O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta quinta-feira (28), que só retomará conversas com Washington quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestar interesse em dialogar. A afirmação foi feita durante entrevista ao programa Balanço Geral MG, da Rede Record. No centro da controvérsia está o tarifaço anunciado pela Casa Branca sobre produtos brasileiros, medida que Lula classificou como “inaceitável”.
Lula critica tarifaço de Trump
Segundo o chefe do Executivo, três ministros de “alto nível” — Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio), Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) — estariam prontos para negociar, mas não teriam recebido retorno de autoridades norte-americanas. “Ninguém pode dizer que eu não quero negociar. O problema é que os americanos não querem negociar”, disse o petista, acrescentando que “não há espaço para imperador no mundo”.
Durante a entrevista, Lula afirmou que não vê motivo para ligar para o presidente dos Estados Unidos. Para ele, caberia a Trump tomar a iniciativa. “O presidente americano se acha dono do planeta”, declarou. O comentário foi acompanhado de uma crítica à cobrança de apoiadores que sugerem um contato direto com Washington. “Ficam dizendo: ‘Ah, o Lula tinha que ligar’. Eu não.”
O petista sustenta que a nova tarifa atinge apenas 4% dos produtos brasileiros exportados para os EUA, mas considera a decisão emblemática e contrária ao espírito de cooperação. Ele argumentou que as exportações norte-americanas já representaram 20% da pauta brasileira no início do século; hoje, somam 12%. “Nós temos outro mecanismo para vender nossos produtos”, disse, em referência à diversificação de mercados.
Comércio exterior no centro da disputa
Na comparação feita por Lula, as trocas comerciais com a China superam o volume negociado com os Estados Unidos em cerca de 100%. Segundo números citados por ele, o fluxo bilateral com Pequim alcança US$ 160 bilhões, enquanto o comércio com Washington fica em torno de US$ 80 bilhões. O presidente destacou ainda que o Brasil registra superávit de mais de US$ 30 bilhões na relação com os chineses, ao passo que, com os norte-americanos, o saldo acumulado em 15 anos estaria deficitário em aproximadamente US$ 410 milhões.
Ao comentar a postura de autoridades estaduais, Lula dirigiu críticas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), acusando-o de fazer declarações “inverídicas” sobre a política comercial do governo federal. O presidente sugeriu que Zema deveria “estudar um pouco” antes de questionar a estratégia adotada em Brasília.
Além do embate tarifário, Lula voltou a exaltar a aprovação da reforma tributária no Congresso. Segundo ele, a medida demonstra que o Executivo mantém uma agenda econômica voltada à modernização do sistema e ao incentivo à competitividade, embora não tenha detalhado impactos imediatos na relação comercial com os EUA.
Expectativas para 2026 e postura internacional
Questionado sobre o cenário político interno, Lula afirmou que pretende ver o Partido dos Trabalhadores “terminando as eleições em primeiro lugar em 2026”. O chefe do Executivo não especificou quais estratégias serão adotadas, mas reiterou confiança no desempenho da sigla.
Na esfera internacional, o presidente afirmou ter “aprendido a andar de cabeça erguida” e que “um homem digno não rasteja diante de outro”. Ele ressaltou não ter recebido sequer uma carta de Donald Trump desde o início da escalada tarifária, reforçando o argumento de que a iniciativa para o diálogo deve partir da Casa Branca.


IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada




Imagem: Internet
Ainda de acordo com Lula, “quando Trump quiser conversar”, o “Lulinha paz e amor” estará disponível para encontrar uma solução negociada. Até lá, o governo manterá suas alternativas de mercado, sobretudo na Ásia, onde o país conseguiu ampliar a participação de produtos do agronegócio e da mineração.
Perspectivas e próximos passos
Embora o Planalto sustente ter equipe pronta para negociar, não há, até o momento, cronograma de reuniões com o governo norte-americano. Empresários dos setores mais afetados acompanham com preocupação a escalada, enquanto exportadores direcionam parte da produção a outros destinos para driblar o impacto das tarifas.
No âmbito diplomático, o Itamaraty monitora possíveis desdobramentos em órgãos internacionais de comércio, mas evita falar em contencioso formal. Já no Congresso Nacional, parlamentares cobram transparência sobre as tratativas e solicitam mapeamento dos produtos mais prejudicados.
Em resumo, Lula endurece o discurso contra a Casa Branca e condiciona qualquer diálogo a uma mudança de postura de Donald Trump. Enquanto a tensão se prolonga, o governo brasileiro aposta na diversificação de mercados e na recente reforma tributária para manter a competitividade externa.
Se você quer acompanhar outros desdobramentos da política externa brasileira, confira a cobertura completa em nossa página de Política.
Resumo e CTA: A disputa tarifária entre Brasil e Estados Unidos ganha novos capítulos com a exigência de Lula por uma iniciativa de Washington. Continue acompanhando nossas atualizações e fique por dentro dos próximos passos dessa negociação que impacta diretamente o comércio exterior brasileiro.

Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS


Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no Geral de Notícias, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!