Washington — O líder do Partido Liberal na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), reuniu-se nesta quinta-feira (25) com o colega Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo nos Estados Unidos. A fotografia do encontro, publicada por Eduardo nas redes sociais, traz a legenda “Todos pela anistia”, sinalizando a principal pauta do grupo: uma ampla anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e para os investigados pelos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023.
Reunião em solo americano
O encontro ocorreu em meio a especulações de que Sóstenes teria repreendido Eduardo por eventuais divergências estratégicas no exterior. A possibilidade foi rebatida publicamente por Figueiredo, que classificou a informação como “mentira” e negou qualquer “puxão de orelha” ao deputado. Segundo o jornalista, não há recuo na articulação política do grupo.
A presença de Sóstenes ao lado de Eduardo e Figueiredo busca reforçar a unidade do PL. O partido tem atuado para acelerar a tramitação do projeto de lei que pretende conceder benefícios penais aos réus dos processos relacionados ao 8 de Janeiro. A Câmara aprovou, recentemente, o regime de urgência para o chamado “PL da Dosimetria”, mas a votação do mérito segue sem data. O relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), afirma não haver consenso sobre a extensão das possíveis reduções de pena.
De acordo com Paulinho, fatores externos também influenciam a negociação. Ele citou as sanções norte-americanas como um dos obstáculos ao avanço da proposta. Nos bastidores, aliados de Bolsonaro avaliam que a pressão internacional pode acelerar a busca por uma solução legislativa, reduzindo incertezas jurídicas para os investigados.
Agenda de anistia e pressões externas
Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo mantêm conversas com parlamentares e autoridades dos Estados Unidos para aplicar a Lei Magnitsky a agentes públicos brasileiros. O principal alvo é o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos que apuram tentativa de golpe e a invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília.
No último mês de julho, o governo Trump impôs restrições da Lei Magnitsky a Moraes, incluindo congelamento de bens e cancelamento de vistos de familiares. Na segunda-feira (22), a medida foi estendida à advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro. O gesto ampliou o desgaste diplomático e colocou o Judiciário brasileiro sob atenção de órgãos internacionais.
Paralelamente, a Procuradoria-Geral da República denunciou Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo por suposta coação em processo judicial. A acusação sustenta que ambos teriam interferido em atos processuais para beneficiar Jair Bolsonaro e o próprio Figueiredo. A defesa dos denunciados alega perseguição política e afirma que todas as iniciativas cumprem as leis norte-americanas.
Dentro do Congresso, o PL tenta costurar apoio para transformar o texto da anistia em pauta prioritária. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi procurado para alinhar o calendário de votação, mas sinalizou que só avançará quando houver maioria consolidada. Enquanto isso, organizações de direita pressionam pelas redes sociais, cobrando agilidade.


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Imagem: Reprodução
A expectativa é de que novas conversas entre Guido Mantega, ministro das Relações Institucionais, e líderes partidários definam um possível substitutivo ao PL da Dosimetria. Qualquer recuo no conteúdo poderá reduzir o alcance das penas, mas também facilitar um acordo mínimo entre Câmara e Senado.
Próximos passos no Congresso
Sem consenso, Paulinho da Força descartou votar o projeto na próxima terça-feira (30). O relator deseja se reunir novamente com Alcolumbre para reavaliar as mudanças que retiraram a expressão “anistia ampla, geral e irrestrita” do texto. Parlamentares da oposição defendem a redação original, enquanto setores governistas insistem em limitar o benefício aos manifestantes com condenações de menor gravidade.
A bancada do PL considera imprescindível aprovar um dispositivo que alcance Jair Bolsonaro e antigos assessores. Nos bastidores, líderes partidários avaliam que, sem contemplar o ex-presidente, dificilmente a proposta avançará. A foto divulgada em Washington reforça essa leitura, apresentando união entre a liderança do partido e os articuladores internacionais.
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Em síntese, a reunião em território norte-americano projeta alinhamento dentro do PL e amplia a ofensiva por medidas que aliviem as penas de aliados de Bolsonaro. A evolução do PL da Dosimetria seguirá no radar de Câmara e Senado nos próximos dias. Continue acompanhando nossas atualizações e não perca nenhum detalhe do cenário político.
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