O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (5) que pretende concorrer à sucessão de 2026 caso mantenha a atual condição de saúde. Aos 80 anos, o chefe do Executivo afirmou não temer nenhum concorrente e disse que apenas duas hipóteses o afastariam da disputa: um problema médico ou o surgimento de um nome considerado “melhor” dentro do próprio partido.
Lula minimiza adversários e rejeita retorno da direita
Em entrevista, o petista foi categórico ao afirmar que “não escolhe adversário” e que “quem deve estar preocupado” são os possíveis concorrentes. Sem citar nomes, Lula lembrou já ter enfrentado diferentes rivais em eleições presidenciais e apontou que, na sua avaliação, a “extrema direita não voltará a governar o país”.
Nos bastidores, o presidente chegou a mencionar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como potencial oponente nas urnas. A referência feita durante reunião ministerial em agosto marcou uma mudança na leitura do Planalto, que inicialmente via Tarcísio focado na reeleição estadual, e não em uma candidatura nacional.
Apesar do discurso confiante, Lula manteve a decisão oficial sobre 2026 em aberto. Ele disse que a definição ocorrerá só no ano que vem e condicionou tudo ao seu quadro clínico. “Se eu estiver com a saúde que estou hoje, não tenho dúvidas de que serei candidato”, enfatizou.
Comparação com Vargas e defesa de ajustes na CLT
Lula comparou sua trajetória à de Getúlio Vargas, presidente que governou o Brasil entre 1930 e 1945. Segundo ele, apenas os dois, desde a Proclamação da República, implantaram políticas de inclusão social de grande alcance. Como exemplo, citou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada em 1943.
Questionado sobre a atual validade da CLT, Lula defendeu que o texto seja “reestruturado” para acompanhar as transformações do mercado, mas rechaçou a possibilidade de extinção. Para o presidente, “acabar com a CLT é retirar a maior segurança do trabalhador brasileiro”. Ele admitiu, contudo, que mudanças devem ocorrer via negociação coletiva, algo que, segundo ele, “muito empresário não quer fazer”.
Neutralidade na tensão EUA-Venezuela e críticas a Israel
Na política externa, Lula afirmou que o Brasil permanecerá “do lado da paz” diante do acirramento entre Estados Unidos e Venezuela. O governo brasileiro tem se limitado a declarações pontuais contra uma escalada militar, mantendo distância de negociações diretas tanto com Washington quanto com Caracas.
Sobre o conflito Israel-Palestina, Lula negou simpatia ao Hamas, classificado como organização terrorista. Mesmo assim, voltou a condenar a operação israelense na Faixa de Gaza, que descreveu como “genocídio”. Ele argumentou que apoia a criação de um Estado palestino que conviva “harmonicamente” com Israel e criticou a comunidade judaica no Brasil por, segundo ele, não repudiar as ações do governo Benjamin Netanyahu.
Regulação de redes sociais e resistência em diálogo com Trump
O presidente também reiterou a defesa de maior regulação das plataformas digitais. A proposta enfrenta resistência de setores que veem risco à liberdade de expressão, mas Lula sustenta que a medida é necessária para conter campanhas de desinformação.


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Imagem: Internet
Em relação a tarifas impostas pelos Estados Unidos, o petista disse encontrar barreiras no diálogo com o governo de Donald Trump. Ele não detalhou quais temas enfrentam impasse, mas relatou “resistência” em avançar nas tratativas comerciais.
Possível sucessão permanece indefinida
Embora Lula destaque sua disposição de concorrer, integrantes do PT ainda discutem alternativas internas. O presidente mencionou que só deixaria a vaga se surgir um nome superior, sem, no entanto, indicar favoritos. Até o momento, figuras como o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o chanceler Mauro Vieira são apontadas como opções caso o líder petista recue, mas nenhum deles se consolidou publicamente.
O cenário eleitoral de 2026, portanto, segue em aberto. Lula tenta manter o controle da narrativa, apresentando-se como pré-candidato natural e reforçando a intenção de impedir a volta de projetos alinhados à direita. Já seus potenciais adversários observam a movimentação e aguardam definições partidárias e pesquisas futuras para calibrar estratégias.
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Em resumo, Lula coloca a própria saúde como único empecilho concreto para disputar o Planalto novamente, reitera a resistência a rivais conservadores e insiste em agendas internas e externas que despertam debate intenso no país. Acompanhe as atualizações e compartilhe seu ponto de vista nos comentários.
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