O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na sexta-feira (1) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode telefonar “a qualquer momento” para discutir as novas tarifas impostas a produtos brasileiros. A declaração foi feita no jardim da Casa Branca, diante de repórteres, e reforça a postura firme do governo norte-americano diante das práticas comerciais adotadas pelo Planalto.
Trump reforça disposição para diálogo
Durante a coletiva, Trump afirmou que mantém apreço pelo povo brasileiro, mas não poupou críticas às autoridades em Brasília. “Ele pode falar comigo quando quiser. Vamos ver o que acontece, eu amo o povo brasileiro”, disse. Em seguida, destacou que “as pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada”, referindo-se a medidas do governo Lula consideradas prejudiciais a empresas dos Estados Unidos.
A fala ocorre dois dias após a assinatura de uma ordem executiva que estabelece tarifa de 50% sobre produtos do Brasil. O documento cita três pilares para a sanção: efeitos negativos sobre companhias americanas, restrições à liberdade de expressão e interferência em interesses estratégicos norte-americanos. O novo imposto deverá entrar em vigor na próxima semana, caso não haja avanço nas negociações.
Em resposta, Lula afirmou estar aberto ao diálogo. O Planalto, no entanto, ainda não formalizou pedido de ligação nem confirmou encontro presencial. Assessores presidenciais ventilam a possibilidade de reunião com Trump à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na segunda semana de setembro, mas admitem que não há tratativas concretas até o momento.
Brasília avalia reação e prepara terreno
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que “a recíproca é verdadeira” em relação à disposição de Trump para conversar. Segundo ele, é necessário “preparar o terreno” antes de qualquer contato direto entre os chefes de Estado. Haddad pretende realizar nova reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para tentar minimizar os impactos e defender setores estratégicos da economia nacional.
Mesmo diante da ameaça tarifária, o ministro garantiu que o Brasil permanecerá na mesa de negociação. O governo avalia que a manutenção do diálogo é crucial para exportadores de café, carne e outros produtos que historicamente têm peso relevante na balança comercial entre os dois países.
Analistas, porém, apontam riscos. Para o cientista político André César, o momento exige cautela. Ele lembra que Trump costuma adotar postura imprevisível em temas de política externa, o que amplia incertezas sobre o resultado de uma eventual conversa telefônica ou encontro bilateral.


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Imagem: cnnbrasil.com.br
Impacto sobre setores estratégicos
A tarifa de 50% pode afetar diretamente cadeias produtivas brasileiras concentradas em commodities agrícolas e bens manufaturados. Exportadores observam o cenário com preocupação, pois a elevação do custo de entrada no mercado norte-americano tende a reduzir competitividade e margens de lucro. A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acompanham os desdobramentos e defendem solução rápida.
No âmbito diplomático, o Itamaraty avalia opções dentro das normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a medida, caso não haja consenso por via direta. Entretanto, a prioridade declarada segue sendo o entendimento político entre os presidentes.
Agenda internacional e próximos passos
Com a Assembleia Geral da ONU marcada para setembro, cresce a expectativa de que Lula e Trump possam se encontrar em Nova York. Caso ocorra, será o primeiro contato presencial desde que o petista assumiu o mandato. A equipe de assessores do Planalto reconhece que um encontro dependerá de alinhamento prévio, logística e disposição de ambas as partes.
Enquanto isso, o mercado aguarda sinais claros. Empresas importadoras nos Estados Unidos já consideram redirecionar pedidos para outros fornecedores, enquanto produtores brasileiros avaliam estratégias para mitigar perdas. A movimentação reforça a urgência de um acordo que garanta previsibilidade e mantenha o fluxo comercial.
Os próximos dias serão decisivos para definir se o canal aberto por Trump resultará em diálogo concreto ou escalada tarifária. Até lá, Brasília busca equilibrar preservação de postos de trabalho e interesses econômicos, sem descartar a via contenciosa em fóruns internacionais.

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