Brasília — O projeto de lei que concede anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro voltou ao centro das negociações políticas em Brasília. Na noite desta quarta-feira (22), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), recebeu no gabinete da Presidência o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP). O encontro marcou o avanço de articulações para destravar a proposta, vista por aliados como crucial para o campo conservador.
Reunião define próximos passos da anistia
Segundo participantes, o grupo avaliou o atual cenário político e discutiu de que forma o julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal — que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro — poderá impactar o andamento do projeto. O objetivo imediato, relatam interlocutores, é costurar um texto capaz de evitar questionamentos de inconstitucionalidade, garantindo suporte técnico e político antes de chegar ao plenário da Câmara.
Após a conversa, Motta seguiu para um jantar com deputados aliados em Brasília, onde o tema permaneceu na pauta. Já Tarcísio retornou a São Paulo e, no Palácio dos Bandeirantes, recebeu o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o pastor Silas Malafaia, ambos engajados na defesa da anistia. As movimentações reforçam o peso do governador paulista como articulador nacional, cenário que amplia sua projeção para 2026.
Coalizão eleitoral toma forma
Dirigentes de PP, União Brasil, Republicanos e PL, além de apoios pontuais em PSD e MDB, enxergam o debate sobre anistia como catalisador de uma frente conservadora para a próxima eleição presidencial. A avaliação é que o êxito da proposta poderá:
- Demonstrar a capacidade de Tarcísio de reunir bancadas heterogêneas em torno de uma agenda comum;
- Garantir respaldo público de Jair Bolsonaro ao governador de São Paulo como possível candidato da direita;
- Unificar partidos do Centrão em votações decisivas no Congresso.
Ciro Nogueira e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, lideram as conversas para obter o aval definitivo de Bolsonaro ao nome de Tarcísio. Para esses interlocutores, a aprovação rápida da anistia — ou de um texto que pelo menos impeça eventual condenação criminal do ex-presidente — pode selar esse entendimento.
Disputa pelo alcance do texto
Embora exista convergência em torno da necessidade de votação, o conteúdo final do projeto segue indefinido. Parlamentares do centro preferem uma versão restrita, que não reverta a inelegibilidade de Bolsonaro definida pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas impeça punições mais severas decorrentes do inquérito do STF. Já a ala mais alinhada ao ex-presidente pressiona por uma anistia ampla, capaz de restaurar seus direitos políticos e blindá-lo de eventual prisão.
A próxima reunião de líderes da Câmara, prevista para a semana que vem, deve tratar do cronograma. Deputados relatam que Hugo Motta demonstrou intenção de “tirar o tema da frente”, sinalizando disposição para pautar a matéria ainda no primeiro semestre. Caso avance, o texto seguirá ao Senado, onde Ciro Nogueira e aliados trabalham por rápida tramitação.
Peso de Tarcísio nas articulações
O engajamento de Tarcísio confere respaldo adicional ao projeto. Integrantes do PSD, comandado por Gilberto Kassab, e do Republicanos, presidido por Marcos Pereira, reconhecem o capital político do governador e tendem a acompanhá-lo na votação. Mesmo aqueles que evitam endosso público ao mérito da proposta admitem que a mobilização de São Paulo impacta diretamente as bancadas.


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Imagem: Internet
Dentro do PL, a participação do deputado Sóstenes Cavalcante e de Silas Malafaia reforça a sinergia entre a legenda e lideranças evangélicas, segmento fundamental no eleitorado conservador. A expectativa é de que essa base pressione parlamentares indecisos, ampliando o placar favorável no plenário.
Próximos desdobramentos
Se aprovado na Câmara, o projeto de anistia poderá redefinir o tabuleiro político a curto e médio prazo, influenciando o cálculo de partidos para as eleições municipais de 2024 e, sobretudo, para a presidencial de 2026. A rapidez na condução do texto servirá de termômetro da força de Tarcísio de Freitas entre os líderes do Centrão e do grau de coesão do bloco conservador.
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Em síntese, a anistia do 8 de janeiro tornou-se o ponto de convergência de partidos que buscam unificar a direita e projetar novos nomes para o comando do país. Fique atento às próximas votações e compartilhe este artigo para manter mais leitores informados sobre os rumos da política nacional.
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