A Google, por meio da DeepMind, apresentou o Aeneas, primeiro modelo de inteligência artificial desenvolvido especificamente para interpretar inscrições em latim gravadas em pedras, monumentos e artefatos do período romano. A ferramenta promete acelerar tarefas que, até então, exigiam meses de análise manual por parte de epigrafistas e historiadores.
Modelo treinado com 176 mil inscrições
Para criar o Aeneas, os pesquisadores compilaram um banco de dados com mais de 176 mil inscrições do mundo romano. O sistema é multimodal: aceita tanto imagens quanto texto, permitindo cruzar caracteres parcialmente danificados com fotos de alta resolução das pedras originais. A combinação de dados visuais e linguísticos facilita a identificação de padrões e a correção automática de lacunas.
Embora o foco inicial seja o latim, o modelo foi projetado de forma adaptável. Segundo a DeepMind, a mesma arquitetura poderá ser aplicada a moedas, papiros e outros suportes históricos, ampliando o alcance da ferramenta para diferentes contextos da Antiguidade.
Precisão em restauração e datação
Um dos maiores desafios da epigrafia é preencher trechos ausentes em textos deteriorados. Nos testes divulgados, o Aeneas alcançou 73 % de acerto ao reconstruir passagens de até dez caracteres. Quando a extensão do segmento perdido não era conhecida, a precisão manteve-se em 58 %.
Além de restaurar conteúdo, a IA consegue estimar a origem geográfica de uma inscrição. Cruzando pistas linguísticas com características visuais, o modelo identifica a província romana de procedência em 72 % dos casos. No quesito cronologia, a estimativa de datação apresenta um desvio médio de 13 anos em relação ao consenso de especialistas.
Testes com historiadores indicam ganho de produtividade
Para avaliar a utilidade prática do Aeneas, a DeepMind convidou 23 historiadores a restaurar, datar e localizar três inscrições romanas. Com o suporte da IA, os participantes relataram ganho substancial de tempo e apontaram conexões com outros registros que, normalmente, exigiriam pesquisas prolongadas.


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Imagem: William R via hardware.com.br
Em outro experimento, o sistema analisou a Res Gestae Divi Augusti, texto atribuído ao imperador Augusto. As previsões geradas pela IA mostraram coerência com hipóteses acadêmicas já consolidadas, reforçando o potencial do modelo para complementar estudos existentes.
Acesso gratuito e foco educacional
A Google informou que o Aeneas será disponibilizado sem custos para pesquisadores e estudantes. A iniciativa busca democratizar o acesso a tecnologias avançadas e impulsionar novas descobertas arqueológicas. A empresa também planeja integrar o modelo a programas educacionais que conectem ciências humanas e inteligência artificial, tendência que vem ganhando força em universidades ao redor do mundo.
Com essas características, o Aeneas pode se tornar uma ferramenta central no estudo da cultura romana, oferecendo análises rápidas e precisas que antes dependiam de trabalho manual extensivo. A expectativa é que o sistema ajude a recuperar fragmentos históricos, revelar detalhes desconhecidos e estimular pesquisas multidisciplinares nas próximas gerações.

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