A Petrobras decidiu voltar a atuar diretamente na distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP) apenas cinco anos depois de vender a Liquigás para o setor privado. A medida foi confirmada pela presidente da estatal, Magda Chambriard, que atribuiu a decisão ao que classificou como “desorganização” do mercado e ao aumento expressivo das margens de lucro do produto.
Decisão do conselho e motivações
O conselho de administração aprovou a retomada já na quinta-feira, 7 de agosto. Em entrevista concedida nesta segunda-feira, 18, à Agência Eixos, Chambriard afirmou que o GLP “está se transformando em um negócio altamente lucrativo” e que a Petrobras “precisa participar” desse cenário. Segundo a executiva, parte das distribuidoras chega a registrar lucro superior ao obtido pelas operações no pré-sal.
A presidente sustentou que a presença da companhia ajudará a “disciplinar” o setor e impedir escalada de preços considerada por ela como “indisciplina de mercado”. A estatal planeja, ainda, separar o preço do GLP industrial do preço do botijão de cozinha, medida que coincide com o programa governamental Gás para Todos, destinado ao fornecimento gratuito do produto a famílias de baixa renda.
Impacto no histórico de privatização
A volta à distribuição ocorre após a venda da antiga Liquigás, concluída em 2020 por R$ 4 bilhões para o consórcio formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás. À época, a operação foi justificada como parte de um plano de desinvestimentos para reduzir dívidas e reforçar a exploração de petróleo. Agora, a estatal revê a posição, argumentando que o cenário atual exige presença direta para garantir oferta e preços.
Preços, agronegócio e logística de gás natural
Chambriard destacou que o agronegócio estuda usar GLP para secagem de grãos, mas classificou a iniciativa como “incongruente”, já que o custo do GLP importado seria superior ao do gás natural disponível internamente. A executiva informou que a Petrobras reduziu o preço do gás natural para distribuidoras em quase 40 % ao longo do último ano, enquanto o GLP industrial continuou subindo.
Com a promessa de ampliar a infraestrutura de transporte, a estatal pretende tornar o gás natural opção competitiva para os setores químico e siderúrgico. Segundo a presidente, ganhos logísticos e ampliação de gasodutos devem viabilizar preços mais baixos e diminuir a dependência de importação de GLP.
Crescimento da produção e novos poços
A executiva também ressaltou os resultados operacionais. De janeiro a agosto, a companhia conectou mais poços de produção do que em todo o ano anterior. O prazo médio para ligação de um novo poço caiu de mais de 12 meses para sete, impulsionando recordes em campos como Búzios.
Na Margem Equatorial, especificamente na bacia da Foz do Amazonas, a Petrobras planeja perfurar pelo menos seis poços. A Avaliação Pré-Operacional (APO) está marcada para 24 de agosto, e a empresa aguarda licença ambiental do Ibama para iniciar a atividade. Chambriard esclareceu que o resultado exploratório pode não vir do primeiro poço, batizado de Morpho, mas a companhia já solicitou licenças para os demais.
IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada
Imagem: Fernando Frazão
Reservas e horizonte de produção
A estatal vê na Margem Equatorial a chance de recompor reservas diante do natural declínio do pré-sal. Conforme o planejamento, a nova fronteira pode abrir espaço para ampliar a produção brasileira de petróleo e manter o ritmo de receitas, garantindo recursos para financiar projetos de gás natural e a recém-anunciada operação de distribuição de GLP.
Para o governo, a participação ativa da Petrobras na distribuição tende a facilitar políticas de subsídio ao botijão para famílias de baixa renda. Já para setores industriais e grandes consumidores, a companhia promete diferenciação de preços, integrando logística de GLP e de gás natural para reduzir custos.
O movimento da estatal sinaliza um reposicionamento estratégico após ciclo de privatizações iniciado em 2016. Como consequência, observadores do mercado aguardam os próximos passos regulatórios e eventuais ajustes na legislação que possam acompanhar essa mudança.
Mais detalhes sobre decisões de governo e impactos no setor de energia podem ser acompanhados na seção de Política do nosso portal.
Em síntese, a Petrobras aposta na rentabilidade do GLP para expandir suas fontes de receita, promete disciplinar preços e reforça investimentos em gás natural e novas frentes exploratórias. Acompanhe nossas atualizações e saiba como as mudanças na estatal podem influenciar o mercado e o seu bolso.
Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS
Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no Geral de Notícias, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!
