O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a gerar polêmica ao comentar uma peça publicitária do próprio governo. Durante cerimônia em Sorocaba (SP), em 21 de agosto, ele reclamou de uma fotografia que mostrava um homem negro sem dentes, usada em material do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para um evento do agronegócio na Alemanha. A fala, que pretendia justificar o programa Brasil Sorridente, terminou com acusações de racismo por parte da oposição.
O episódio relatado por Lula
Na solenidade que marcou a entrega de 400 unidades odontológicas móveis, Lula recordou ter folheado uma revista produzida pelo MDA. Segundo ele, a publicação trazia, numa mesma página, “uma senhora bonitona” — descrita como descendente de italianos ou alemães do Sul do país — e, ao lado, “um senhor negro, alto, sorrindo sem nenhum dente na boca”. O presidente relatou que chamou o ministro responsável para questionar a escolha da imagem:
“Perguntei: escuta aqui, por que você colocou a fotografia desse senhor negro sem dente? Você acha isso bonito? Isso é fotografia para representar o Brasil no exterior? Um cara sem dente e ainda negro? Você não acha que isso é preconceito?”
Segundo Lula, após a reclamação, determinou-se retirar a página e substituí-la “por um cara com dente”. O petista disse ter criado o Brasil Sorridente, em 2004, motivado por situações semelhantes.
Reação imediata da oposição
Parlamentares de direita viram na declaração um viés discriminatório. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) classificou a fala como “absurdamente racista” e comparou o tratamento jurídico dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL):
“Imagine se fosse o Bolsonaro que dissesse algo muito menos que isso. Certamente haveria decisão judicial em 24 horas para ele se explicar.”
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o episódio reforça a imagem de Lula como “uma fraude”. Já o deputado estadual Guto Zacarias (União-SP) disse que o movimento negro “vai passar pano” para o petista, enquanto o ex-deputado Deltan Dallagnol criticou a preocupação de Lula com a estética, em vez de valores como justiça e liberdade.
Também se manifestaram os deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ), Messias Donato (Republicanos-ES) e Gustavo Gayer (PL-GO), todos apontando racismo e cobrando coerência da militância progressista.
Resposta do governo federal
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, minimizou as críticas. Para ela, Lula apenas fez “uma importante crítica ao estigma” que recai sobre pessoas negras ao serem retratadas em condições de pobreza. Em nota, alertou contra a “desinformação” e disse que frases do presidente estão sendo “retiradas de contexto”.


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Imagem: José Cruz
Apesar da defesa, o Planalto não esclareceu quem autorizou a peça publicitária nem informou se haverá apuração interna. Tampouco confirmou a data exata em que o material foi distribuído no exterior.
Contexto político e repercussão
As declarações de Lula ocorreram em meio a tentativas de alavancar a imagem do governo junto ao setor agropecuário, que permanece resistente às pautas ambientais e indigenistas defendidas pelo PT. O comentário sobre a foto, entretanto, desviou o foco do anúncio dos consultórios móveis e reforçou a percepção de distanciamento do presidente em relação aos valores defendidos por parte significativa do eleitorado.
Setores conservadores argumentam que o governo petista mantém retórica de combate ao preconceito, mas resvala em práticas que reforçam estereótipos. A reação firme de parlamentares ligados à direita demonstra que temas raciais seguem mobilizando o debate público, especialmente quando envolvem figuras de alto escalão.
Próximos passos
Até o momento, não há indícios de que a Procuradoria-Geral da República abrirá procedimento sobre o caso, como ocorreu em situações envolvendo o ex-presidente Bolsonaro. Ainda assim, a oposição estuda acionar o Ministério Público Federal para averiguar possível violação à Lei do Racismo.
No Congresso, líderes de partidos de centro-direita avaliam explorar o episódio em discursos e redes sociais, pressionando o governo a adotar critérios mais claros para peças institucionais que representem o país no exterior.
Para acompanhar outras discussões sobre as declarações do presidente e seus impactos na agenda legislativa, confira a cobertura em Política.
Em síntese, a fala de Lula gerou desgaste político ao revelar um julgamento estético que, segundo a oposição, denigre a imagem da população negra. A controvérsia reforça o embate ideológico no Congresso e evidencia a fragilidade do governo ao tratar temas sensíveis. Continue acompanhando nossa cobertura e fique informado dos desdobramentos.

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