O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), expressou preocupação com o avanço de processos judiciais contra cidadãos que se limitam a criticar autoridades. A declaração ocorreu nesta quinta-feira, 21, após evento no interior do Estado, quando foi abordado sobre o conteúdo extraído pela Polícia Federal do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Liberdade de expressão em pauta
Respondendo a perguntas sobre as conversas privadas de Bolsonaro com o filho deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Tarcísio classificou a investigação como sinal de um cenário preocupante para a liberdade de expressão. “Me preocupa um pouco o rumo que as coisas estão tomando. Me preocupa ver pessoas sendo investigadas e alvo de ações judiciais simplesmente por fazerem críticas”, declarou o governador.
Tarcísio frisou que o teor dos diálogos divulgados não apresenta, em sua avaliação, relevância pública capaz de justificar a exposição. Ele argumentou que conversas entre pai e filho pertencem ao âmbito privado e não deveriam ganhar caráter de prova para acusações políticas. “Não vejo sentido em divulgar mensagens íntimas quando não há interesse público claro”, assinalou.
Relação com Bolsonaro permanece inalterada
Mesmo diante do indiciamento da PF que aponta possível coação para interferir em processo no Supremo Tribunal Federal, Tarcísio afirmou que sua postura de apoio ao ex-presidente continua firme. “Minha relação com o presidente Bolsonaro é de lealdade, amizade e gratidão”, enfatizou. Segundo o governador, o líder do PL “fez muito pelo Brasil” e teria sido fundamental para sua própria trajetória política.
Tarcísio disse que permanecerá “sempre do lado” de Bolsonaro e disposto a colaborar “na medida do possível”. Ele evitou comentários sobre a disputa interna no campo conservador envolvendo seu nome e o de Eduardo como potenciais candidatos ao Planalto em 2026. Questionado sobre eventual preferência do ex-presidente, o paulista limitou-se a afirmar que a pauta, no momento, é administrativa e não eleitoral.
Contexto da investigação
O relatório final da Polícia Federal, tornado público nesta semana, atribui a Bolsonaro e a Eduardo a prática de coação no curso do processo, relacionada aos atos de 8 de janeiro de 2023. De acordo com a PF, mensagens encontradas no aparelho do ex-mandatário sugeririam tentativa de influenciar julgamento no Tribunal Superior Eleitoral.
Bolsonaro nega irregularidades e seus advogados classificam a investigação como “perseguição política disfarçada de procedimento policial”. Aliados apontam que a divulgação das conversas viola direitos constitucionais de privacidade e reforça a tese de uso seletivo do aparato estatal contra opositores.
Preocupação com precedentes
Para Tarcísio, o caso cria precedente perigoso, pois críticas legítimas podem ser convertidas em argumento para constranger cidadãos. Ele lembrou que o país atravessou período recente no qual manifestações em redes sociais passaram a servir de base para mandados de busca, apreensão e até mesmo bloqueio de contas.
O governador reforçou que defender a liberdade de expressão é princípio inegociável: “Constituição garante ao brasileiro o direito de discordar, inclusive do governo. Precisamos zelar para que esse direito não seja corroído por interpretações convenientes”.
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Imagem: Internet
Sucessão de 2026 permanece em aberto
Embora o nome de Tarcísio figure entre os mais citados para representar a direita na próxima eleição presidencial, o chefe do Executivo paulista afirma que se mantém focado na gestão estadual. Ele cita projetos de infraestrutura, segurança e desburocratização como prioridades e minimiza discussões prematuras sobre candidaturas.
Em paralelo, Eduardo Bolsonaro também manifesta interesse em disputar o Planalto. Analistas veem na disputa interna mais um capítulo da reorganização do grupo conservador após o fim do mandato de Jair Bolsonaro. A definição do candidato deve ocorrer apenas em 2025, quando o ex-presidente pretende reunir lideranças e avaliar cenários.
Nesse contexto, a aproximação de Tarcísio com prefeitos e parlamentares, somada à gestão considerada eficiente em São Paulo, aumenta sua visibilidade nacional. Porém, o governador evita alimentar especulações para não antecipar embates dentro do próprio campo político.
Desdobramentos aguardados
O inquérito que envolve Bolsonaro segue no Supremo Tribunal Federal, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A defesa do ex-presidente já pediu acesso integral aos autos e sinaliza que ingressará com ações para contestar a legalidade das provas obtidas. Nos bastidores, aliados avaliam que a base conservadora tende a endurecer críticas ao Judiciário caso o processo avance.
Enquanto isso, Tarcísio mantém a linha de cobrar limites claros às investigações e resguardar direitos individuais. A repercussão de sua fala, porém, evidencia a tensão crescente entre Poderes e reforça o debate sobre garantia de liberdades civis no país.
Para acompanhar outros desdobramentos na esfera político-judicial, o leitor pode acessar nossa cobertura completa em https://geraldenoticias.com.br/category/politica/.
Em resumo, Tarcísio de Freitas questiona a exposição de conversas privadas e alerta para o risco de investigações baseadas apenas em críticas, reafirmando apoio incondicional a Jair Bolsonaro. Fique atento às próximas atualizações e compartilhe sua opinião nos comentários.
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