Brasília — Um professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicou em rede social, nesta semana, que a filha do empresário Roberto Justus, de apenas cinco anos, “deveria ser executada na guilhotina” por aparecer em foto familiar segurando bolsa de grife. A mensagem ganhou rápida repercussão e foi celebrada por militantes alinhados ao governo federal, acendendo alerta para o nível de hostilidade gerado pela recente narrativa oficial que opõe “pobres” a “ricos”.
Discurso de classe ganha eco violento
Desde o início do terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou falas que classificam empresários e grandes fortunas como obstáculos ao bem-estar popular. Na prática, o Palácio do Planalto tem pressa em aprovar aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e criar novas faixas de tributação para cerca de 140 mil contribuintes considerados “super-ricos”.
Aliados no Partido dos Trabalhadores e perfis simpáticos ao governo transformaram o tema em guerra de hashtags. Com o mote “taxar os bilionários”, os conteúdos circulam em alta velocidade no X (ex-Twitter), TikTok e Instagram. Foi nesse ambiente que o servidor aposentado da UFRJ — descrito por ex-colegas como beneficiário de cargos de confiança durante o primeiro governo Lula — sugeriu o assassinato da criança. A publicação, feita na noite de segunda-feira, recebeu centenas de curtidas antes de ser apagada.
Em nota, Roberto Justus afirmou que “não se pode naturalizar violência política, ainda mais contra menores”. Até o momento, nem o Ministério da Justiça nem a Secretaria de Comunicação se pronunciaram. O episódio reacendeu críticas de que a retórica palaciana estimula radicalização fora de controle.
Histórico de ataques cresce sem reação oficial
A ameaça não é caso isolado. Em 2018, o então candidato Jair Bolsonaro sofreu atentado a faca durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG) — o agressor, filiado ao PSOL à época, quase tirou a vida do ex-presidente. Dois anos depois, ativistas publicaram vídeo em que jovens chutavam suposta “cabeça” de Bolsonaro como se fosse bola de futebol. Nenhum dos envolvidos foi processado por incitação ao crime.
O tratamento diferenciado para conteúdos ofensivos nas redes voltou ao debate após decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) contra perfis conservadores acusados de “discurso de ódio”. Parlamentares e juristas apontam incoerência: publicações que pedem fuzilamento de opositores são removidas e penalizadas, enquanto ameaças provenientes de setores de esquerda permanecem impunes.
Efeito colateral: risco para a própria imagem do Planalto
Consultorias que monitoram aproximadamente 100 mil grupos de WhatsApp registram, nas últimas quatro semanas, 50% de mensagens negativas ao governo quando o assunto é aumento de imposto ou “taxa dos ricos”. Apenas 11% se manifestam de forma favorável. Apesar de ligeiro ganho de engajamento entre militantes, analistas de mídia digital afirmam que a popularidade geral do Planalto continua frágil.
No exterior, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também virou alvo de críticas ao ser fotografada no shopping mais caro do Leblon (RJ) e em voo da Força Aérea para compromisso não oficial na Rússia. A oposição vê contradição entre o discurso de combate a privilégios e o estilo de vida do casal presidencial.
Violência política e insegurança jurídica
Especialistas em segurança pública alertam que ameaças virtuais contra crianças — como a feita contra a filha de Justus — podem transbordar para ações reais, sobretudo em um país que registrou mais de 47 mil homicídios em 2024, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “Quando lideranças incentivam o antagonismo social, grupos radicais se sentem legitimados a partir para o ataque”, explica o ex-delegado federal Carlos Moura.


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Imagem: Fernando Frazão
Embora o STF mantenha inquérito aberto para investigar suposta organização digital antidemocrática, não há procedimento similar contra grupos alinhados ao governo. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ainda não se manifestou sobre eventual violação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no episódio envolvendo a família Justus.
Próximos passos na arena política
O Congresso discute nesta quarta-feira o pacote de reoneração do IOF enviado pelo Executivo. O Planalto defende que a nova alíquota sobre operações financeiras de alto valor custeará a prometida isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Partidos de oposição condicionam apoio a garantias contra “perseguição ideológica” em redes sociais.
Líderes governistas minimizam o episódio da ameaça, mas deputados de centro já articulam projeto de lei que criminaliza incitação de violência política contra menores. A proposta prevê pena de reclusão de até cinco anos, além de multa e proibição de ocupar função pública.
Para acompanhar desdobramentos legislativos, o leitor pode acessar a seção de política do nosso portal em https://geraldenoticias.com.br/category/politica.
Em síntese, o caso envolvendo a filha de Roberto Justus mostra como discursos oficiais podem estimular ataques pessoais extremos, colocando em xeque a segurança de cidadãos e expondo incoerências na aplicação da lei. A sociedade espera resposta equilibrada das autoridades — e o Congresso, nesta semana, tem oportunidade de agir. Acompanhe nossas atualizações e compartilhe para manter o debate público informado.
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