Parlamentares do PL, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e centenas de simpatizantes se reuniram neste domingo (7) em Brasília para um ato que concentrou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pedidos de anistia aos condenados pelos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023. Realizado no estacionamento da Funarte, atrás da Torre de TV, o evento teve forte presença de bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel, além de cartazes contra o ministro Alexandre de Moraes.
Mobilização amplia críticas ao STF e defende Bolsonaro
A manifestação foi marcada por palavras de ordem como “Volta, Bolsonaro” e por aplausos ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), considerado pelo grupo peça-chave na articulação internacional pelo perdão judicial. Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar por decisão do STF, foi lembrado em diversos discursos como vítima de perseguição.
No trio elétrico, o deputado Zé Trovão (PL-SC) afirmou que a tentativa de silenciar a oposição “não vai prosperar”. Segundo ele, a prisão que enfrentou por determinação de Moraes apenas reforçou sua disposição de lutar. O parlamentar elogiou Eduardo Bolsonaro, dizendo que o colega “doou a vida” para atuar nos Estados Unidos em defesa da direita brasileira.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) argumentou que a anistia “não é opção, mas imposição”, enquanto houver alguém que considere preso político no país. Para Kicis, a verdadeira democracia só será restabelecida quando todos os detidos por 8 de janeiro forem libertados e os exilados políticos puderem retornar.
Parlamentares prometem votar anistia ainda em setembro
O deputado Alberto Fraga (PL-DF) declarou que a proposta de anistia deve ser votada “em até 20 dias” e disse ter confiança de que há votos suficientes para a aprovação. O senador Izalci Lucas (PL-DF) reforçou que “qualquer eleição sem Bolsonaro seria um golpe” e defendeu uma anistia “geral e irrestrita”, incluindo o ex-presidente.
A senadora Damares Alves (PL-DF) citou o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump como parte de um movimento internacional que, segundo ela, estaria “renovando o mundo” e “acabando com a esquerda”. Damares avaliou que o “jogo mudou” em favor dos conservadores e destacou a importância da mobilização popular.
Também presente, o senador Jaime Bagattoli (PL-RO) disse que a direita deve buscar maioria no Senado em 2026, elegendo ao menos 54 senadores. Para ele, a articulação de Eduardo Bolsonaro no exterior fortalece essa meta.
Familiares de presos relatam sofrimento e pedem clemência
Discursos emocionados de famílias de detidos por 8 de janeiro chamaram a atenção do público. Luíza Cunha, filha do empresário “Clezão”, morto após ser preso em 2022, afirmou que a anistia “não trará meu pai de volta, mas devolverá alegria a outras famílias”. Ela denunciou supostas torturas contra presos e prometeu dedicar a vida à busca por justiça.
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Imagem: Aline Rechmann
Evandro Soares, pai do advogado Lucas Costa Brasileiro — preso desde 8 de janeiro de 2023 —, classificou a mobilização como “grito de guerra” contra a injustiça. A foto do filho algemado durante o velório da avó, divulgada nas redes sociais, foi lembrada como símbolo de comoção.
Segurança e organização
A Polícia Militar do Distrito Federal acompanhou o ato com cerca de 50 agentes, segundo verificação no local. Apesar do efetivo, não foram registradas ocorrências. O evento transcorreu de forma pacífica, com discursos, cânticos e orações.
Críticas ao Congresso e exigência de novas eleições
O desembargador aposentado Sebastião Coelho chamou o STF de “tribunal opressor” e voltou a acusar Alexandre de Moraes de atuar fora dos limites constitucionais. Coelho defendeu que as denúncias apresentadas no Senado pelo argentino Eduardo Tagliaferro justificariam a anulação das eleições de 2022 e a convocação de novo pleito. Ele também responsabilizou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por não pautar o projeto de anistia, qualificando-o como “omisso”.
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O ato de 7 de Setembro evidenciou a crescente pressão de lideranças conservadoras pela anistia dos condenados de 8 de janeiro e pelo retorno de Jair Bolsonaro ao centro do debate político. O tema deve dominar as próximas semanas no Congresso. Acompanhe nossos conteúdos e fique atualizado. Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe a notícia com quem se interessa pelo futuro da democracia brasileira.
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