Alex Soros, presidente do conselho da Open Society Foundations e herdeiro do bilionário George Soros, declarou que as iniciativas de Donald Trump para influenciar governos estrangeiros ― incluindo o brasileiro ― não terão êxito. Em entrevista publicada nesta segunda-feira (25) pela Folha de S.Paulo, o executivo descreveu o ex-mandatário norte-americano como “ameaça ativa” à soberania de vários países, mas avaliou que as supostas manobras acabam fortalecendo os presidentes que pretende derrubar.
Soros aponta ofensiva dos EUA contra o governo Lula
Durante passagem por Brasília, onde se reuniu com os ministros Fernando Haddad, Marina Silva e Anielle Franco, Alex Soros elencou medidas que, a seu ver, configurariam tentativa de “mudança de regime” no Brasil. Segundo ele, a Casa Branca de Trump teria recorrido a tarifas, sanções e pressões sobre decisões do Supremo Tribunal Federal para enfraquecer a administração de Luiz Inácio Lula da Silva.
O dirigente citou especificamente a discussão sobre regulação das big techs. Para Soros, aliados de Trump estariam influenciando parlamentares brasileiros com o objetivo de impedir alterações no regime de responsabilidade das plataformas digitais, tema em debate no STF. Ele atribuiu a Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, papel de destaque nessa articulação.
Apesar das críticas, Soros sustenta que o efeito prático dessas ações seria oposto ao desejado. “Ele [Trump] está tornando Lula mais popular”, disse. Na avaliação do empresário, o eleitorado brasileiro tenderia a reagir contra qualquer percepção de ingerência externa e, por isso, ficaria ainda mais propenso a apoiar o chefe do Executivo em 2026.
Fracasso de tentativas anteriores é usado como argumento
Ampliando a análise, Soros lembrou outros países onde o republicano teria buscado influenciar eleições sem sucesso. Ele mencionou exemplos no Canadá, na Austrália e na Romênia, afirmando que Trump “perdeu em todos os lugares” em que tentou projetar aliados locais, com a exceção da Polônia. “As pessoas querem votar contra Trump”, argumentou.
Para sustentar essa leitura, o entrevistado citou o caso canadense. De acordo com Soros, o ex-presidente ameaçou romper acordos comerciais se Ottawa não recuasse do imposto digital contra gigantes do Vale do Silício. Em solo brasileiro, a pressão viria na forma de contestação às decisões do STF que buscam responsabilizar as plataformas por conteúdos veiculados pelos usuários.
Soros classificou esse movimento como “interferência externa” em favor de “monopólios” e defendeu um novo ciclo de regulação inspirado nas políticas antitruste norte-americanas do início do século XX. “Vamos precisar de um momento rooseveltiano de antitruste para que o sistema se mantenha justo”, declarou.
Sem espaço para negociação com Trump, diz empresário
Questionado sobre eventual diálogo com o ex-chefe da Casa Branca, Soros foi categórico: “Não há nada que se possa negociar com Trump”. Ao comparar a postura do republicano com a de Vladimir Putin e Xi Jinping, o presidente da Open Society insinuou que qualquer entendimento resultaria em prejuízo para o interlocutor. “Alguém já fez negócios com Trump e acabou se saindo bem? Fora Putin e Xi Jinping?”, provocou.
Ele acrescentou que a ofensiva comandada por Washington teria também componente eleitoral. Na visão do empresário, aliados de Trump no Brasil pretendem derrotar Lula nas eleições de 2026, meta que considera improvável diante da rejeição que o ex-presidente norte-americano suscitaria no país.
IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada
Imagem: Internet
Visão conservadora pondera alegações
As declarações de Alex Soros colocam em evidência sua leitura sobre a política externa dos Estados Unidos no período Trump, mas permanecem baseadas em avaliações pessoais e em observações de bastidor. Até o momento, não há comprovação oficial de sanções ou tarifas aplicadas especificamente para derrubar o governo brasileiro, tampouco de pressão formal sobre decisões do Supremo Tribunal Federal.
Além disso, o eventual impacto eleitoral de ações estrangeiras no pleito de 2026 depende de múltiplos fatores internos, como desempenho econômico, segurança pública e percepção popular sobre corrupção ― temas que historicamente influenciam a escolha do eleitor e que extrapolam as fronteiras do debate internacional.
Big techs no centro da disputa
O setor de tecnologia segue como um dos pontos mais sensíveis da alegada interferência. Soros acusa Trump de proteger companhias sediadas nos Estados Unidos, enquanto governos de outras nações procuram mecanismos de tributação e responsabilização. Para o empresário, o modelo atual favorece monopólios e dificulta a concorrência global.
Em território brasileiro, o Supremo discute o grau de responsabilidade das plataformas por conteúdos de terceiros, tema que enfrenta resistência de grupos alinhados à pauta da liberdade de expressão. A disputa promete se intensificar conforme o Tribunal avance no julgamento e o Congresso analise projetos semelhantes.
As afirmações do filho de George Soros reacendem o debate sobre soberania, relações exteriores e papel das grandes empresas de tecnologia na política nacional. Ainda que a narrativa de interferência estadunidense encontre defensores e críticos, o desenrolar das discussões no STF e no Congresso será determinante para definir até que ponto a pressão externa, real ou suposta, impactará o cenário eleitoral brasileiro.
Se você quer acompanhar outras pautas que movimentam Brasília e influenciam o futuro do país, visite nossa seção de Política para conferir análises e atualizações diárias.
Em resumo, Alex Soros atribui a Donald Trump uma estratégia de ingerência que, segundo ele, acabará fortalecendo Lula. Resta saber como esses movimentos se traduzirão na prática nos próximos anos. Continue informado e compartilhe este conteúdo com quem acompanha os bastidores do poder no Brasil.
Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS
Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no Geral de Notícias, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!
