Circula em redes sociais um vídeo que atribui ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a decisão de bloquear o sinal de GPS em todo o território brasileiro. A gravação, publicada em 23 de julho e já vista mais de 100 mil vezes, reúne imagens manipuladas e declarações inventadas. Documentos oficiais, registros da Casa Branca e publicações do próprio presidente norte-americano demonstram que não há qualquer medida do governo dos EUA para impedir o funcionamento do sistema de posicionamento global no Brasil.
Alegação viral e checagem dos fatos
No vídeo, o narrador afirma que “a partir do dia 25 de julho não haverá mais GPS no Brasil” como punição ao país. Outdoors fictícios com fotos de Trump, texto ilegível e símbolos aleatórios tentam conferir credibilidade ao conteúdo. Bastou uma verificação simples para constatar a farsa: os painéis exibem combinações de letras sem sentido, e não há registro de pronunciamento oficial sobre o assunto.
Consultas aos portais da Casa Branca, ao Diário Oficial dos EUA e ao perfil de Trump no Truth Social confirmam a inexistência de decreto, ordem executiva ou nota conjunta que determine bloqueio do GPS. A informação foi igualmente negada por especialistas em telecomunicações, que destacam a inviabilidade técnica de suspender o sinal apenas em um país sem afetar regiões vizinhas.
Sanções direcionadas e críticas ao STF
Embora não exista qualquer plano para cortar o GPS, a atual administração norte-americana mantém pressão diplomática sobre Brasília. Em 9 de julho, Trump anunciou a elevação de tarifas sobre produtos brasileiros: de 10% para 50%. O decreto foi assinado em 30 de julho.
O documento da Casa Branca menciona perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a milhares de apoiadores investigados no Supremo Tribunal Federal. O texto cita diretamente o ministro Alexandre de Moraes. No mesmo dia, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros aplicou sanções individuais ao magistrado com base na Lei Magnitsky, dispositivo que pune violações graves de direitos humanos e pode bloquear transações financeiras em solo americano.
Assim, a estratégia de Washington mira autoridades acusadas de abuso de poder, e não a infraestrutura civil que atende a população. O foco são medidas econômicas específicas, em vez de ações que prejudiquem cidadãos comuns ou empresas privadas.
Por que o corte de GPS não faz sentido
O GPS pertence ao governo dos EUA e funciona por meio de 24 satélites distribuídos em seis órbitas. O sinal emitido do espaço alcança receptores em qualquer ponto do globo. “Não é possível desligar o GPS para um único país sem impactar toda a região”, explicou o engenheiro Eduardo Tude, especialista em comunicações via satélite.


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Imagem: g1.globo.com
Para impedir o uso do GPS em uma área restrita, seria necessário empregar técnicas locais de interferência, conhecidas como jamming. Esses bloqueadores emitem ondas na mesma frequência, anulando o sinal recebido por celulares, veículos e dispositivos industriais. A operação exigiria equipamentos instalados fisicamente no Brasil e teria custo elevado, além de atingir serviços de emergência, aviação comercial e operações logísticas. Na prática, a ação configuraria sabotagem e violaria acordos internacionais.
Como o boato se espalhou
A narrativa ganhou alcance principalmente no TikTok, no X (antigo Twitter) e no Facebook, impulsionada por perfis que apoiam medidas protecionistas contra o Brasil. O formato curto do vídeo, aliado a montagens visuais, favoreceu o compartilhamento sem checagem prévia. A ausência de links para fontes oficiais e a utilização de datas exatas — estratégia comum para dar aparência de precisão — contribuíram para confundir o público.
Por outro lado, uma simples busca em órgãos governamentais norte-americanos, bem como em agências de monitoramento de satélites, seria suficiente para descartar a alegação. A checagem demonstra a importância de conferir documentos públicos antes de replicar conteúdos virais.
Conclusão
Não existe ordem dos Estados Unidos para suspender o GPS no Brasil. O governo Trump adotou sanções econômicas e pessoais direcionadas a autoridades envolvidas em acusações de violação de direitos, mas evitou qualquer medida que prejudique a navegação por satélite usada diariamente por motoristas, agricultores, companhias aéreas e serviços de emergência. O boato serve apenas para desinformar e distrair do debate real sobre tarifas e respeito às garantias individuais.

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