Brasília, 7 de outubro de 2025 – Parlamentares de oposição e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro realizaram uma caminhada na Esplanada dos Ministérios para exigir anistia integral aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A mobilização, convocada para um dia útil, buscou aumentar a pressão sobre o Congresso Nacional, que discute a possibilidade de substituir o perdão pleno por mera revisão de penas.
Presença de lideranças e recado contra a “dosimetria”
O ato contou com a participação do senador Flávio Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do presidente do PL Valdemar Costa Neto e do pastor Silas Malafaia, um dos organizadores. Deputados e senadores como Nikolas Ferreira, Bia Kicis, Filipe Barros, Magno Malta, Alberto Fraga, Eros Biondini, Rodolfo Nogueira e Domingos Sávio também caminharam ao lado de milhares de simpatizantes.
Silas Malafaia sustentou que “dosimetria é conversa fiada” e que “papel do Congresso é conceder anistia”. Para ele, a manifestação responde às ações promovidas pela esquerda em setembro, que contaram com artistas para atrair público. “Não podemos deixar a esquerda com a última palavra”, argumentou, enfatizando que o ato conservador dispensou grandes shows financiados por leis de incentivo.
Flávio Bolsonaro: “Não vamos baixar a cabeça”
No início da caminhada, Flávio Bolsonaro transmitiu mensagem do pai. “Assim como ele não baixou a cabeça, nós também não vamos baixar a nossa”, disse, classificando o governo atual como “quadrilha” e afirmando que o Brasil “não pode cair no precipício”. O senador destacou que o objetivo é aprovar a anistia “naquele prédio logo ali à frente”, referindo-se ao Congresso.
Já o senador Magno Malta declarou que “anistia é coisa do Legislativo” e provocou o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que “quem precisa de anistia é ele, se quiser”. O senador Rogério Marinho acrescentou que a direita não precisa de celebridades nem de recursos da Lei Rouanet para se mobilizar.
Contexto político: impasse no relatório
O projeto de anistia, relatado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), enfrenta resistência tanto de oposicionistas quanto da federação governista (PT, PCdoB, PV). Paulinho sugeriu transformar a proposta em dosimetria, revendo penas caso a caso. O PL, maior bancada da Câmara com 88 deputados, rejeita a ideia e insiste no perdão total.
Diante da falta de consenso, o relator adiou a apresentação do parecer, e não há previsão para votação. Mesmo assim, os líderes da direita acreditam que a caminhada demonstra o “clamor das ruas” e pode acelerar a tramitação. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que precisa de tempo para medir o sentimento da Casa antes de pautar o texto.
Estratégia de ato em dia útil
Segundo dirigentes do PL, escolher uma terça-feira em vez de um domingo permitiu organizar o evento rapidamente após o feriado de 7 de Setembro. Malafaia explicou que, em atos tradicionais, é preciso mobilizar ao menos 50 mil pessoas, enquanto uma caminhada de 10 mil já chama atenção. A direita realizou iniciativa semelhante em maio, quando Jair Bolsonaro ainda pôde discursar presencialmente.
Desta vez, o ex-presidente permaneceu em prisão domiciliar, decretada em agosto pelo ministro Alexandre de Moraes. Mesmo ausente, Bolsonaro foi citado como símbolo de “resistência” pelos oradores. O senador Flávio afirmou que o ato buscou dar visibilidade aos réus “afastados de suas famílias, com liberdades limitadas e vozes censuradas”.


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Imagem: Luis Kawaguti
“Marco de união” e próximos passos
Para o deputado Rodrigo Valadares (União-SE), a caminhada “mostra que o povo está cansado de perseguições” e quer “pacificar o país”. O vice-líder da oposição na Câmara, Ubiratan Sanderson (PL-RS), defendeu que a anistia restaurará a confiança nas instituições e encerrará um período de divisão.
Apesar da mobilização, o projeto segue sem data para votação. Nos bastidores, governistas insistem em manter o foco na dosimetria, enquanto oposicionistas prometem novas ações até que o Congresso aprove o perdão pleno.
Em síntese, a marcha conservadora ampliou a pressão sobre deputados e senadores, reforçando a demanda por anistia total aos condenados de 8 de janeiro. Agora, os próximos passos dependem da capacidade do Legislativo de construir maioria e enfrentar a resistência de setores alinhados ao Palácio do Planalto.
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