza, como apresentação de resoluções condenando ações militares israelenses. Parlamentares da base governista já articulam audiências públicas para debater “crimes de guerra” no Oriente Médio, enquanto bancadas conservadoras prometem defender sanções a grupos terroristas.
A expectativa é que o Brasil volte a ser questionado em próximas sessões do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra. Caso o padrão de gestos simbólicos se repita, diplomatas alertam para um possível “efeito cascata” em organismos regionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), com impacto direto na imagem do país perante parceiros tradicionais.
O episódio na ONU evidencia que a política externa brasileira atravessa reorientação significativa, marcada por gestos públicos de solidariedade a grupos associados ao terrorismo e críticas diretas ao governo israelense. Resta saber como essa postura influenciará as relações comerciais, estratégicas e diplomáticas do Brasil nos próximos anos.
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Em resumo, a exibição do keffiyeh e a saída do plenário durante o discurso de Netanyahu marcaram nova fase da diplomacia brasileira, com repercussões que vão do campo simbólico ao econômico. Fique atento às próximas atualizações e compartilhe este artigo para ampliar o debate.
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