A Polícia Federal concluiu que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não cometeu crimes de coação contra o Supremo Tribunal Federal nem tentou obstruir investigações ao deixar o Brasil com destino à Itália. O relatório final, encaminhado em 19 de setembro de 2025 ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, aponta que as manifestações da parlamentar ficaram restritas ao campo da retórica nas redes sociais, sem interferência prática em processos judiciais.
Conclusão do inquérito
O documento sustenta que, “salvo melhor juízo”, não há elementos que demonstrem qualquer ação concreta orientada a comprometer o andamento de ações penais em curso. Mesmo com a retórica forte e repetida nas plataformas digitais, a PF registra que Zambelli não avançou para atos que configurassem coação ou obstrução.
Em junho de 2025, após a deputada comunicar que havia deixado o país, o ministro Alexandre de Moraes abriu novo inquérito, alegando suposta tentativa de frustrar ordem de prisão. Também determinou o bloqueio dos perfis da parlamentar e o monitoramento de conteúdos publicados por terceiros em seu nome. A investigação confirmou o uso de contas de familiares e apoiadores para manter postagens, mas avaliou que esses registros não tiveram efeito sobre os processos.
No trecho principal do relatório, a delegada responsável lembra que Zambelli declarou intenção de “promover atos de obstrução de justiça semelhantes aos atribuídos ao deputado Eduardo Bolsonaro”, que se encontra nos Estados Unidos. Entretanto, a PF enfatiza que essas declarações não resultaram em articulações, contatos ou meios que pudessem efetivamente interferir na aplicação da lei.
Condenação anterior e situação jurídica
Paralelamente ao inquérito agora encerrado, Zambelli segue condenada a dez anos de prisão, perda do mandato e multa de R$ 2 milhões por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça. A defesa nega irregularidades e recorre da decisão. Na linha do tempo apresentada pela PF, a parlamentar foi detida pela polícia italiana em 29 de julho e teve seus perfis bloqueados desde 4 de junho, mas não existem evidências de que tenha tentado influenciar servidor público ou testemunhas.
O relatório reforça que, embora o discurso da deputada abrace tom crítico em relação ao Judiciário brasileiro e favorável a políticas de taxação norte-americanas, essas postagens configuram opiniões. Dessa forma, faltam provas de que tais falas tenham mudado ou atrasado qualquer diligência judicial.
Apuração sobre doações e movimentação financeira
A Polícia Federal também investigou a campanha de arrecadação via Pix lançada por Zambelli. Foram mapeadas 88 transferências de valores iguais ou acima de R$ 500, realizadas entre 8 de maio e 5 de junho de 2025. O levantamento apontou movimentação total de R$ 336 mil nas contas da deputada nesse intervalo.


Camiseta Camisa Bolsonaro Presidente 2026 Pátria Brasil 6 X 10,00 S/JUROS


Imagem: Lula Marques
Entre as transações, constam doações de R$ 5 mil provenientes de pessoas físicas e jurídicas. O empresário Luciano Hang, proprietário da rede Havan, aparece em 20 de maio com contribuição nesse montante. A PF não identificou indícios de lavagem de dinheiro ou de utilização ilícita desses recursos, reiterando que a movimentação financeira observada decorre de apoio político voluntário.
Próximos passos
Com o encerramento do inquérito, o relatório segue para avaliação do ministro Alexandre de Moraes, que poderá arquivar o procedimento ou adotar novas medidas. Até o momento, não há informações sobre a revogação de bloqueios nas redes sociais da parlamentar ou eventual flexibilização de restrições impostas pela Suprema Corte.
Para acompanhar outras atualizações do cenário político, acesse nossa página de política.
Em síntese, a apuração da Polícia Federal afasta suspeitas de coação ou obstrução por parte de Carla Zambelli, limitando o caso ao âmbito de manifestações virtuais sem consequência processual imediata. Continue seguindo nossas publicações para se manter informado sobre desdobramentos judiciais e legislativos relevantes.
Para informações oficiais e atualizadas sobre política brasileira, consulte também:

IMPERDÍVEL! Jair Bolsonaro: O fenômeno ignorado: Eles não entenderam nada



