A bancada do Partido Liberal (PL) encolheu de 99 para 85 deputados federais desde a posse de 2023. A redução de 14% coloca a legenda associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro como a que mais perdeu parlamentares nesta legislatura.
Alteração do STF impacta composição
A perda mais recente tem relação direta com a nova interpretação do Supremo Tribunal Federal sobre as sobras eleitorais. O ajuste judicial levou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a declarar vagos sete mandatos, dois deles ocupados por Sonize Barbosa (PL-AP) e Silvia Wãiapi (PL-AP). As vagas foram redistribuídas de acordo com os novos critérios definidos pela Corte.
Na sequência, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, expulsou o deputado Antonio Carlos Rodrigues (SP). A decisão ocorreu após o parlamentar elogiar o ministro Alexandre de Moraes e criticar a aplicação da Lei Magnitsky, anunciada pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, contra o magistrado. A direção partidária entendeu que o posicionamento contrariou a linha adotada pela bancada, majoritariamente alinhada ao bolsonarismo. Apesar da medida, o nome de Rodrigues ainda consta no sistema da Câmara, pois ele afirma não ter sido notificado formalmente.
Divergências internas e pressão ideológica
A orientação cada vez mais firme em torno da agenda de direita impulsionada por Bolsonaro provocou atritos com parlamentares de perfil mais moderado. Deputados que defenderam pautas de diálogo com o Palácio do Planalto foram gradualmente isolados. O ponto de inflexão ocorreu na votação da reforma tributária, quando vinte integrantes do PL apoiaram o texto considerado prioritário pelo governo federal. Seis desses parlamentares deixaram a legenda nos meses seguintes.
O deputado Samuel Viana (Republicanos-MG), que migrou em 2023, afirmou reconhecer os “valores da direita” no PL, mas discordar do que chamou de “métodos” adotados pela bancada. Já Ricardo Salles (Novo-SP), ex-ministro do Meio Ambiente, apontou conflito entre o núcleo bolsonarista — responsável por grande parte dos votos — e o grupo ligado a Valdemar Costa Neto, que mantém posições estratégicas internas.
Destinos dos dissidentes
O Partido Progressistas (PP) foi o principal beneficiado, acolhendo quatro ex-deputados do PL. PSD e Republicanos também ampliaram suas bancadas com nomes que se desligaram da sigla liberal. No quadro geral da Câmara, o PL segue como maior bancada, porém com margem menor em relação a 2023.
Enquanto parte dos parlamentares saiu por se sentir pressionada a seguir a orientação bolsonarista, outro segmento rompeu por considerar excessiva a proximidade da direção partidária com o chamado centrão. Salles, quarto deputado mais votado em São Paulo, criticou a influência desse grupo nos cargos de comando interno.


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Casos pendentes e ameaças de expulsão
Outros cinco deputados enfrentam ameaça de desligamento, mas permanecem filiados. Professor Alcides (GO) anunciou saída em janeiro após abertura de investigação por suposto estupro de vulnerável, porém o registro dele segue ativo. Júnior Lourenço (MA) contrariou a bancada ao votar contra a cassação de André Janones (Avante-MG) e foi alvo de anúncio de expulsão feito pelo colega Nikolas Ferreira (MG); o processo não avançou.
Os maranhenses Josimar Maranhãozinho e Pastor Gil, além do suplente Bosco Costa (SE), respondem a ação por desvio de emendas. Em 2024, Bolsonaro declarou que o trio seria removido após as eleições municipais, mas a medida não se concretizou até agosto de 2025.
Comparativo com outras legendas
Enquanto o PL registrou 14 baixas, o Partido dos Trabalhadores (PT) manteve sua composição, sem perdas nem ganhos. O PP cresceu de 47 para 50 deputados, seguido por PSD e Republicanos, cada um com acréscimo de dois representantes.
Mesmo reduzido, o PL continua fundamental nas negociações legislativas por controlar a maior fatia do plenário. A bancada agora enfrenta o desafio de recompor coesão interna, manter alinhamento à pauta conservadora e, ao mesmo tempo, preservar espaço em comissões e relatorias num cenário de competição crescente com siglas do centrão.
A direção nacional avalia novos critérios de filiação para evitar futuras desfiliações e pretende reforçar a comunicação com estados onde ocorreram as maiores perdas. A expectativa é estabilizar o número de cadeiras até o fim de 2026, quando o partido planeja lançar ampla candidatura própria nas eleições municipais e alavancar nomes para a disputa presidencial.

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