Brasília — O 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores terminou neste domingo (3) com uma cena que resumiu o tom do evento: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva posou para fotos ao lado de Fidel Antonio Castro Smirnov, neto do ex-ditador cubano Fidel Castro, falecido em 2016. A imagem, divulgada nas redes pelo prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá (PT), rapidamente se espalhou e reacendeu críticas sobre a proximidade do PT com regimes autoritários latino-americanos.
Foto simboliza aproximação com herdeiro de Fidel
O registro foi feito durante a plenária de encerramento do encontro partidário, realizado em um centro de convenções na capital federal. No clique, aparecem Lula, Fidelito — como é chamado pelos correligionários — e Quaquá, que intermediou o encontro. Segundo o prefeito fluminense, o “abraço entre Lula e o neto de Fidel” representaria “afeto e história que se transformam em futuro”.
Fidelito, de 43 anos, é doutor em Física pela Universidade de Valência e desenvolve projetos na área de medicina nuclear. Ele aceitou, ainda de acordo com Quaquá, conduzir pesquisas no município de Maricá, administrado pelo PT desde 2009. A prefeitura da cidade fluminense, conhecida pelo alto orçamento oriundo dos royalties do petróleo, já mantém convênios internacionais na área médica e deverá financiar parte das atividades do cubano.
Participaram também do encontro a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, eleito para comandar a sigla no próximo biênio. Os discursos ressaltaram bandeiras tradicionais do partido, como controle estatal sobre setores estratégicos, defesa de subsídios e críticas a reformas de mercado.
IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada
Manifestações cobram anistia e criticam Lula e Moraes
Enquanto o presidente posava com o neto de Fidel em Brasília, milhares de pessoas saíam às ruas em várias capitais para protestar contra o governo federal e contra decisões do Supremo Tribunal Federal. Os atos, convocados por movimentos de direita, ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e outras cidades.
Na Avenida Paulista, principal palco das manifestações paulistas, os organizadores estimaram público de dezenas de milhares, que vestiam camisetas verde-amarelas e carregavam bandeiras nacionais. Os manifestantes entoaram coros de “Fora, Lula” e “Fora, Moraes”, numa referência ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que investigam os protestos de 8 de janeiro. Cartazes pediam anistia para os condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes e acusavam o STF de extrapolar prerrogativas constitucionais.
Em discursos sobre caminhões de som, líderes de entidades civis criticaram o reajuste de preços de combustíveis, a alta de impostos prevista para 2024 e a aproximação diplomática com países sob regimes autoritários, como Cuba e Venezuela. Para os organizadores, a foto de Lula com o herdeiro do antigo regime cubano reforça a orientação ideológica do Palácio do Planalto e contrasta com as pautas defendidas pelos manifestantes — entre elas, liberdade econômica, respeito à propriedade privada e garantia de liberdades individuais.
Contrastes no mesmo domingo
O contraste entre as cenas em Brasília e nas ruas do país marca o clima político no início de dezembro. De um lado, o PT celebrou 44 anos de fundação defendendo a ampliação do papel do Estado, o fortalecimento de alianças internacionais à esquerda e a revogação de reformas aprovadas nos últimos anos. De outro, cidadãos contrários ao governo apontaram desequilíbrios fiscais, intervenção judicial e crise de representatividade como principais motivos para a mobilização.
Analistas observam que a escolha de Lula em se deixar fotografar com um descendente direto de Fidel Castro funciona como mensagem simbólica a uma ala do partido que cobra alinhamento mais nítido com a história da sigla. O gesto, contudo, ocorre no momento em que o governo tenta aprovar pautas no Congresso que exigem diálogo com o centro e a oposição.
Ao fim do evento petista, não houve coletiva de imprensa. Lula deixou o local escoltado, sem responder às provocações que chegavam pelas redes a respeito da recepção a Fidelito. Já em São Paulo, os protestos terminaram ao cair da noite, com a PM registrando atos pacíficos e sem confrontos relevantes.
Com a proximidade do recesso parlamentar, tanto a base governista quanto a oposição intensificam agendas de rua e redes sociais para consolidar narrativas. A imagem com o neto de Fidel Castro — nome histórico do socialismo no continente — deve continuar a ser explorada por críticos do Palácio do Planalto, que apontam incoerência entre o discurso de democracia e alianças com dinastias políticas autoritárias.
Durante a próxima semana, Fidelito cumpre compromissos técnicos em Maricá para definir cronograma de instalação de seu laboratório de medicina nuclear. A prefeitura informou que os custos serão arcados com recursos municipais e eventuais parcerias federais, sem detalhar valores.
Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS
Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no Geral de Notícias, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!
