Brasília, 6 out. 2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por videoconferência com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na manhã desta segunda-feira. O diálogo, que durou aproximadamente 30 minutos, foi descrito pelo governo brasileiro como “positivo”, embora ainda não haja detalhes oficiais sobre possíveis acordos ou recuos na tarifa de 50% imposta por Washington aos produtos brasileiros.
Encontro não constava na agenda oficial
A videoconferência ocorreu poucas horas depois de Lula reunir-se no Palácio da Alvorada com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). A conversa com Trump não aparecia na programação divulgada pela Presidência, mas vinha sendo costurada desde julho, quando a Casa Branca decretou o aumento tarifário.
Segundo relatos de integrantes do Executivo, o ministério da Fazenda e o Itamaraty mantinham canais técnicos abertos com o Departamento de Comércio norte-americano desde a edição do tarifaço. Embora o Planalto tenha apoiado publicamente a reação ao aumento das alíquotas, as negociações se intensificaram apenas após o discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU, no fim de setembro. Na ocasião, Trump elogiou em público a breve interação que teve com o brasileiro nos bastidores da sessão.
Contexto da tensão comercial
Em meados de julho, Trump anunciou a aplicação de 50% de tarifa sobre diversas commodities e bens industrializados do Brasil. A justificativa oficial foi o suposto desequilíbrio na balança e suspeitas de subsídios concedidos por Brasília a setores estratégicos. Lula reagiu com críticas, classificou a medida como “chantagem” e sugeriu interferência na soberania nacional, associando o tarifaço a pressões ligadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No mesmo período, o petista acusou políticos brasileiros de apoiarem a decisão norte-americana e chamou esses interlocutores de “traidores”. Meses depois, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República sob a alegação de tentar articular sanções estrangeiras contra o Brasil.
Motivações do Planalto para o recuo
A alta de 50% nas tarifas impacta diretamente segmentos como proteína animal, aço, papel e celulose, bases importantes da pauta exportadora do país. Com risco de perda de mercado e pressão de empresários, o governo acelerou a busca por diálogo direto com Trump. O encontro virtual desta segunda tenta destravar uma solução antes da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), marcada para o fim do mês na Malásia, onde ambos estarão presentes.
Fernando Haddad, ao deixar o Alvorada, limitou-se a dizer que a conversa foi “positiva”, sem antecipar se houve compromisso para reduzir ou suspender o tarifaço. Um comunicado oficial deve ser publicado ainda hoje. O ministro evitou perguntas sobre possíveis concessões que o Brasil poderia oferecer em troca, como ajustes em subsídios ou flexibilização de barreiras regulatórias.
Fala de Trump reforça pragmatismo
Ao comentar a interação com Lula na ONU, Trump afirmou que costuma “fazer negócios apenas com pessoas de quem gosta” e relatou ter sentido “química” com o brasileiro. O posicionamento sinaliza disposição pragmática do norte-americano, que enfrenta pressão interna de setores importadores e busca ampliar pontes com parceiros estratégicos para conter a influência chinesa na América Latina.


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Imagem: José Cruz
Próximos passos
A expectativa é de que equipes técnicas dos dois governos continuem as tratativas nos próximos dias. Caso não haja avanço, o impasse pode dominar a pauta bilateral durante a reunião na Malásia. Empresários brasileiros pressionam por celeridade, alegando que contratos esperados para o último trimestre já sofrem reajustes ou migram para concorrentes de outros países.
No Congresso Nacional, parlamentares da oposição cobram transparência sobre as concessões que o Planalto estaria disposto a oferecer. Integrantes da base governista defendem cautela e evitam admitir qualquer recuo público antes de sinalização concreta da Casa Branca.
Para aprofundar o cenário político nacional, confira a cobertura em nossa seção de Política.
Em síntese, Lula adotou tom mais conciliador e abriu negociação direta com Trump após o impacto imediato do tarifaço. Resta observar se o diálogo de 30 minutos resultará em alívio tarifário ou apenas adiará a disputa comercial entre os dois países. Continue acompanhando nossos artigos e fique informado sobre as próximas etapas dessa negociação.
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