Brasília, 2 mai. 2024 – O União Brasil abriu dois procedimentos internos que podem resultar na expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, por descumprir a determinação partidária de deixar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida foi formalizada após o prazo estabelecido pela federação integrada por PP e União Brasil, que exigia a devolução de todos os cargos ocupados na Esplanada dos Ministérios pelos filiados.
Processos por infidelidade partidária e reorganização estadual
O primeiro processo, relatado pelo deputado Fábio Schiochet (SC) na Comissão de Ética da Câmara, enquadra Sabino por infidelidade partidária. O segundo, conduzido pela senadora Professora Dorinha (TO), propõe a destituição da Executiva estadual do União Brasil no Pará, presidida pelo próprio ministro. Caso a perda de controle da seção paraense seja confirmada, Sabino ficará sem a principal base de sustentação interna.
A notificação foi entregue ao titular do Turismo nesta semana. O partido concedeu prazo até sexta-feira, 3 de maio, para apresentação de defesa prévia. O relatório final deve ser levado à Executiva Nacional na quarta-feira, 8. Segundo dirigentes ouvidos pela cúpula da legenda, o parecer deverá recomendar a expulsão imediata se Sabino não oficializar a saída do cargo até segunda-feira, 7.
Demissão condicionada a compromissos da COP30
Na semana passada, o ministro entregou carta de demissão ao Palácio do Planalto. Apesar do gesto, afirmou que pretendia permanecer à frente da pasta até concluir compromissos relacionados à COP30, conferência climática que será realizada em Belém (PA) em novembro. Entre as pendências citadas estão inaugurações de obras de infraestrutura turística e acordos com a organização do evento.
A alegação não convenceu a direção do União Brasil, que tenta fortalecer uma posição de independência em relação ao Planalto. Para os dirigentes, o prolongamento da permanência no governo fere a orientação aprovada pela federação partidária em abril, quando foi fixado o prazo para desocupação dos postos.
Repercussão entre aliados e no Centrão
A crise interna expõe divisões na legenda sobre a convivência com o governo petista. Uma ala, capitaneada pelo líder da Câmara, Elmar Nascimento (BA), defende ruptura completa. Outra, menos numerosa, prefere manter interlocução com o Executivo para preservar cargos e verbas.
O impasse passou a ser acompanhado de perto pelo Centrão, bloco que busca ampliar sua influência sobre a Esplanada. A expectativa de dirigentes de partidos do grupo é que a vacância no Turismo abra espaço para novas negociações de ministérios e liberação de emendas parlamentares, estratégia central para assegurar apoio às pautas do Palácio do Planalto.
Próximos passos e possíveis desdobramentos
Se a Executiva Nacional confirmar a expulsão, Sabino perde automaticamente o direito de voto nas instâncias partidárias e fica sujeito ao questionamento de seu mandato parlamentar, obtido nas eleições de 2022. O estatuto do União Brasil prevê ainda a possibilidade de o partido reivindicar o mandato na Justiça Eleitoral sob alegação de infidelidade.


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Imagem: Internet
Integrantes da legenda avaliam que a decisão final deve ocorrer rapidamente para evitar que a permanência de um filiado no primeiro escalão do governo prejudique o discurso de independência adotado pelo partido. A avaliação é que um recuo agora sinalizaria fragilidade à base eleitoral de deputados e senadores que se posicionam na oposição.
Procurado, o Ministério do Turismo informou em nota que Sabino continua “focado na agenda de entregas” e que irá apresentar defesa no prazo estipulado. No Palácio do Planalto, auxiliares de Lula afirmam que o presidente não pretende intervir na disputa interna do União Brasil, mas acompanha o caso porque a saída do ministro exigirá nova composição no Turismo.
Agenda política – A semana que se inicia será decisiva: até segunda-feira o ministro deve formalizar renúncia ou arriscar expulsão; na quarta-feira, a Executiva Nacional votará o parecer. Nos bastidores, parlamentares afirmam que o resultado poderá influenciar futuras votações de interesse do governo, especialmente projetos econômicos que necessitam de maioria qualificada.
Para acompanhar outros desdobramentos sobre a reorganização partidária no Congresso, acesse a seção de política em geraldenoticias.com.br.
Em síntese, Celso Sabino enfrenta o risco de ser expulso por insistir na permanência no Ministério do Turismo. O veredicto do União Brasil poderá redefinir o espaço da legenda na Esplanada e abrir nova disputa por cargos entre siglas aliadas. Continue acompanhando nossos conteúdos e esteja sempre informado sobre as principais movimentações na política nacional.
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