O União Brasil marcou para quarta-feira, 8 de outubro, uma reunião da Executiva Nacional com pauta clara: avaliar a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, que recuou da promessa de deixar o governo federal. O encontro foi confirmado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em publicação nas redes sociais no domingo, 5.
Recuo de Sabino acirra crise interna
O impasse começou quando União Brasil e PP estabeleceram um ultimato para que seus filiados entregassem os cargos no Executivo. Sabino chegou a sinalizar saída, mas voltou atrás no sábado, 4, alegando interesse em permanecer até o fim da COP 30, evento que ocorrerá em 2025 no Pará, seu principal reduto eleitoral.
A mudança de posição irritou a cúpula do partido, que abriu processo disciplinar por “reiterada infidelidade”. O relator do caso, deputado Fábio Schiochet (SC), adiantou que apresentará parecer na reunião de quarta. Caso o documento seja acolhido, a expulsão poderá ser imediata, deixando Sabino sem legenda às vésperas da disputa ao Senado.
Segundo Caiado, a inflexão do ministro “viola a orientação firmada contra a presença no governo do PT”, postura que parte da legenda defende como essencial para evitar a “venezuelização” do país. O dirigente também antecipou que o diretório estadual do Pará será dissolvido, com reorganização nos municípios.
Calendário político pesa na decisão
Pré-candidato ao Senado, Sabino avalia que permanecer no cargo durante a COP 30 — programada para Belém — e participar do tradicional Círio de Nazaré ampliariam sua visibilidade eleitoral. O cálculo, porém, esbarra na estratégia nacional da sigla, que busca consolidar oposição ao Planalto.
Para União Brasil, manter filiados em ministérios contraria a linha aprovada pela maioria dos dirigentes. O posicionamento foi reforçado por Caiado, que defende “unidade partidária” e afirma não haver espaço para divergências sobre apoio ou não ao Executivo federal.
Se confirmada, a expulsão colocará o ministro diante de dois cenários: buscar abrigo em outra legenda — desafio complicado pelo calendário de filiações — ou permanecer sem partido, situação que tende a reduzir tempo de TV e fundos públicos de campanha.
Dissolução do diretório paraense
Além do julgamento de Sabino, a Executiva analisará a dissolução do diretório do Pará. A direção nacional pretende instalar uma comissão provisória alinhada à oposição ao governo federal. A medida atende a parlamentares que reclamam da “tibieza” local diante de pautas consideradas desfavoráveis ao setor produtivo.
Nos bastidores, aliados relatam que a intervenção no Estado sinaliza endurecimento do comando nacional, sobretudo sob a presidência de Antonio de Rueda. A expectativa é de que outros diretórios omissos em relação à linha oposicionista também entrem na mira.


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Imagem: Valter Campanato
Impacto no governo federal
O Planalto acompanha o movimento com cautela. Perder o ministro do Turismo representaria mais um desgaste na relação com siglas do centrão, grupo essencial para aprovar projetos no Congresso. Contudo, interlocutores próximos ao presidente indicam que a vaga poderá ser oferecida a outro partido aliado, evitando espaço vazio na Esplanada.
Na prática, a saída ou permanência de Sabino não altera a correlação de forças no Legislativo, mas expõe dificuldades do governo em reter bancadas inteiras em sua base. A votação de reformas e projetos econômicos, por exemplo, pode sofrer atrasos se a tensão avançar.
Para o União Brasil, manter uma posição homogênea contra o Executivo é visto como crucial para 2026. Dirigentes argumentam que a legenda deve apresentar candidato próprio ou apoiar nome alinhado à direita, e qualquer sinal de ambiguidade agora afetaria a credibilidade desse projeto.
Resta ao ministro decidir entre enfrentar o processo de expulsão ou ceder ao ultimato partidário. A menos de 48 horas da reunião, o cenário segue indefinido, mas dirigentes reiteram que “o partido não recuará”.
Para continuar acompanhando desdobramentos sobre articulações partidárias e movimentos de bastidores na capital federal, confira as análises em nossa seção de Política.
Este resumo condensou os principais fatos sobre a crise interna no União Brasil e seus possíveis reflexos no governo. Fique atento às atualizações e compartilhe este conteúdo com quem acompanha os rumos da política nacional.
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