A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) continua detida no presídio de Ketziot, no deserto de Neguev, depois de ter se negado a assinar o termo de expulsão acelerada apresentado pelas autoridades israelenses. O documento permitiria a remoção imediata de estrangeiros sem necessidade de audiência, procedimento rotineiro para quem viola as regras de entrada no país.
Interceptação no Mediterrâneo
Na quarta-feira, 1.º de outubro, a Marinha de Israel interceptou a Flotilha Global Sumud no Mediterrâneo. O comboio tentou furar o bloqueio marítimo e terrestre imposto a Gaza, medida mantida pelo governo israelense para impedir o fornecimento de armamentos ao grupo terrorista Hamas. Os militares conduziram as embarcações até portos israelenses sem registro de feridos, segundo nota oficial.
Luizianne Lins integrou o grupo de 14 brasileiros que alegavam missão humanitária com destino à Faixa de Gaza. A bordo, ativistas declararam transportar alimentos e itens básicos. Para Tel Aviv, no entanto, qualquer tentativa de romper o bloqueio representa risco de segurança, motivo pelo qual os passageiros foram detidos.
Recusa à deportação e solidariedade de grupo
Conforme a assessoria da parlamentar, o termo apresentado incluía cláusulas consideradas “abusivas” pelos detidos. Além da deputada, outros sete brasileiros rejeitaram o procedimento, entre eles a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP) e a presidente do PSOL gaúcho, Gabi Tolotti. A nota do gabinete afirma que a decisão foi tomada “em solidariedade aos demais compatriotas” e cobra “libertação imediata” de todos.
Advogados israelenses informam que audiências individuais deverão ocorrer ainda neste sábado, 4 de outubro. Somente após a análise judicial será definida a data de expulsão ou eventual prolongamento da prisão administrativa.
Condições no presídio e greve de fome
Relatos extraoficiais apontam que quatro brasileiros iniciaram greve de fome: Thiago Ávila, João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles. A assessoria de Luizianne denuncia falta de água, alimentos e medicamentos, críticas que, até o momento, não foram confirmadas por observadores independentes. Em nota, a embaixada brasileira em Tel Aviv sustenta que todos “se encontram em boas condições físicas e demonstram resiliência”.
Entre os estrangeiros também estava a ativista sueca Greta Thunberg, que relatou às autoridades do seu país supostas más condições na cela. O governo israelense não se pronunciou sobre detalhes da acomodação.
Primeira deportação já efetivada
O professor de Educação Física Nicolas Calabrese, militante do PSOL com cidadanias argentina e italiana, foi o primeiro a deixar Israel. Ele foi encaminhado para a Turquia depois de aceitar o termo de deportação; a passagem, segundo informações, foi custeada pelo consulado italiano. O caso demonstra que o procedimento simplificado é aceito por parte dos detidos, permitindo retorno rápido sem disputas judiciais.


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Imagem: Leardo Prado
Impacto diplomático e próximos passos
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro acompanha o caso, mas, até agora, não divulgou protesto formal contra Tel Aviv. Israel sustenta a legalidade das prisões com base no bloqueio reconhecido pela ONU desde 2007, justificado pelo combate ao Hamas. Já os ativistas alegam missão humanitária e acusam as forças israelenses de “sequestro”.
Para observadores, o impasse deve se resolver nos tribunais locais. Caso o juiz confirme a detenção, os brasileiros poderão permanecer até 60 dias em Ketziot, prazo comum para estrangeiros que recusam deportação imediata. Se o magistrado considerar a prisão desproporcional, eles serão liberados e encaminhados ao aeroporto Ben Gurion para embarque compulsório.
O episódio reforça a tensão entre ações de militantes internacionais e a política de segurança de Israel. Enquanto Tel Aviv prioriza o bloqueio para reduzir o fluxo de armas ao Hamas, grupos de esquerda tentam expor o governo israelense a acusações de violação de direitos humanos. A recusa da deputada petista em aceitar a deportação prolonga o embate jurídico e mantém o assunto na agenda diplomática.
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Em resumo, Luizianne Lins optou por desafiar o procedimento de deportação rápida e permanecerá sob custódia até decisão judicial. Continue acompanhando nossas publicações e receba alertas sobre os desdobramentos deste caso e de outras pautas relevantes.
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