Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitem, nos bastidores, a possibilidade de um encontro com o ex-presidente norte-americano Donald Trump durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, marcada para a segunda semana de setembro, em Nova York. A ideia é tratada como hipótese e depende de ajustes logísticos, disposição mútua e ambiente político favorável.
Abertura de Trump e alívio tarifário
Na última sexta-feira (1º), Trump declarou, na Casa Branca, que Lula poderia ligar “a qualquer momento” para discutir tarifas e outros temas bilaterais. O republicano destacou apreço pelo povo brasileiro e afirmou que “as pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada”, sem especificar a que se referia. A fala ocorreu depois de o governo americano anunciar exclusões tarifárias que abrangem mais de 40 % das exportações brasileiras aos Estados Unidos, medida vista pelo Planalto como sinal de avanço nas negociações.
Com o gesto de Washington, interlocutores do governo brasileiro enxergam canais diplomáticos em construção. O vice-presidente Geraldo Alckmin conversou recentemente com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, enquanto o chanceler Mauro Vieira se reuniu, em Washington, com o secretário de Estado, Marco Rubio. Foi o primeiro encontro oficial entre Vieira e Rubio desde a posse do governo republicano.
Palácio do Planalto descarta ida à Casa Branca
Mesmo sob convite, o Planalto considera inviável uma visita de Lula ao Salão Oval. A avaliação interna é que encontros anteriores de Trump com líderes como Volodymyr Zelensky e Cyril Ramaphosa expuseram chefes de Estado a situações constrangedoras e imprevisíveis. Assessores temem que uma reunião bilateral em Washington amplifique tensões e potencialize atritos protocolares.
Para evitar exposição indesejada, a equipe presidencial prefere um “campo neutro” — a sede da ONU oferece justamente esse ambiente. Em Nova York, o giro de líderes é intenso e as conversas podem ocorrer com menor pressão midiática.
Contato telefônico segue em aberto
Antes do anúncio tarifário, o núcleo próximo a Lula desaconselhou um telefonema a Trump. Naquele momento, o gesto poderia ser interpretado como sinal de fragilidade nas tratativas comerciais. Agora, com parte das tarifas suspensas, auxiliares já admitem retomada do contato por telefone, desde que a conversa não avance sobre assuntos internos brasileiros, como processos em tramitação no Supremo Tribunal Federal.


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Imagem: cnnbrasil.com.br
Protocolo da ONU cria ocasião inevitável
Pelo protocolo histórico da Assembleia Geral, cabe ao presidente do Brasil abrir as sessões, seguido imediatamente pelo chefe de Estado dos Estados Unidos. Mesmo que não haja agenda formal, a proximidade nos discursos torna um encontro casual praticamente inevitável. Caso optem por uma reunião reservada, diplomatas precisarão alinhar detalhes de segurança, duração e formato – conversa de pé, fotografia oficial ou encontro em sala restrita.
Riscos calculados e objetivos comerciais
Fontes do governo relatam que o principal objetivo brasileiro é consolidar o alívio tarifário e ampliar negociações sobre acesso a mercado. Para o Palácio do Planalto, qualquer passo deve minimizar riscos de exposição negativa. Já o ex-presidente americano reforça publicamente estar aberto ao diálogo, sinal que pressiona o governo petista a responder sem demonstrar hesitação.
Ainda que tratada como mera possibilidade, a reunião na ONU pode servir de termômetro para a relação entre Brasília e Washington nos próximos meses. Diplomatas enfatizam que, se confirmada, a conversa deve focar em comércio, tarifas e cooperação setorial, temas nos quais ambos os países têm interesse direto.
Até lá, assistentes presidenciais monitoram declarações públicas de Trump e avaliam, diariamente, o custo político de um eventual encontro. Qualquer decisão final dependerá da avaliação de que os benefícios econômicos superam eventuais riscos de exposição para o chefe do Executivo brasileiro.

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