O número de refugiados residentes na Alemanha alcançou 2,75 milhões em 2023, o maior já registado no país e o mais elevado dentro da União Europeia. O dado consta de um estudo da Fundação Rockwool, sediada em Berlim, divulgado nesta sexta-feira. No ano anterior, o total somava 2,6 milhões. Em 2010, eram apenas 600 mil.
Crescimento impulsionado por sírios e ucranianos
De acordo com o relatório, o avanço mais significativo ocorreu a partir de 2015, quando milhões de sírios passaram a buscar proteção internacional. A partir de 2022, a chegada de ucranianos acentuou o ritmo de entrada. O codiretor do Centro de Investigação e Análise da Migração da fundação, Tommaso Frattini, atribui a esses dois grupos a maior parte da escalada recente.
Mesmo assim, o estudo ressalta que o volume de novos pedidos de asilo diminuiu: foram 230 mil solicitações em 2024, contra 330 mil em 2023. Ainda que o ritmo tenha caído, o estoque de pessoas já instaladas mantém a Alemanha no topo do ranking europeu.
Participação na população e comparação europeia
Com os 2,75 milhões atualmente registados, a proporção de refugiados na população alemã chega a 3,3%. O índice coloca o país na terceira posição dentro do bloco, atrás da República Checa (3,6%) e do Chipre (4,7%).
Em números absolutos, nenhum integrante da UE supera a Alemanha. A Polónia abriga cerca de 1,1 milhão de refugiados, a maioria proveniente da Ucrânia; já a França contabiliza cerca de 720 mil.
No conjunto da União Europeia, o total de refugiados saltou para 7,8 milhões em 2023, ante 7,4 milhões no ano anterior. Esse montante é quase oito vezes superior ao registado em 2014, quando o bloco somava 1,2 milhão.
Governo alemão reduz espera para acesso ao trabalho
Diante da pressão sobre serviços públicos e orçamentos estaduais, o ministro do Interior, Alexander Dobrindt, anunciou que requerentes de asilo poderão ingressar no mercado de trabalho após apenas três meses no país. A medida foi considerada positiva pelo diretor da Fundação Rockwool, Christian Dustmann, que vê benefícios diretos na integração e na utilização de mão de obra qualificada.
Segundo Dustmann, “procedimentos prolongados sem autorização para trabalhar geram impactos negativos na integração” e impedem que profissionais capacitados contribuam para a economia. A decisão do governo aponta para uma tentativa de equilibrar o acolhimento com a necessidade de reduzir dependência de programas sociais e aliviar os cofres públicos.


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Imagem: Internet
Dados de referência e metodologia
O levantamento empregou estatísticas do Eurostat e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Os autores destacam que a série histórica demonstra uma tendência clara de crescimento no fluxo migratório em direção às economias centrais da Europa, com a Alemanha à frente em capacidade de receção, mas também em desafios logísticos e financeiros.
Enquanto Berlim revisa regras de residência e trabalho, outros países do bloco avaliam estratégias semelhantes para acelerar a integração laboral, reduzir gastos assistenciais e diminuir incentivos a deslocamentos secundários dentro da UE.
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Este relatório mostra a escala recorde de refugiados na Alemanha e as medidas governamentais para inseri-los rapidamente no mercado de trabalho, indicando um cenário que pode servir de referência a outros países da UE. Fique atento às próximas atualizações e compartilhe a notícia.
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