O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, reafirmou neste sábado (6) que a legenda não trabalha com nenhum nome além de Jair Bolsonaro para a disputa presidencial de 2026. “Não temos plano B. O nosso plano é Bolsonaro candidato”, declarou o dirigente em publicação nas redes sociais.
PL reforça candidatura apesar da inelegibilidade
A declaração ocorre em meio às incertezas jurídicas que cercam o ex-presidente. Em junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível até 2030. Mesmo assim, Valdemar sustenta que o partido permanece unido em torno do ex-chefe do Executivo. Segundo dirigentes próximos, a presença de Bolsonaro é considerada essencial para manter mobilizada a base que o elegeu em 2018 e que se manteve fiel nas eleições seguintes.
A direção do PL avalia que qualquer movimento em busca de outro candidato poderia fragmentar o campo conservador e diluir o capital eleitoral obtido nos últimos anos. Nos bastidores, contudo, setores da direita ventilam o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como eventual opção. Valdemar, por sua vez, afirma que qualquer decisão sobre substituição só ocorreria se Bolsonaro assim determinasse.
Além do obstáculo imposto pelo TSE, o ex-presidente responde a ações no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos eventos de 8 de janeiro de 2023. Caso seja condenado, a situação processual de Bolsonaro pode se agravar, mas a cúpula do PL entende que o simbolismo de seu nome continua central para a estratégia eleitoral.
Anistia aos réus de 8 de Janeiro pode beneficiar ex-presidente
Na última quarta-feira (3), Valdemar declarou que o projeto de lei da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro incluirá Bolsonaro “em um segundo momento”. A proposta é articulada pela oposição na Câmara com apoio de Tarcísio de Freitas e já contaria, segundo Valdemar, com apoio de PP, União Brasil, Republicanos e possivelmente PSD. O dirigente afirma que há votos suficientes para aprovar o texto quando for pautado.
O presidente do PL argumenta que os réus do 8 de janeiro não tiveram pleno direito de defesa e, por isso, merecem anistia nos moldes de leis aprovadas em períodos anteriores da história brasileira. Ele sustenta que, se condenado diretamente pelo STF, Bolsonaro ficaria sem possibilidade de recurso em outra instância, violando, na avaliação do partido, o direito a um segundo julgamento.
Valdemar nega que o engajamento de Tarcísio na proposta de anistia esteja atrelado a eventual candidatura presidencial do governador. “Tarcísio atua como membro do Republicanos. Quem decide o candidato é Bolsonaro”, frisou. O dirigente também criticou o tratamento dado ao ex-mandatário no processo. “Eu nunca vi um camarada ser tão humilhado na vida como o Bolsonaro foi”, disse, reforçando o discurso de perseguição política que permeia a base bolsonarista.
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Imagem: Marcello Casal Jr.
Coesão interna e mobilização da militância
A estratégia pública de Valdemar visa conter especulações sobre uma transição de liderança no bloco conservador. Ao rechaçar qualquer “plano B”, o PL pretende evitar divisões internas e manter a militância engajada em torno de um objetivo único: viabilizar a candidatura de Bolsonaro ou, pelo menos, preservar sua influência decisiva na escolha do nome que representará a direita em 2026.
Interlocutores do partido reconhecem que o caminho jurídico será determinante. A aposta é que o avanço da pauta de anistia e eventuais reviravoltas nos tribunais possibilitem a reversão da inelegibilidade. Caso contrário, o quadro eleitoral poderá ser redefinido apenas nos últimos meses antes do registro oficial das candidaturas.
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Em síntese, o PL mantém a candidatura de Jair Bolsonaro como eixo central de sua estratégia para 2026, aposta na anistia para resolver pendências judiciais e desautoriza qualquer discussão sobre nomes alternativos. Continue acompanhando nossos conteúdos e permaneça informado sobre os próximos movimentos na disputa presidencial.
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