Brasília, 12 de julho – O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) reagiu publicamente à decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. Em publicação no X (antigo Twitter), o filho do ex-mandatário responsabilizou o tenente-coronel Mauro Cid pelo desfecho do julgamento, escrevendo de forma irônica: “Parabéns pelo que fez na história brasileira, Mauro Cid!”.
Críticas diretas a Mauro Cid
Carlos Bolsonaro manifestou-se poucas horas depois de o STF anunciar a sentença que classificou seu pai como líder de uma “organização criminosa” envolvida na chamada tentativa de golpe de Estado. Para o vereador, a colaboração premiada de Mauro Cid foi decisiva para a formação de convicção dos ministros.
Ex-ajudante de ordens e considerado um dos assessores mais próximos de Jair Bolsonaro durante o mandato, Cid teve a pena reduzida para dois anos em regime aberto graças ao acordo de delação. Ao assinar a colaboração, ele detalhou episódios que, segundo a Procuradoria-Geral da República, comprovariam o planejamento de medidas para impedir a transmissão legítima de poder após as eleições de 2022.
A publicação de Carlos intensifica a tensão entre aliados do ex-presidente e o militar. Há poucas semanas, bastidores já indicavam desconforto no entorno bolsonarista com a postura de Cid, vista por parte da base de apoio como “traição” ao ex-chefe do Executivo.
Delação considerada peça-chave pelo STF
Nos votos apresentados, ministros da Primeira Turma apontaram “provas robustas” fornecidas por Mauro Cid. Entre os elementos citados estão mensagens, áudios e registros de reuniões em que, de acordo com a acusação, Jair Bolsonaro teria discutido decretos e manobras para manter-se no poder.
Além de relatar conversas, Cid entregou a investigadores cópias de rascunhos de decretos que previam a intervenção federal em tribunais superiores e no sistema eleitoral. Esses documentos foram decisivos para sustentar a tese de que existia um núcleo centralizado de decisão, supostamente liderado pelo então presidente.
Graças à delação, Cid foi sentenciado a pena branda, sem necessidade de passar dias na prisão. Já Jair Bolsonaro recebeu condenação em regime fechado e poderá recorrer apenas dentro de margens estreitas, uma vez que o Supremo é foro de instância única nesses processos. Sua defesa estuda apresentar embargos declaratórios e avaliar a possibilidade de recorrer a organismos internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Penas distintas e repercussão política
Além de Bolsonaro e Cid, outros seis réus apontados como integrantes do “núcleo crucial” da alegada trama também foram condenados. As sanções variam conforme o grau de participação atribuído a cada um, mas nenhuma se aproxima da pena de Jair Bolsonaro, considerada a mais severa do processo.
A decisão gera repercussão imediata no Congresso e entre governadores aliados ao ex-presidente, que enxergam riscos de tensionamento social semelhante ao do início de 2023. Parlamentares do PL e de legendas de direita argumentam que o julgamento “extraordinário” no Supremo restringe o direito de defesa. Já líderes governistas classificam o resultado como “vitória do Estado democrático”.


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Imagem: Internet
Nos bastidores, interlocutores do ex-mandatário avaliam estratégias para transformar a narrativa em instrumento de mobilização eleitoral. Carlos Bolsonaro, ativo nas redes, tende a assumir protagonismo nesse movimento, enfatizando que a condenação só foi possível pela “cooperação” de Mauro Cid.
Perspectivas de recurso
Especialistas ouvidos pela defesa reconhecem que a margem para reversão da sentença é limitada. No STF, embargos declaratórios podem apenas apontar omissões ou obscuridades, sem reavaliar mérito. Caso questionamentos internos não prosperem, o caminho seria acionar tribunais internacionais, alegando violação a garantias fundamentais.
Enquanto isso, advogados de Jair Bolsonaro tentarão converter o regime fechado em prisão domiciliar, citando segurança pessoal e eventual condição de ex-chefe de Estado. O Supremo, contudo, costuma adotar critérios estritos para concessão desse benefício a réus condenados por crimes contra as instituições democráticas.
Para aliados próximos, a prioridade agora é reforçar o discurso de que a colaboração de Cid — vista como instrumento de autodefesa — sacrificou o ex-presidente com base em versões unilaterais. A avaliação é que, sem a delação, o Ministério Público teria dificuldades de comprovar responsabilidade direta de Bolsonaro nos episódios narrados.
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Em resumo, a reação de Carlos Bolsonaro evidencia a divisão entre antigos aliados e aprofunda o debate sobre o peso das delações premiadas em julgamentos de forte conotação política. Continue acompanhando nossas atualizações e receba em primeira mão todas as novas informações.
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