Nikolas Ferreira assume centro do ato na Paulista

Nikolas Ferreira assume centro do ato na Paulista e reforça pressão por impeachment de Moraes

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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) tornou-se a principal atração da manifestação marcada para este domingo (3/8) na Avenida Paulista, em São Paulo. A mobilização, organizada pelo pastor Silas Malafaia, ocorre sem a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro e do governador paulista Tarcísio de Freitas, ausências que abriram espaço para que o parlamentar mineiro liderasse os discursos.

Pressão sobre Alexandre de Moraes

Nikolas gravou vídeo de convocação divulgado por Malafaia em listas de transmissão. Na mensagem, o deputado lista decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como motivo para que simpatizantes ocupem a Paulista.

Na semana passada, o parlamentar protocolou pedido de impeachment contra Moraes no Senado. A iniciativa coincidiu com a aplicação, pelo governo dos Estados Unidos, da Lei Magnitsky contra o magistrado. Nos perfis oficiais, Nikolas mantém um “placar” que indica 34 senadores favoráveis, 19 contrários e 28 indefinidos, entre eles o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), responsável por pautar o processo.

A ofensiva une Nikolas ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), radicado nos EUA desde fevereiro e defensor da sanção internacional a Moraes. Segundo aliados, os dois conversaram no início da semana, com intermediação do comentarista Paulo Figueiredo, e acertaram focar as críticas no ministro do STF, deixando de lado desavenças recentes.

Presenças confirmadas e baixas no ato

Nikolas participará de um ato pela manhã, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e embarcará para São Paulo à tarde. Estratégia semelhante adotará o líder da oposição na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que falará no Rio de Janeiro antes de seguir para a Paulista.

Bolsonaro não poderá comparecer. Medidas cautelares impostas por Moraes, em 18 de julho, determinam recolhimento domiciliar do ex-presidente entre sexta-feira à noite e domingo, além do uso de tornozeleira eletrônica. Já Tarcísio de Freitas passará por procedimento para retirada de nódulo na tireoide, no Hospital Albert Einstein, e permanecerá fora da manifestação.

Outros governadores que costumam participar de atos bolsonaristas também não confirmaram presença. Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO), Ratinho Junior (PR) e Jorginho Mello (SC) devem permanecer em seus estados. No Congresso, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), falará em Natal, enquanto o deputado Luciano Zucco (PL-RS) participará de manifestação em Porto Alegre.

Tensão anterior e trégua recente

No ato de 29 de junho, também na Paulista, aliados de Eduardo Bolsonaro criticaram Nikolas pela ausência – o mineiro era padrinho de casamento em Minas Gerais. No dia seguinte, Eduardo publicou mensagem sugerindo que eleitores observassem quais parlamentares compareceram ao protesto e quais travaram o “embate” esperado contra o STF.

A troca de farpas ganhou força na semana passada, quando Eduardo escreveu nas redes sociais que “é triste ver a que ponto Nikolas chegou”. A conversa mediada por Paulo Figueiredo, porém, colocou fim ao atrito e selou cooperação momentânea contra Moraes.

Logística e demandas do movimento

O ato na Paulista tem início previsto para as 14 h, com concentração em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Organizadores esperam pautar três reivindicações: impeachment de Moraes, anistia aos investigados pelos eventos de 8 de janeiro e liberdade de expressão nas redes. Faixas em inglês, cartazes em apoio ao ex-presidente norte-americano Donald Trump e bandeiras de Israel devem voltar a compor o cenário, repetindo manifestações anteriores.

Mesmo sem a presença física de Bolsonaro, lideranças do PL calculam que a participação de Nikolas seja suficiente para manter o apelo junto aos jovens, segmento em que o deputado mineiro reúne forte engajamento digital. A expectativa é de que ele destaque, no carro de som, a necessidade de “pressão popular” sobre o Senado para avançar o pedido de impeachment do ministro do STF.

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